Análise – Robotics;Notes DaSH

  • Plataformas: PlayStation 4, Nintendo Switch, PC
  • Versão de Análise: PC
  • Informação Adicional: Imagens e captura de vídeo retiradas durante as sessões de jogo.

É raro ter o lançamento de um jogo e da sua sequela logo de seguida, mas tendo em conta as vezes em que alguns jogos demoram para chegar até ao outro lado do mundo, por vezes algumas distribuidoras acabam por adaptar esta táctica. Robotics;Notes é o mais recente exemplo, com o Ocidente a receber Robotics;Notes Elite e Robotics;Notes DaSH no mesmo dia.

Robotics;Notes DaSH é uma sequela directa de Robotics;Notes Elite, tendo lugar meros meses após os eventos do primeiro jogo. Nesta continuação contamos desta vez com dois protagonistas, Kaito Yashio, o protagonista do primeiro jogo, e, tal como o nome deste jogo indica, Itaru Hashida, também conhecido como “Daru the Super Hacker“, uma das personagens principais de Steins;Gate.

A impressão inicial que Robotics;Notes DaSH oferece é a de este jogo ser um fandisk, um termo usado no Japão para expansões de visual novels (o que nos dias de hoje seria considerado DLC). Fandisks normalmente oferecem novas imagens, rotas alternativas focadas em personagens secundárias ou em raros casos até acabam por ser sequelas; E a razão pela qual Robotics;Notes DaSH tem esse ar deve-se à maneira em como está construído.

Quando fiz a análise a Robotics;Notes Elite, acabei por referir que o jogo terminava com algumas pontas soltas, e a ideia por detrás de Robotics;Notes DaSH é a de dar uma conclusão a umas quantas personagens. Enquanto que o jogo anterior focava-se na criação de um robô gigante, com outros assuntos a ter lugar, as primeiras horas de Robotics;Notes DaSH não tem qualquer tipo de pressão ou urgência, e o mesmo é sentido durante a maioria do jogo. Mas primeiro vamos falar da maneira em como este está construído.

O jogo no seu total tem uma duração menor que as outras visual novels da Science Adventure Series, tendo perto de trinta horas. A rota principal possui cerca de sete horas, sendo que após isso é dividida em várias rotas alternativas que focam-se nas personagens principais. Ao contrário de Robotics;Notes onde tudo acontecia na mesma linha temporal, a última semana das férias de Daru tem múltiplas variações.

Cada rota tem cerca de três horas de duração, oferecendo uma conclusão a cada personagem principal e seguindo alguns dos eventos do primeiro jogo. A maneira em como o jogador entra numa destas rotas é muito mais simples quando comparado com o processo que tinha lugar em Robotics;Notes Elite.

Durante a rota principal vão encontrar três momentos onde tem de escolher entre três lugares a visitar, e basicamente necessitam de ir para os lugares onde a personagem do vosso interesse está, desbloqueando assim a sua história. Algumas das rotas acabam por ser melhor que as outras ao fazer um melhor trabalho a dar uma conclusão às personagens, enquanto que outras apesar de focarem-se bem no tema acabam por não ter muito impacto tendo em conta o percurso da história.

Basicamente o que Robotics;Notes DaSH oferece é uma história mais leve e com comédia. Os temas mais pesados e que o fãs estão habituados a ver nesta série como organizações secretas, conspirações, mortes e tudo o resto é posto em segundo plano, dando antes lugar a momentos de descontração para todas as personagens. Este elemento deve-se maioritariamente a uma simples personagem, Daru.

Daru tanto pode ser o ponto mais forte de Robotics;Notes DaSH como o seu ponto mais fraco. Apesar de ser uma das personagens principais de Steins;Gate e Steins;Gate 0, Daru nunca foi alvo de muita atenção em termos de desenvolvimento. E Robotics;Notes DaSH acaba por ser a oportunidade perfeita para este brilhar.

Tal como referi acima, a história de Robotics;Notes DaSH é em grande parte muito mais leve em termos de temas muito por culpa de Daru. A maioria dos eventos que acabam por acontecer podem ser traçados até à personagem, e enquanto que é bom que as personagens tenham o seu tempo de descanso e brincadeira para concluírem as suas histórias, a verdade é que a falta de elementos interessantes a acontecer acabam por remover um pouco o entusiasmo.

Por outro lado, Daru também possui imensos momentos bons quando está a guiar esta nova geração de heróis. Demonstrando o quanto a personagem aprendeu e mudou (ou não) ao longos dos anos e por vezes fazendo até algumas referências nostálgicas a Steins;Gate juntamente com Nae. Daru é quem controla o tom de Robotics;Notes DaSH do início ao fim e acaba por ser uma excelente adição devido à sua interação com o restante elenco do jogo. Quer sejam personagens principais, secundárias, velhas ou novas, Daru possui o tipo de personalidade que consegue quebrar qualquer tipo de barreira enquanto continua a ser fiel à sua maneira de ser, e o crescimento que as outras personagens obtiveram durante o percurso deste jogo não poderia ter sido alcançado sem a presença do nosso favorito super hacker.

O facto de cada rota não fazer parte da história principal tal como em Robotics;Notes Elite acaba por ser uma pequena desilusão. Ao contrário de Chaos;Child onde cada rota tinha um bom par de horas e exploravam cenários alternativos da história, Robotics;Notes DaSH foca-se antes em desenvolver e concluir a história das personagens que foi iniciada no jogo anterior. Mas tendo em conta que tecnicamente a maioria desses eventos nunca aconteceu na “True Route” apenas faz com que a história principal tenha mais responsabilidades para fazer com que todo este progresso “perdido” valha a pena.

A True Route é desbloqueada assim que concluírem a história de todas as outras personagens, com esta a ter lugar após a conclusão do festival e finalmente regressando ao assunto inicial que havia sido estabelecido no início da história mas que pouco foi tocado durante o percurso do jogo. A duração desta rota é semelhante às outras, não sendo muito longa, o que oferece um pacing um pouco rápido para um momento muito aguardado. No entanto o tom e elementos do jogo anterior acabam por regressar, algo que irá agradar a quem estava à espera da parte robótica do nome, e oferece um final satisfatório para esta aventura.

Quanto a elementos técnicos, o “Twitter” regressa, embora desta vez não seja possível responder às mensagens, sendo apenas possível observar tanto o “Twitter” de Daru como o de Kaito. Os modelos 3D tem um melhor aspecto e este novo jogo até brinca um pouco mais com eles, movendo-os pelo cenário ou fazendo com que estes por vezes entrem pelos lados do ecrã ao invés de aparecerem como por magia. Em relação à banda sonora, o jogo reutiliza alguns temas de Robotics;Notes Elite mas também possui novas faixas e até um ou dois temas referentes à banda sonora de Steins;Gate.

Robotics;Notes DaSH a início não é a sequela que muitos esperavam, mas durante o seu percurso e o tempo passado com as personagens não existe maneira de ver esta aventura com maus olhos. Mesmo que por vezes tenha mais ar de ser um spin off sobre Daru do que sequela, Robotics;Notes DaSH é mais um passo em frente na história geral da Science Adventure Series e a amizade criada entre este novo grupo é uma das melhores experiências que a série tem para oferecer.

Positivo:

  • Conclusão de alguns elementos que ficaram abertos no jogo anterior
  • Interação entre Daru e o resto do elenco
  • Daru é um dos pontos mais fortes da história…

Negativo:

  • …mas por vezes também é o ponto mais fraco

Mathias Marques
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