One Piece, conta a história de Luffy, um pirata que sonha em conquistar o maior tesouro do mundo.
Um anime que fez parte dos Big 3, juntamente com Naruto e Bleach, a tripulação do Chapéu de Palha, continua a navegar de vento em popa.
No entanto, o que faz deste shounen algo digno de fama, já além dos 1000 episódios?
Esta será uma análise leve do anime, do manga, do conteúdo até ao arco de Marineford, portanto, vamos por fases.
No início deste conto, somos imediatamente introduzidos, via analepse, ao passado da personagem principal e Shanks. Alguém que, em 1000 episódios, diria que apareceu menos de 10 vezes, mas sempre que aparece ou é mencionado, é sobre um véu místico.
Neste pequeno arco introdutório, vemos Luffy que sempre teve o sonho de ser um pirata e queria que Shanks o aceitasse na sua tripulação.
Aqui, temos a explicação dos poderes de Luffy, que acidentalmente, comeu a Fruta do Diabo de Borracha, tornando-se assim um homem de borracha. Sim, é um pirata que estica. E que, por consequência de comer uma Fruta do Diabo, perdeu a habilidade de se manter à tona no mar. Belo preço a pagar para um pirata.
No final do arco, após umas altercações, vemos Shanks a perder um braço, num ato de salvamento a Luffy. Avança uns tempos e Shanks e a sua tripulação decidem zarpar, deixando Luffy para trás, com o seu Chapéu de Palha e com a promessa de um dia o devolver.
Saltamos para o presente, com Luffy já crescido e pronto a enfrentar o mundo, dentro de um barril de cerveja. Luffy não tinha barco, mas tinha o sonho para o alimentar.
O arco de East Blue, serve para introduzir o mundo a algumas mecânicas, mas mais importante, ao seu mapa. Aprendemos que onde existe um East Blue, existe um North, South e West. Estes 4 mares encontram-se divididos por uma grande cadeia montanhosa e por uma enorme corrente marítima, Redline e Grand Line, respetivamente.
Nos arcos de East Blue são nos apresentados os 5 companheiros de Luffy, com Zoro, o caçador de piratas. Espadachim que usa 3 espadas e que não distingue a direção esquerda da direita. Usopp, o atirador furtivo. Também mentiroso compulsivo. Sanji, o cozinheiro. Hoje em dia, catalogávamos Sanji, como um simp. Nami, a navegadora. Uma ladra fora do comum. E, claro, Going Merry, o barco. Sim, o barco.
Ultrapassam as dificuldades, e embarcam para o mar dos sonhos e para o mar que contém o destino final – One Piece – o maior tesouro que o mundo já viu. O tesouro que o maior pirata de sempre Gol D. Roger, antes de morrer, confirmou a sua existência: “Riqueza. Fama. Poder. Deixei tudo naquele lugar. Procurem por ele.”
Obviamente, que não andamos na Grand Line desde o episódio 63 até ao 1000, no meio, temos mais tripulantes, como Chopper, o médico. Ele não é uma rena. Nico Robin, a arqueóloga. Procurada mundialmente, por saber ler. Franky, o carpinteiro. Um ciborgue homoerótico. Brook, o músico. Que vai na sua segunda vida.
A vida de One Piece não gira só com a tripulação de Luffy, diria até que o enredo fulcral, está muito mais ligado a Robin que qualquer outra personagem viva nesta fábula.
Portanto, assim como tripulantes, vemos adições de outro tipo de relacionamentos, como o caso mais sério da Marinha – a entidade que governa a lei deste mundo. Os Yonkou – os 4 piratas mais poderosos, rivalizando com a Marinha. Os 7 Shichibukais – 7 piratas com permissões da Marinha.
Claro está, com a introdução destas mecânicas, tem que haver algum desenvolvimento onde se coloque isto tudo. Oda, o criador de One Piece, montou então o arco de Marineford.
Podia mencionar a Saga de Alabasta, Skypea, Water 7 ou Thriller Bark, mas isto é uma análise leve e por vezes, temos que saltar para o prato principal, além disso, Oda, não deixa nada para trás. Se aconteceu, o quer que tenha acontecido, é porque é relevante. Não importa se foi no episódio 1, 10, 100 ou 1000. One Piece é uma história de progressão linear, pousada em sagas diferentes.
Sendo assim, a francesinha da Grand Line, é Marineford. Para quem não é portuense, francesinha é uma sande de camadas, embrulhada num molho próprio que junta todo o sabor numa consciência livre de colesterol. Assim, no quartel general da Marinha, foi anunciada a execução de Portgas D Ace, irmão de Monkey D Luffy e segundo comandante do Barba Branca, homem detentor dos poderes da Fruta do Diabo do Fogo.
A Marinha, com receio do envolvimento do Barba Branca, um dos Yonkou, convocou todas as suas linhas superiores e os 7 Shichibukais a comparecerem.
Enquanto o mundo espalha a notícia, Luffy, embarca na missão de invadir Impel Down, a prisão subaquática onde se encontra Ace e todos os grandes criminosos da história, com o objetivo de salvar o irmão. O Chapéu de Palha, usa a sua influência com Boa Hancock, uma Shichibukai com a Fruta do Diabo do Amor, para entrar na prisão, sem qualquer garantia de sucesso, muito menos garantia de fuga, sozinho, sem a sua tripulação para o ajudar.
