Análise – Umbrella Corps

umbrella-corps-analise-01-pnDesenvolvedor: CAPCOM
Editora: CAPCOM
Género: Ação, Shooter
Data de lançamento: 21 Jun, 2016 (PC, PS4)

Era bastante evidente que Umbrella Corps não ia ser igual aos títulos mais recentes de Resident Evil, muito menos aos jogos originais, quando foi revelado oficialmente. Não é a primeira vez que vemos um spin-off da série a tentar algo diferente. A última tentativa mais marcante foi Resident Evil: Operation Raccoon City e esse jogo dificilmente ultrapassava o razoável. Após jogar mais horas do que necessitava, posso afirmar com confiança que Umbrella Corps é pior do que Resident Evil: Operation Raccoon City.

O grande foco de Umbrella Corps é o modo online competitivo, mas antes de aventurar-me pelas loucas partidas de lag e erros técnicos, comecei pelo modo singleplayer chamado “The Experiment” que decorre no ano 2012.  Não estejam à espera de uma narrativa propriamente forte, já que o único pormenor relevante para a história geral da série é dar a entender que o Albert Wesker ainda está vivo. Quer seja canónico ou não, é melhor não criarem muitas esperanças pelo regresso do renegado do Matrix tão cedo.

Realizam 20 e poucas missões em locais baseados em jogos anteriores da série, como a vila do Resident Evil 4 – e qualquer coisa relacionada com Resident Evil 4 é positivo para mim. Controlam um agente genérico aborrecido e seguem as ordens de um cientista qualquer que fala mal do nariz doutro cientista qualquer. Durante as primeiras 4 missões vão sentir que estão presos num loop temporal onde coleccionam amostras de ADN no mesmo local, ao ponto de memorizarem citações icónicas como “Sample obtained“, “This one’s mine” e “There it is“.

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Como já devem ter percebido, Umbrella Corps é um shooter na terceira pessoa onde podem rastejar pelo chão à velocidade de uma cobra sobre o efeito de substâncias químicas e recorrer a um sistema de cobertura, algo completamente inútil nas missões singleplayer onde enfrentam unicamente zombies. A vossa personagem julga que disparar uma pistola encostada à cara é uma boa ideia e a perspetiva da câmara é tão estupidamente próxima do ombro que parecem já estar a apontar o tempo inteiro, quando na verdade apontar coloca-vos na perspetiva de primeira pessoa.

Talvez seja por isso que tenha recorrido mais vezes ao Brainer, uma espécie de machado de gelo usada para ataques corpo-a-corpo e um dos poucos elementos que distinguem Umbrella Corps.  Não só afasta a câmara um pouco mais da vossa personagem, como é facilmente a arma mais poderosa do jogo. São capazes de eliminar zombies com apenas um golpe, tudo isto ao som de música eletrónica.

Eventualmente, esta estratégia deixa de ser fiável em todas as situações. À medida que avançam nas missões, objetivos diferentes vão surgindo, assim como inimigos novos que requerem jogar um pouco mais a sério. Resident Evil: Operation Raccoon City não é o melhor exemplo, mas até esse jogo aproveitava melhor o universo em que se baseia, trazendo Tyrants, Lickers, Hunters, e mesmo o próprio Nemesis. Tirando os zombies normais e especiais, enfrentam cães e corvos irritantes. E qual é a vossa recompensa ao perderem tempo neste modo singleplayer? Decalques para o multiplayer! Yey…

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Finalmente, passamos ao modo online, aquilo para que foi feito Umbrella Corps. Existe dois tipos de partidas em equipas 3 contra 3: One Life Match e Multi-Mission. No primeiro têm que derrotar todos os jogadores da equipa adversário para ganhar, e se morrerem, não podem fazer respawn até ao fim da ronda. No segundo podem fazer respawn sem limites e o objectivo varia entre rondas, como capturar malas, conquistar áreas no mapa, ou apanhar amostras de ADN (“There it is“).

Em ambos os casos, o mapa vai estar povoado de zombies e criaturas que não vos ligam nenhuma enquanto tiverem o vosso Zombie Jammer intacto. No entanto, se sofrer dano suficiente, os zombies passam a notar a vossa presença e atacam de imediato. Este fator de um inimigo comum entre as duas equipa tem potencial, mas não tem o impacto esperado. Muitas das vezes os zombies são simplesmente ignorados, e a forma mais eficiente para desativar o Zombie Jammer de um inimigos é com granadas especiais para esse propósito.

O vosso maior problema no online não vão ser os zombies, muito menos os jogadores da equipa adversária. Se conseguirem completar uma partida inteira sem apanhar com um único erro técnico e problemas de latência, eu juro que estão a jogar um jogo diferente. Uma das minhas primeiras partidas estava a correr normalmente até um dos jogadores da minha equipa ficar parado no ar. Mesmo no fim da ronda, continuamos ali por algum tempo a olhar para o nosso parceiro imóvel como uma estátua humana enquanto o jogo tentava processar o que devia fazer a seguir. Quando a ronda seguinte começou, eu estava sozinho contra 4 jogadores, e volto a relembrar que o limite é de 3 contra 3. Não tarda estava a teleportar pelo mapa todo a matar o que me aparecia à frente, sem saber se estava a morrer ou se tinha desbloqueado o God Mode sem querer. Foi das partidas online mais estragadas e inconsistentes que alguma vez joguei.

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As partidas públicas permitem mudar certas configurações, mas optei sempre por jogar em partidas ranked, porque o número de jogadores em Umbrella Corps já é reduzido que chega para estar a dividi-los por essas configurações. Houve alturas que tive de esperar 15 minutos até ter o lobby cheio, à procura de mais jogadores que tivessem a perder tempo a jogar isto. Sinceramente, não teria perdido muito tempo no modo online se não pudesse personalizar a minha personagem com a skin do Leon Kennedy. Tive essa sorte porque recebemos uma cópia da Deluxe Edition, caso contrário teria de pagar 15 euros por um DLC que oferece skins de personagens clássicas de Resident Evil, entre outros conteúdos que não justificam o preço.

Se certas pessoas da redação do PróximoNível tivessem ficado responsáveis em analisar Umbrella Corps, o mais provável era pagarem um balúrdio com sessões no psicólogo. No meu caso, eu tenho mais tolerância, até mesmo um certo gosto, em experimentar jogos maus. É verdade que o jogo continua a receber updates na falsa esperança de melhorar a experiência, e não nego que houveram momentos que consegui divertir-me com Umbrella Corps, apesar de forma irónica. Mas se questionarem-me se vale a pena gastar dinheiro para jogar isto, aí a minha resposta é um simples não.

Positivo

  • Destruir tudo e todos com o Brainer
  • Mapa da vila do Resident Evil 4
  • Jogar como Leon no online…

Negativo

  • … se pagarem 15 euros pelo DLC
  • Missões singleplayers repetitivas
  • Número reduzido de jogadores no online

 

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