Análise – BattleBlock Theater

Já passaram alguns anos desde o anúncio de BattleBlock Theater. No início o jogo nem sequer tinha um nome em concreto, era denominado como Game #3, tendo permanecido um pouco longe das luzes da ribalta. The Behemoth, o estúdio de Dan Paladin e Tom Fulp, é o responsável por esta nova criação e conhecido por grandes títulos como Alien Hominid ou Castle Crashers. O jogo chega então ao Xbox Live Arcade depois destes quatro anos de produção.

BattleBlock Theater é um jogo de plataformas, um pouco ao contrário dos títulos que haviam lançado anteriormente, e parece que para este título inspiraram-se noutros grandes títulos indie como Super Meat Boy mas adicionando alguns elementos puzzle. Neste jogo vamos conhecer a hilariante estória de uma personagem chamada Hatty e da sua tripulação que naufraga numa ilha misteriosa. Depois de uma pequena investigação acabamos por descobrir que esta mesma ilha está habitada por gatos avançados tecnologicamente que usam os seus prisioneiros como forma de entretenimento em performances de teatro mortíferas. Hatty está sob controlo de uma cartola mágica e é agora o cabecilha deste espectáculo sádico.

Battleblock Theater é um jogo bastante simples. Com a nossa personagem iremos apanhar as várias gemas espalhadas pelo cenário e desbloquear o portal que nos dá acesso à saída. No mínimo precisaremos de apanhar 3 gemas para desbloquear o fim do nível e passar para o seguinte, mas os mais perfeccionistas poderão apanhar todas as outras gemas extra que estão no cenário bem como um novelo de lã, sendo que estes dois items funcionam também como moeda para compras no jogo, mas isso será falado mais à frente.

Com a nossa persistência e destreza vamos tentar atravessar os cenários que nos são impostos, e também com alguma ajuda dos checkpoints – escolham o Insane Mode para ver os checkpoints desaparecer. Quantos às habilidades, a nossa personagem salta…duas vezes seguidas até, desliza, pega em objectos e dá murros. A habituação ao jogo e aos vários perigos dos cenários é feita de uma maneira bastante natural, isto porque os vários elementos do jogo, tanto os que nos matam como os que ajudam, aparecem faseadamente dando ao jogador a oportunidade de se habituar. A The Behemoth pensou bem nos puzzles que estão inseridos no jogo, isto porque grande parte são espectaculares e com twists excelentes.

Certos cenários têm a saída numa zona central, enquanto o jogador terá que percorrer toda a zona à volta para apanhar as gemas, desbloquear zonas fechadas e só depois é que conseguirá passar para o próximo. Para além dos perigos, encontramos também outras personagens no jogo, tanto inimigos que usam habilidades para nos atrapalhar, bem como animais que serão usados nestes mesmos cenários para conseguirmos progredir. A nossa personagem tem ataques especiais que permitem matar ou até atrapalhar inimigos, mas este sistema parece pouco trabalhado porque mesmo das poucas vezes que encontramos um inimigo, a nossa primeira escolha irá passar pelo confronto físico.

É possível personalizar também a nossa personagem, e de uma maneira um pouco diferente. Com as gemas que apanhamos nos cenários vamos poder desbloquear ou libertar amigos nossos em troca, que basicamente possuem o mesmo corpo mas com uma cabeça diferente. Os novelos de lã desbloqueiam ataques especiais para a nossa personagem, sendo que a maneira de troca é feita a partir alguns guardas corruptos da prisão onde estamos a ser vigiados.

Dos primeiros trailers mostrados pela The Behemoth, Battleblock Theater parecia mais um jogo multiplayer do que single-player, e a verdade é que jogar com outras pessoas é altamente divertido. Existe uma grande variedade no que podemos fazer no multiplayer online, desde entrar nas prisões de outros jogadores e jogar na sua playlist – conjunto de níveis criados pelo jogador – até trocar de prisioneiros/cabeças, fazer combates contra essa personagem, lutar por um tempo melhor num cenário designado, trabalhar em conjunto para superar cenários.

Se jogaram Castle Crashers ou Alien Hominid, então o grafismo deste jogo não vos fará grande confusão. Animações em 2D são o prato do dia neste jogo, que no fundo assenta um pouco com o motto geral deste jogo, simplicidade. Não deixa de ser um jogo pouco apreciável por causa disso, pelo contrário, até é bastante engraçado e cumpre o seu papel na perfeição. A sonoridade é excelente na sua totalidade. Começando com a banda sonora que é simplesmente espectacular e deixa qualquer um à beira de comprá-la se por acaso for lançada, e isto devido a um repertório de músicas variadas em género e altamente aditivas.

A narração é um aspecto que nos irá acompanhar durante todo o jogo, e esta merece uma atenção especial porque faz um trabalho quase inédito. O jogo ser-nos-á narrado como um conto de criança, com um narrador efusivo que tem um sentido de humor muito apurado e consegue chamar-nos à atenção. Durante todo o jogo somos também acompanhados por reacções da plateia que nos está a assistir, bem como do narrador.

Battleblock Theater é um jogo muito bom. É sem dúvida um regresso em grande da The Behemoth que apesar de não trazer um jogo inteiramente inédito, traz ideias excelentes para a mesa. Existem algumas arestas por polir, mas não tiram nenhum mérito deste jogo que é altamente divertido.

Positvo:

  • Uma narração espectacular
  • Banda sonora
  • Mecânica bastante simples
  • Puzzles interessantes e bem pensados
  • Inúmeras personagens/cabeças para desbloquear
  • Multiplayer

Negativo:

  • Tende a ficar repetitivo o single-player
  • Sistema de combate parece pouco trabalhado

Daniel Silvestre
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