A mesma personagem que viu a sua tripulação ser despedaçada uns dias atrás por Bartholomew Kuma, outro Shichibukai, não hesita em enfrentar adversários maiores, pela sua ligação a Ace. Claro, que com uma atenção exímia aos detalhes, ao longo desta jornada até aqui, temos várias personagens que, eventualmente, acabariam em Impel Down. Alguns amigos. Alguns inimigos. Contudo, temos que concordar com a lógica, não existem inimigos quando o objetivo é fugir da prisão. Portanto, amigos ou inimigos, Luffy, pela primeira vez, junta uma armada com o intuito de vencer contra os inúmeros adversários que esta prisão alberga. Aqui, One Piece, por uns bons episódios salta de ser um anime de exploração livre, para ser um dungeon explorer. A união de piratas, militantes, traidores e velhos amigos, têm que ultrapassar por minotauros, basiliscos, esfinges, gorilas, lobos e encarceradores, além dos chefes de cada nível do edifício.
O manda-chuva, Maggelan, responsável pela segurança e integridade desta instalação do Governo Mundial, acaba por ser alguém que tem o poder da Fruta do Diabo do Veneno, algo que o Oda se certificou de complicar ainda mais, quando lhe dá o poder, comum às Frutas do Diabo, de alterar as propriedades do seu veneno, fazendo-o, permeável e com capacidade de perfusão, com um simples toque. Se alguém lhe tocar, caso Maggelan decida, essa pessoa fica imediatamente infetado.
Saltando um pouco à frente, Luffy, com a ajuda de um velho inimigo arranja forma de lutar com Maggelan, mas acaba por absorver demasiado veneno e fica em estado comatoso. O herói de Impel Down, Bon Clay, acaba por escapar com Luffy, sofrendo imenso dano no caminho e, na esperança de encontrar um lugar da liberdade dentro desta ilha, vai à procura do nível 5.5, conhecido como Newkama Land, onde se suspiravam rumores de um milagreiro.
Portanto, os rumores algo que se confirmam, vemos pela primeira vez Emporio Ivankov, o Rei Okama (a tradução inglesa altera mesmo para Queer) e é introduzido também como um comandante do Exército Revolucionário, liderado por Monkey D Dragon. Ivankov, não tem poderes de cura, mas tem poderes hormonais que irão ajudar Luffy a travar uma batalha contra a morte.
Se não houvesse um momento em que a personagem principal acordava cheia de fome, será que podíamos dizer que One Piece era mesmo Shounen? É o que temos aqui. Após várias horas de gritos e expetoração de sangue, vemos um grito final que nos causa alívio: CARNE!
E como os pormenores, são mais que maiores, se Luffy precisou de tempo para recuperar das suas lesões, quer dizer que o tempo não parou. Assim que teve a barriga cheia, avançamos para o salvamento de Ace e reparamos que, tarde demais, Ace já estava a ser acompanhado para o seu local de execução, fora da fortaleza de Impel Down e em direção ao quartel general do Governo – Marineford. Então, Luffy, no nível mais profundo, 6, não encontra o homem de fogo, mas encontra alguém que lhe pede o favor da liberdade – Jimbei – homem peixe, que desistiu do título de Shichibukai, por se recusar a enfrentar um homem do Barba Branca. Outro homem foi liberto da sua cela, ao lado de Jimbei, também ex-Shichibikai e possuidor da Fruta do Diabo de Areia – Crocodile
Está a vida de Ace, seu irmão em jogo, então armados dos novos companheiros, está na hora de saírem. Na saída, a Luffy une-se a Buggy, Mr. 3 – Galdino, Mr. 1 – Daz Bones e Crocodile, tudo antagonistas de arcos anteriores. Contudo, ficou alguém para trás. No meio da confusão, alguém tinha que ir à sala de controlo para abrir a porta desta ilha impenetrável. Alguém com habilidades de furtividade, ou camuflagem. Essa personagem deixa uma mensagem de coragem ao nosso chapéu de palha e, assim, deixa a oportunidade de escapar do inferno.
Vamos para Marineford. Luffy já falhou a interceptação do seu irmão em Impel Down, agora, encontra-se num local, onde não há volta a dar. No entanto, nota-se ao longe que este não é sítio ainda para a nossa personagem principal. Portanto, fica-nos uma má aura em cima. Dentro destas grandes forças, só podemos depositar as nossas esperanças na tripulação de Ace – os piratas do Barba Branca. O sucessor de Gol D. Roger. O homem que tem o poder de destruir o mundo. Edward Newgate. Começa então a luta de maior proporção que One Piece alguma vez apresentou. Temos 2 Yonkou a entrar no campo de batalha. 5 Shichibukais. 3 Almirantes.
Acho que todos sabemos o resultado. Se não souberem, podem adivinhar, ou ver One Piece que, obviamente, recomendo. Sei que me foquei mais em Marineford, e saltei um pouco a saga de East Blue, porém, nesta análise, apenas quero salientar um pouco a mística deste anime e evitar os spoilers o mais possível. Os detalhes, são o que mais importa nesta aventura e esses detalhes, são para vocês apreciarem.
Espero que tenham gostado, opiniões são bem vindas, na próxima análise ficamos com o Novo Mundo todo e, claro, Wano.