Análise – Hardcore Henry

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Realização: Ilya Naishuller
Elenco: Sharlto Copley, Danila Kozlovsky, Haley Bennett, Tim Roth
Género: Acção, Sci-Fi, FPS
Duração: 1h 36min
Adequado para crianças: Definitamente não

Gostam dos videoclips ‘The Stampede e ‘Bad Motherfucker dos Bitting ElbowsHardcore Henry pega no conceito desses vídeos e oferece-nos um filme recheado de acção passado inteiramente na primeira pessoa. Assim que fiquei a saber do filme e assisti ao trailer, fiquei rapidamente interessado uma vez que era algo inovador nunca antes visto, muito menos numa longa-metragem.

A história decorre, literalmente, na perspectiva de Henry, um homem sem memória do seu passado. Ele acorda com um novo corpo cibernético construído pela sua mulher Estelle (Haley Bennett) que parecia uma sósia da Jennifer Lawrence a primeira vez que a vi.

Pouco depois de acordar, enquanto estão a escolher uma voz para Henry (eu ia pela voz do Darth Vader), surge o vilão do filme, Akan (Danila Kozlovsky). Este Lucius Malfoy de ressaca e com super-poderes raptada Estelle para construir um exército de super soldados. Perdido na cidade de Moscovo, Henry tenta sobreviver a todo o custo para salvar a sua mulher e descobrir a sua verdadeira identidade.

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No geral, a história é bastante simples para dar espaço a todas as sequências de acção presentes no filme, mas ainda tem espaço para algumas surpresas. Henry não está sozinho na sua missão e é várias vezes ajudado por Jimmy (Sharlto Copley) que surge sempre de forma inesperada, devido principalmente ao facto de morrer à nossa frente e estar sempre a regressar sem explicação evidente no início.

O filme também conta com a presença de Tim Roth, mas a sua participação limita-se a uma pequena sequência sobre o passado de Henry e não é muito bem aproveitado.

Jimmy acaba por ter muito tempo de antena para contar o que está a acontecer e o que se segue, já que Henry não fala durante o filme inteiro. E não é só a ideia do protagonista silencioso que faz recordar os videojogos, há várias ocasiões em que Hardcore Henry parece ser a adaptação cinematográfica perfeita de um FPS que nunca existiu.

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Existem dezenas de jogos que tentam ser “filmes interactivos” , no entanto raramente vemos um filme a tentar ser um jogo. Não tanto na questão de interactividade mas conseguir transmitir a sensação de estar num jogo. A única altura que me recordo de ver algo semelhante foi no filme do Doom na sequência em que fica na primeira pessoa durante uns momentos. Foram os 5 minutos mais fieis ao jogo do filme todo.

Há momentos em que a acção em Hardcore Henry pode tornar-se demasiado frenética e por vezes é difícil de acompanhar o que está a acontecer. Isto já seria de esperar quando vemos tudo através dos olhos do protagonista e ele está constantemente em movimento e a lutar. Apenas gostava que a câmara não se mexesse tanto para apreciar melhor a acção, e em certas ocasiões a qualidade de imagem não é a melhor, talvez relacionado com o facto do filme ter sido filmado quase inteiramente através de uma GoPro. Notei mais isso na cena do bordel, para a minha infelicidade.

Seja qual for a vossa opinião quanto ao filme, podemos todos concordar que Hardcore Henry tenta ser um pouco original e traz algo inovador que o distingue dos restantes filmes de acção. A premissa de estar constantemente na primeira pessoa funciona e oferece um nível satisfatório de violência mesmo ao meu gosto. Mas isso é porque eu sou uma pessoa doentia.

Positivo

  • Um autêntico FPS em forma de filme
  • Jimmy
  • Acção e violência constante

Negativo

  • Câmara agitada em demasia
  • Imagem pouco nítida em certas ocasiões
  • Tim Roth não passa de um cameo

 

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