A minha lista (atrasada) de Jogos do Ano 2017

Sim, leram bem o título. Estamos quase a chegar ao fim de ano, e enquanto a maioria das pessoas prepara-se para escolher os seus jogos favoritos de 2018, aqui estou eu prestes a falar de jogos que foram lançados no ano passado.

Porque é que estou a apresentar a minha lista só agora? Eu não cheguei a fazê-lo na altura certa como os restantes membros da equipa, muito por desleixo da minha parte, e decidi finalmente tratar disso para ter a consciência um pouco mais limpa. Para além disso, queria muito dar destaque a estes jogos que continuam a merecer a vossa atenção caso ainda não os tenham jogado.

Uma das vantagens de apresentar a minha lista tão tarde é que me deu um ano extra para experimentar alguns dos títulos que não cheguei a jogar durante o ano passado. Ainda assim, não foi o suficiente para pegar no Horizon: Zero Dawn, daí não o encontrarem nesta lista.

Sem mais demoras, estes são os meus jogos favoritos de 2017, em nenhuma ordem de preferência específica:

A Hat in Time (PC, PS4, Xbox One)

Este é um dos dois jogos de plataformas nesta lista que envolvem um protagonista com um chapéu distinto. Depois do sucesso no Kickstarter, fui acompanhando o desenvolvimento de A Hat in Time com atenção até ao dia de lançamento e fiquei satisfeito por ver que o resultado final foi positivo.

A Hat in Time é o primeiro título do estúdio indie Gears for Breakfast e vai buscar inspiração a jogos do mesmo género como Super Mario 64 e Psychonauts. O nosso objetivo principal é ajudar Hat Kid a colecionar “Time Pieces” que funcionam como combustível para a sua nave. Cada área do jogo é distinta e oferece diferentes missões para completar. Num momento estão a perseguir uma rapariga com um bigode numa ilha cheia de mafiosos, e no outro estão a tentar recuperar a vossa alma de um espírito misterioso enquanto exploram um bosque assustador.

Em Setembro, a versão PC de A Hat in Time recebeu o DLC ‘Seal the Deal’ e ainda um modo cooperativo local para dois jogadores. Se são fãs de jogos de plataformas e procuram por algo adorável para jogar, esta é uma boa recomendação. Também podem esperar pelo lançamento da versão Switch que deverá chegar em breve.


Cuphead (PC, Xbox One)

Cuphead é um daqueles jogos que me deixava sempre intrigado cada vez que aparecia numa conferência da Microsoft durante os eventos da E3. Depois de um longo período de desenvolvimento, o primeiro jogo do StudioMDHR foi finalmente lançado e acabou por ser melhor do que estava à espera.

Inicialmente contava que Cuphead fosse um simples jogo 2D com uma excelente apresentação visual e banda sonora inspirada nos desenhos animados dos anos 30. O que não estava à espera era que fosse uma espécie de boss rush, algo que me cativou particularmente, para além de ser muito desafiante. Foi preciso morrer muitas vezes até chegar ao fim, mas só tornou a experiência ainda mais recompensadora.

No decorrer deste ano tivemos o anúncio de uma nova expansão DLC chamado ‘The Delicious Last Course’ que vai adicionar mais conteúdo ao jogo, como novos bosses e uma nova personagem jogável. O DLC chega em 2019, por isso ainda teremos mais Cuphead no futuro.


Doki Doki Literature Club (PC)

À primeira vista, Doki Doki aparenta ser um visual novel normal onde criam uma relação romântica com uma das jovens que pertencem a um clube de literatura. Contudo, quando notam que um dos marcadores na página Steam é terror psicológico e recebem o aviso no início do jogo de que pode não ser adequado para pessoas com ansiedade ou depressão, as coisas começam a ficar suspeitas.

Durante as primeiras horas de Doki Doki, essa ilusão de um visual novel inocente mantém-se até eventualmente o tom mudar drasticamente. Eu joguei o jogo por curiosidade numa altura em que ainda não era muito popular e fui apanhado completamente de surpresa, pois está cheios de momentos inesperados e também desconfortáveis.

