Análise – Marvel Ultimate Alliance 3: The Black Order

Tendo em conta a força do nome Marvel Ultimate Alliance no mundo dos videojogos, era de esperar que já tivessem sido lançados pelo menos meia dúzia destes jogos. Curiosamente depois de tantos anos, o regresso ficou marcado com uma exclusividade para a Nintendo Switch e uma aposta bem mais vasta do que temos visto em outros jogos do universo Marvel.

Se bem se lembram, o conceito de Marvel Ultimate Alliance sempre foi o de colocar o máximo possível de heróis e vilões Marvel no mesmo jogo, isto até o maior vilão de todos aparecer pelo caminho, nada mais nada menos que os direitos e licenciamentos das personagens e dos seus universos, algo que até transformou Marvel Vs. Capcom Infinite num jogo carregado de oportunidades perdidas.

Por isso mesmo, fiquei bastante contente ao ver que Marvel Ultimate Alliance 3 está cheio de personagens de diversos universos e licenças. Desde os X-Men aos Vingadores, dos viajantes do multiverso, aos Guardiões da Galáxia. Ver esta gente toda junta e interagir é um dos pontos mais altos deste jogo.

Marvel Ultimate Alliance 3: The Black Order não inventa nada de novo. Thanos é novamente o inimigo e as pedras do infinito são outra vez o centro das atenções. Os heróis são transportados todos para o mesmo mundo, assim como outros vilões. Isto faz com que o Homem-Aranha possa encontrar Miles Morales, assim como o Ghost Rider. A quantidade de heróis e vilões é tanta e a forma como são introduzidos é tão fiel à forma divertida das BDs que os diálogos são do mais engraçado que pode haver.

A lista de personagens disponíveis é bastante grande e variada. Gosto em especial de poder juntar heróis extremamente distintos e criar combinações quase impossíveis. Ter Venom na mesma equipa da Miss Marvel, Worlverine e Deadpool é demasiado bom para ser verdade. Infelizmente é também ao misturar personagens que Marvel Ultimate Alliance 3: The Black Order começa a mostrar algumas das suas limitações mais notórias.

Tal como os jogos anteriores, também este é um beat-em-up RPG com vista isométrica, o que significa que as personagens estão altamente limitadas ao estilo de ataque. Existe ataque forte e fraco e as habilidades especiais. Isto quer dizer que na maior parte do tempo de jogo, vamos estar a esmagar os mesmos botões para fazer a mesma combinação de ataque forte ou fraco, o que é praticamente igual para todos. Se tivermos em conta que a vasta maioria dos inimigos tem uma boa barra de vida e em vários casos, uma espécie de barra de escudo que precisamos de partir para poder dar dano a sério, a coisa consegue assumir contornos aborrecidos muito depressa.

Felizmente existe a hipótese de melhorar as personagens e desbloquear mais das suas habilidades, o que faz com que exista um pouco mais de variedade. Aconselho vivamente a que mudem de personagens de forma rotativa até que encontrem exactamente a equipa que menos aborrecida vos possa parecer. Cada personagem evoluí individualmente, mas existe uma grelha de evolução para habilidades global. Curiosamente, esta tem muito pouca influência notória em maior parte do que podemos desbloquear, havendo pouco módulos que mudam algo de forma notória e impactante.

A campanha é bastante linear e o caminho é sempre bastante óbvio, repetindo os mesmos moldes. Pelo caminho existem algumas missões alternativas que funcionam como desafios, onde podem desbloquear mais personagens e cores para os fatos. Depois temos as batalhas contra bosses, que exigem mais de nós, posicionando canhões ou armas em certos pontos que podemos usar para criar vantagem. Nem todas são realmente divertidas, mas estar a lutar em frente a um combate entre o Ant-Man e o Ultron gigantes é um momento alto.

Como é lógico, Marvel Ultimate Alliance 3: The Black Order pode e deve ser partilhado com outros jogadores, seja localmente ou Online. Como é possível jogar quatro pessoas na mesma consola e basta apenas passar um Joy-Con, é sempre uma aposta bastante válida. Só é pena que a câmara se junte à festa como um dos inimigos que vão encontrar.

Em vez de adoptar um estilo mais realista e até aborrecido, Marvel Ultimate Alliance 3: The Black Order recorre aos modelos mais clássicos para a maioria das personagens e até mesmo aqueles que vão beber ao MCU, surgem estilizados ao estilo das BD, isto faz com que as personagens tenham um desenho familiar muito apelativo. O mesmo já não se pode dizer da maioria dos cenários que parecem bastante básicos e sem grande vida. As vozes estão muito boas no geral e a banda sonora é épica o suficiente para acompanhar a história.

Marvel Ultimate Alliance 3: The Black Order marca o regresso da série com um resultado positivo. Havia grandes hipóteses de tudo correr mal, no entanto, a aproximação aberta que foi feita ao conceito, a abordagem e a boa exploração das várias personagens são motivos mais que suficientes para se continuar a jogar, mesmo que tenha as suas falhas.

Positivo:

  • Mistura de personagens
  • Humor
  • Facilidade de jogar com os amigos
  • Bom trabalho a nível vocal
  • Visual a puxar às BDs

Negativo:

  • Câmara tem os seus problemas
  • Combates com inimigos esponja
  • Repete o modelo constantemente

Daniel Silvestre
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