É preciso reconhecer, que quando foi revelado há alguns anos atrás, Until Dawn estava bem longe de parecer um bom jogo. A Sony resolveu que o produto final tinha potencial, então voltou a colocar tudo no fogão e o resultado final parece bem mais atractivo.
Eu e a Catarina tivemos a hipótese de jogar uma demo com mais de duas horas recentemente, e embora a experiência tenha sido agradável, Until Dawn não parece ser um jogo para todos, além de começar com o pé errado.
Para começar, Until Dawn parece uma mistura entre American Pie e um filme de terror de segunda categoria. Atenção, eu adoro American Pie (os primeiros pelo menos), mas no seu ambiente correcto. Neste caso, os jovens de Until Dawn, chegam ao local fatídico e algo tenebroso, com as hormonas tão aos saltos que parece que vão formar uma orgia a qualquer momento.
Isto faz com que a primeira hora e meia de jogo seja um pouco desconfortável, não por ser assustador, mas porque todas as personagens enquadram num de dois tipos, ou são parvalhões ou irritantes.
Felizmente, a coisa começa a melhorar quando o e/ou os assassinos começam a aparecer. O que transforma estas personagens chatas em galinhas assustadas e com pouca inteligência para se defender, ou sequer ligar as luzes de uma casa tenebrosa. Sim, aqui é mais prioritário tomar banho do que ir ligar os interruptores.
Until Dawn é um jogo de acção e reacção, como se fosse um típico jogo de aventura. Existem caminhos pré-definidos (com alguns objectos que podem coleccionar pelo caminho), onde podem contar com os típicos “jump scares” e muitos Quick Time Events para pressionar os botões. As reacções são contabilizadas consoante as escolhas na altura certa, ou quando carregam bem ou mal num botão em certa altura.
Na nossa sessão de jogo, vimos uma personagem morrer (que bem merecia), que outras pessoas conseguiram salvar, o que é algo que muda tudo certamente, no entanto, com a duração desta demo, não foi possível descobrir como tudo irá ser mudado quando algo deste género acontece.
Embora o visual de Until Dawn pareça bastante bom, sofre de dois problemas, o primeiro é a fluidez, que é fortemente afectada em diversas situações, mas com maior intensidade nos diálogos ou cinemáticas que não sejam pré-renderizadas. De resto, enquanto jogam ou exploram os cenários, não é tão notório.
Outra coisa estranha são as faces, pois a equipa de desenvolvimento tenta explorar traços realistas, o que atira algumas personagens para o campo do “Uncanny Valley“, criando estranheza pela falta de naturalidade que algumas expressões faciais alcançam. É algo que não deve mudar até ao produto final, por isso vamos ter de lidar com isso, para o bem ou para o mal.
Quando a demo terminou, ainda a noite era uma criança, por isso é de esperar que Until Dawn tenha ainda umas boas horas de jogo, no entanto, com tantos desfechos, prevejo que seja preciso jogar várias vezes para ver todas as hipóteses.
Apesar de nenhum de nós ser um fã de jogos de terror, até ficámos com uma boa impressão, mesmo com todos os problemas que apontei em cima. A vontade de continuar a jogar foi sentida, por isso vamos ver se acontece o mesmo quando a versão final do jogo chegar para análise.
Until Dawn vai ser lançado em exclusivo para a PS4 a 26 de Agosto.
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