Desde então, Doki Doki ganhou imensa popularidade, e por esta altura é quase impossível desfrutar da história completamente às cegas. Se por algum milagre não apanharam nenhum spoiler e nunca experimentaram Doki Doki antes, aproveitem que está disponível gratuitamente na Steam.


Gravity Rush 2 (PS4)

Gravity Rush 2 é um dos jogos que não estariam aqui se tivesse feito esta lista no fim do ano passado. Só este ano é que decidi experimentar os dois títulos desta série e tenho pena de não o ter feito mais cedo.

A sequela leva Kat a um novo local para explorar e introduz novas personagens interessantes. Tal como o primeiro jogo, não é perfeito. O combate continua a ser um pouco desajeitado e não sou grande fã das partes de stealth e coleção de minerais. Mas tudo o resto que adorei no primeiro jogo está aqui: direção artística, banda sonora, uma história cativante que decorre num universo cheio de mistérios, e a simples satisfação de controlar a gravidade.

Infelizmente, este ano marcou o encerramento dos servidores de Gravity Rush 2, pondo o fim das funcionalidades online que davam algum charme extra ao jogo. Seja como for, peço a todos que nunca experimentaram Gravity Rush para darem uma oportunidade. Pode ser que sejam surpreendidos.


Hellblade: Senua’s Sacrifice (PC, PS4, Xbox One)

Alguns dos títulos anteriores da Ninja Theory não tiveram muito sucesso a nível financeiro (Enslaved: Odyssey to the West) ou geraram imensa controvérsia (DmC: Devil May Cry), mas o estúdio sempre demonstrou potencial. Hellblade: Senua’s Sacrifice é o jogo que melhor representa os seus pontos fortes.

Descrito como um “jogo AAA independente,” Hellblade mistura diferentes géneros e coloca-nos num mundo macabro inspirado na cultura céltica e na mitologia nórdica. Embora o combate e os puzzles possam ser repetitivos, o que é realmente marcante no jogo é a história e a forma como representa as dificuldades de quem sofre psicose através da personagem principal Senua. O mais impressionante é que a pessoa que interpretou Senua era apenas a editor de vídeo do estúdio e não tinha experiência anterior como atriz, e acabou por ter um desempenho incrível.

Por volta de Junho deste ano, a Ninja Theory foi adquirida pela Microsoft e espero que isso ajude o estúdio a criar mais títulos únicos como este.


NieR: Automata (PC, PS4 Xbox One)

Uma das maiores surpresas da E3 2015 foi certamente o anúncio de NieR: Automata. Uma sequela de um dos meus jogos favoritos da geração passada a ser desenvolvido pela Platinum Games? Era algo que nunca pensei que iria acontecer.

NieR: Automata corrige praticamente todos os problemas que o primeiro jogo tinha, nomeadamente a nível da jogabilidade. Acima de tudo, continua a ser um jogo do Yoko Taro. Quero dizer, que outra pessoa iria lembrar-se de incluir 26 finais diferentes, sendo um deles obtidos por morrermos ao comer um peixe? Ao menos o peixe era bom.

Mesmo que nunca tenham jogado o primeiro NieR, podem perfeitamente jogar NieR: Automata, ainda que recomendo vivamente a jogarem os dois. É pedir muito que façam um port HD do NieR, Square Enix?


Persona 5 (PS4, PS3)

Uma das minhas promessas de 2018 era jogar um título da série Persona. Acabei por jogar dois. O primeiro foi Persona 4 Golden, onde foram precisas muitas horas para o terminar, e eu tinha pensado em dar um tempo antes de começar a jogar outro RPG estupidamente longo.

Não levou muito tempo até começar a jogar Persona 5 e depositar mais uma valentes horas a gerir a vida ocupada de um adolescente em Tóquio. Em relação ao título anterior, Persona 5 melhora em vários aspectos: toda a apresentação está cheia de estilo, desde os menus até às simples transições entre áreas; as masmorras principais são mais originais e interessantes de explorar; o combate incluí novas opções que o tornam mais cómodo e optimizado; e a banda sonora… simplesmente fenomenal.

Se nunca jogaram Persona antes, eu diria que Persona 5 é a melhor forma de começar. Apenas certifiquem-se de ter muito tempo livre para jogar.


