No cerne de cada gamer está uma certa inquietação quando vemos as nossas séries de videojogos favoritas serem adaptadas ao grande ecrã independemente do estúdio ou do formato. Hoje em dia temos tido alguns casos de sucesso como The Witcher, Sonic the Hedgehog, Super Mario, Arcane: League of Legends e muitos outros nomes. Quando foi revelado que a série Fallout iria ter uma série pelas mãos da Amazon Prime Video, as muitas questões que os fãs têm levantaram-se: Será bom? Vão respeitar o universo oficial? Os fãs vão gostar? A verdade que todos os oito episódios estão disponíveis para todos verem.
Dando um pouco de contexto antes de começar esta crítica, sempre achei a marca Fallout como uma boa candidata a receber um formato televisivo e isto porque possui imensos ingredientes e história que poderiam ser explorados para criar algo bastante interessante. Desde os vários Vaults e a razão pelas suas criações, há grande guerra nuclear até à sua vertente menos séria que roça entre a sátira e a pura comédia, portanto veremos como é que os produtores Graham Wagner e Geneva Robertson-Dworet aproveitaram o sumo que a série Fallout fornece.
O que resulta nesta fórmula adaptada para as nossas televisões é que foi possível haver uma oscilação em elementos que são fundamentais na série Fallout: sátira, violência, conspiração e comédia. Através de um fio condutor que é a história de Lucy à procura do seu pai, vamos ver todos estes elementos em grande plano no decorrer da série e através de várias personagens. Sem muito esforço, os produtores escolheram alguns dos melhores momentos para nos atirarem com os elementos acima mencionados, ajudando o conteúdo principal com ingredientes muito interessantes e divertidos.
Para além de Lucy vamos também conhecer outros personagens importantes para a história como o Ghoul, um humano tornado quase zombie devido às quantidades excessivas de radiação que absorveu e Maximus, um membro da facção Brotherhood of Steel que iremos explicar já de seguida.
Nesta região desolada e pós-apocalíptica de Los Angeles comumente denominada como wasteland, o caos ordena, havendo réstias de cidades, civilização e alguma organização aqui e ali. A destruição e a violencia reinam para muitos, mara para outros a esperança centra-se na posse de um artefato de grande valor que alterna entre as mãos das personagens principais durante a série e que fornece no final mais conteúdo para uma segunda temporada. Facções como a Brotherhood of Steel, uma organização militar focada na tecnologia tenta manter a ordem nesta wasteland e através do seu poderio bélico e armaduras gigantes como as Power Armor, vamos vê-los a imporem-se e a criar oposições. Outras facções irão erguer-se mas vamos deixar esses detalhes para quem ver a série.
Em grande parte dos episódios vemos uma imensa transformação nas nossas personagens, principalmente em Lucy e Ghoul. Com imensas ou poucas motivações iniciais, estas duas personagens acabam por se transformar quando são atirados para a wasteland. Sem estragar a história mas dando alguns detalhes, as duas personagens acabam por ter alguma ligação à grande guerra que destruiu os EUA e isso criará um grande efeito nas duas. Senti que a actuação de Aron Clifton que protagoniza Maximus ficou uns furos abaixo dos restantes e que a vilã, Moldaver, passa um pouco despercebida pela história.
A produção está muito bem conseguida nesta série. Não só existiu uma grande preocupação em tentar recriar o ambiente dos jogos nesta série (havendo um maior enfoque naquilo que Fallout 4 havia feito artisticamente), não senti que houvesse algo forçado ou fora do contexto. Basicamente todos os elementos encaixam muito bem nesta série e são bem usados desde os stimpacks, às estruturas dos vaults e as reações à constante exposição de radiação.
Fã ou não dos jogos, Fallout recebeu uma grande adaptação para um formato série que agrada a gregos e a troianos. Senti-me genuinamente entretido durante grande parte do tempo e ainda acabei por soltar um ou outro gritinho sempre que os produtores davam aos fãs um pequeno extra. Nada fica fora de contexto para quem nunca jogou os jogos e isto porque a narrativa coesa garante que não fiquem pontas soltas para os que não entendem patavina desta série da Bethesda.
Positivo:
- Adaptação excelente
- Muita atenção aos detalhes
- Desenvolvimento das personagens
- Bom final
Negativo:
- Actuação de Aron Clifton (Maximus) pouco interessante
- Moldaver passa um pouco despercebida para uma vilã
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