Análise – Diablo IV

O inferno está de volta! O lançamento de Diablo IV já chegou para o regalo dos fãs. Com um desenvolvimento que durou mais de seis anos, a divisão responsável pela série Diablo juntamente com a Vicarious Visions tiveram em mãos a tarefa de manter o jogo fiel à série mas também actual. Sendo assim o jogo já está disponível para PC, PS4, PS5, Xbox One e Xbox Series.

Diablo IV decorre 50 anos após os eventos de Diablo 3: Reaper of Souls e que fala sobre a invocação e ascenção do demónio Lilith pelas mãos de humanos. Isto resulta numa destruição e gradual influência da região de Sanctuary que só o protagonista poderá travar. Esta aventura dará a conhecer-nos novas personagens e trazer algumas antigas para mais uma grande batalha com as forças infernais.

Temos em mãos um mapa completamente aberto para o jogador para ser explorado, mas graças à boa quantidade de conteúdo que o jogo nos oferece iremos levar a nossa aventura gradualmente. A aventura que inicialmente poderá se centrar um pouco na descoberta acabou por ser no meu caso numa meticulosa exploração de masmorras e eventos que nos darão boas recompensas.

Sendo assim, existe um plano gigante que precisa de ser executado sob a forma da campanha principal e no qual somos o protagonista, mas existem muito desvios que iremos encontrar pelo caminho e que se baseiam em missões extra como pedidos de auxílio, desaparecimentos misteriosos ou até investigações mais aprofundadas da influência de Lilith. Todo este tipo de actividades extra beneficiam a experiência no geral e mantêm o jogador ocupado e focado a levar o jogo região por região.

Sendo as masmorras um factor fundamental da série, a Blizzard podia ter colocado um maior empenho nas mesmas. Temos vários tipos de masmorras para explorar que diferem entre tamanho, monstros e complexidade, mas a certa altura começamos a descobrir os tipos de layout e perdemos um pouco o factor novidade passado algum tempo. Juntamente com o loot, este é o “ganha pão” da série, sendo que os jogadores passarão mais tempo nestas localizações para conseguir equipamento mais forte e testar também as nossas capacidades. Estas mesmas estão espalhadas pelo mundo inteiro, mas é garantido que iremos marcar na nossa memória a necessidade de visitar aquela masmorra que encontramos enquanto se explorava uma zona desconhecida.

O nosso precioso loot continua a ser um dos objetivos principais sempre que pensamos em recompensas. Todo este equipamento continua a poder ser ganho através de drops dos inimigos, baús, compras e posteriormente ligeiramente moldado através de gemas especiais e até no ferreiro. A demanda por items Legendary e a capacidade de extrairmos elementos e moldá-los é uma tarefa divertida mas quase sem fim. Existe muita variedade e os jogadores mais rigorosos farão de tudo para criar a personagem e o build que mais desejam.

No que toca a combate a Blizzard continua a manter a fasquia bem elevada no que toca à acção e no que nos faz ansiar por mais mortes e mais loot. Existem várias classes que possuem abordagens diferentes do combate como é o caso dos Barbarians com o seu dano físico incansável, Rogue com a sua distância e dano meticuloso, Sorcerer que usa a magia negra para o seu proveito, ou então a minha escolha pessoal, o Necromancer, um feiticeiro que usa e manipula cadáveres para o seu proveito ou um Druid que pode fazer de tudo um pouco mas que usa a magia da natureza e até transformações para seu proveito.

À boa maneiro da série Diablo, cada classe pode ser explorada de vários maneiras havendo inúmeras habilidades activas ou passivas que podem ser desbloqueadas com o subir de nível e isso irá levar-nos a criar ou a moldar uma personagem de acordo com o nosso estilo de combate. Perder tempo a escolher as habilidades que iremos desbloquear na nossa skill tree é praticamente obrigatório para criar algo que seja consistente com a nossa visão e como queremos jogar o jogo, e sempre que nos fartamos podemos reembolsar todos os pontos gastos e moldar as características todas de novo. O jogo dá-nos todas essas possibilidades e oferece escolhas diferentes e interessantes. O nosso conjunto de ataques e habilidades irão alterar consoante o tempo isto porque acabamos por descobrir algo interessante que nos favorece em combate e graças a todas as escolhas que o jogo nos dá, é difícil achar que estamos sem opções

Diablo 4 é um jogo muito apelativo de se olhar. A direcção artística passou por oferecer uma versão desolada e sombria de Sanctuary. Vamos poder ver vários tipos de biomas que têm os seus inimigos específicos e através da exploração e desenrolar da história vamos tendo alguma frescura no que toca a paletes de cor, climas e não só. Para além destes pontos existe um bom trabalho feito com a luminosidade, profundidade e até efeitos simples como sujidade das águas, sangue, até aos ambientes mais macabros.

O som desempenha também um papel fundamental neste jogo, estando a banda sonora em par com os restantes jogos da série. A música encharcada de reverb dá um efeito sombrio e misterioso e é acompanhada por números de orquestra que sustentam todo o ambiente. Temos também um elenco forte de actores de voz que dão vida às personagens e que trazem algumas das melhores performances deste ano.

A série Diablo tomou várias decisões e inseriu várias funcionalidades ao longo dos anos que caíram neste novo jogo da série. Diablo IV é o resultado de duas décadas de experiência que foram condensadas para uma experiência que está muito favorável e que nos dá um enorme prazer. Fica sempre a ânsia de fazer e explorar mais, e mesmo após terminarmos o modo campanha corremos direitos para as masmorras Nightmare para conseguir aperfeiçoar aquele set de armaduras e dar aquele sentimento de última peça de um puzzle.

Veremos o que as próximas Seasons trarão para este novo Diablo, mas de momento é uma experiência muito positiva que ao contrário de Diablo 3, não ficou marcada por problemas técnicos de lançamento que deixaram os jogadores à beira da fúria. É um jogo bem pensado na personalização e que faz juz ao nome “acção” seja na jogabilidade rápida e acessível até a toda a fluidez dos restantes pontos como menus, é simplesmente um regalo. Mais um grande título da parte da Blizzard e um dos jogos mais importantes deste ano.

Positivo:

  • Jogabilidade muito bem aprimorada
  • Alteração dos biomas
  • História bem contada e concebida
  • Capacidade de personalização das personagens
  • Apresentação muito bem trabalhada

Negativo:

  • Alguns problemas de disconnect e fluidez dado à natureza sempre online do jogo
  • Layouts das masmorras podem cansar passado algum tempo
  • Skill Tree podia ser um pouco mais complexa

 

 

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