Resident Evil 7 (PC, PS4, Xbox One)

Por algum tempo, o futuro da série Resident Evil parecia algo incerto. Depois da recepção mista de Resident Evil 6, tivemos alguns títulos bons como Resident Evil: Revelations 2, e outros não tão bons como Umbrella Corps. Era evidente que Resident Evil precisava de uma lufada de ar fresco.

Resident Evil 7 trouxe a série principal de volta às origens, dando novamente mais ênfase na exploração e nos elementos survival horror. Muitas pessoas ficaram surpreendidas pela mudança de perspetiva na primeira pessoa, mas no geral, o jogo foi um passo em frente no caminho certo e é um dos melhores títulos da série lançados nos últimos anos.

Também tenho que dar destaque ao DLC ‘End of Zoe’ onde controlam um homem que vive num pântano e anda literalmente ao soco com monstros. É muito parvo, mas eu adoro na mesma.


Super Mario Odyssey (Switch)

Durante o primeiro ano da Nintendo Switch, eu não fiquei muito incentivado a adquirir a nova consola porque já tinha jogado alguns títulos na Wii U e outros já estavam disponíveis para PC. O primeiro jogo que me fez pensar seriamente em arranjar uma Switch foi Super Mario Odyssey.

Graças a duas almas caridosas na equipa, consegui jogar Super Mario Odyssey por uns tempos e foi o suficiente para colocá-lo na minha lista de jogos favoritos da série. O jogo apresenta várias ideias originais, como o novo chapéu do Mario que permite “capturar” diferentes criaturas, oferendo novas maneiras de jogar. Cada reino é distinto e divertido de explorar à medida que coleccionamos as dezenas de luas escondidas no jogo. E não me importo de ver mais títulos do Super Mario com músicas tão cativantes como “Jump Up, Super Star!”

Depois de chegar ao “fim” do jogo, há muitas coisas que ainda podemos fazer mas decidi ficar por aí. Assim terei uma razão de voltar a jogar Super Mario Odyssey no dia em que tiver uma Switch.


The Legend of Zelda: Breath of the Wild (Switch, Wii U)

Breath of the Wild foi um dos título de lançamento da Switch e foi certamente um “bafo” de ar fresco para a série Legend of Zelda. Também foi o último título da Nintendo para a Wii U. Alguém ainda se lembra da Wii U? Não? Ok…

O jogo introduziu várias novidades à série, umas mais bem recebidos pelos fãs do que outras. Link podia agora percorrer um enorme mundo aberto, e apesar de haver alguma saturação com este tipo de jogos, eu nunca me cansei de explorar o reino de Hyrule. Sentia-me sempre recompensado quando decidia explorar áreas suspeitas e os pequenos cantos do mundo. O mapa não estava imediatamente inundado de ícones e tarefas para fazer, sendo preenchido à medida que descobríamos novas coisas por nós próprios. Todas as armas têm uma pequena durabilidade, forçando-nos a ser menos dependentes de uma arma específica e ser mais versáteis. Existem mais elementos RPG e mais opções de personalização para criarem um Link ao vosso gosto. Há mais interação entre o mundo e o jogador, e temos a liberdade de jogar à nossa maneira ao ponto de ser possível chegar à área final do jogo na primeira hora – e certamente morrer num instante, mas podem fazê-lo se quiserem.

Há muitas coisas que podia estar aqui a falar mais sobre Breath of the Wild, mas assim nunca mais terminava esta lista. Acho que já perceberam que gostei do jogo.


Menções honrosas

  • Finding Paradise (PC) – A tão esperada continuação de To the Moon leva a história por caminhos inesperados e me deixa bastante ansioso para o que vem a seguir.
  • Uncharted: The Lost Legacy (PS4) – Uma aventura mais pequena dentro do universo Uncharted que oferece áreas maiores para explorar. Boa química entre as personagens principais.
  • Wonder Boy: The Dragon’s Trap (PC, PS4, Xbox One, Switch) – Um bom exemplo de como criar um remake de um jogo mais antigo. Excelente apresentação visual.

Pronto, está feito. Estas foram as minhas escolhas para os jogos do ano 2017. Espero não precisar de um ano extra para fazer a lista deste ano…

Sérgio Batista
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