Análise – Oninaki

Vindo do mesmo estúdio que nos trouxe I Am Setsuna e Lost Sphear, chega agora Oninaki, um novo jogo criado dentro do conceito de produção japonesa à moda antiga. Curiosamente, Oninaki está muito mais próximo do ocidente do que qualquer um dos anteriores.

Ao contrário dos jogos que o antecederam, aqui não existem combates por turnos e o sistema de combate fica muito mais próximo de um Diablo, embora existam muitas raízes retiradas de algo como a série Mana.

A história de Oninaki está acente numa dualidade entre dois planos, o do morto e dos vivos, por isso o tema de morte um constante ao longo da aventura. Vamos ter vários momentos onde temos de interagir com personagens que precisam de expiar os seus pecados, outras que precisam de ascender a um novo plano e outras que estão apenas à espera da morte.

Apesar do tema mais negro e Oninaki, nunca senti que estava realmente a arrastar-me para algo extremamente filosófico ou demasiado provocador. O tema e as personagens são interessantes sem dúvida, mas já o vimos explorado em vários jogos e de formas mais interessantes.

Como vão conviver constantemente com mortos e vivos, vão conseguir passar enrre o mundo dos mortos e o dos vivos de forma constante e fluída, o que também faz parte de alguns dos puzzles do jogo. Existem coisas que só conseguem ver ou fazer de um dos planos, por isso é uma mecânica de viagem ao estilo Link to the Past, que só não funciona melhor porque alguns dos espaços do mundo não são assim tão interessantes.

Como já referi, o sistema de combate é em tempo real e funciona como um jogo de acção. A personagem pode recorrer a vários ataques e habilidades especiais, havendo até a possibilidade de utilizar habilidades de aliados. Como grande fã de combates por turnos, tenho pena que Oninaki não imite os irmãos mais velhos, mas o combate não é exactamente mau.

Sendo um RPG, é natural que consigam personalizar a personagem e melhorar os seus atributos. O sistema de evolução é bastante linear, mas não deixei de sentir que alguns dos elementos são desnecessáriamente complexos, o que requer que tenham algumas lições avantajadas nas primeiras horas de jogo.

A nível visual, Oninaki quase parece um cruzamento entre a arte de Bravely Default e o visual em alta definição de I Am Setsuna, isto dá origem a alguns cenários com ambientes mágicos e personagens mais simples, mas igualmente cativantes. A banda sonora por seu lado é fantástica, embora com presença menos notória em algumas partes.

Tal como seria de esperar, Oninaki tenta correr alguns riscos e ao ir atrás de algo maior, acaba por perder um pouco da essência que fez dos outros algo tão cativante. Por vezes, este é um JRPG que nos faz pensar nos bons velhos tempos, em outros, acaba por ser simplório e longe de um jogo de topo.

 

Com este jogo, a Tokyo RPG Factory faz um ponto de viragem na sua história e salta agora para uma encruzilhada que o coloca no patamar das grandes apostas. O resultado podia ser bastante pior, mas também não é também uma referência.

Positivo:

  • Visual encantador
  • Sistema de dois mundos
  • Banda sonora

Negativo:

  • Combate não é muito entusiasmante
  • História superficial
  • Cenários bastante vazios

 

Daniel Silvestre
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