Um Ultimate Game of All Time fará sentido?

Caso não saibam, decorreu recentemente a entrega de prémios anual dos Golden Joystick Awards e este ano foi uma apresentação virtual através da magia da internet.

Ao longo do cerca de duas horas, foram dados vários prémios e encontrados alguns vencedores para várias categorias. Eis os vencedores:

  • Best Storytelling – Life is Strange: True Colors
  • Best Multiplayer Game – It Takes Two
  • Best Audio – Resident Evil: Village
  • Best Visual Design – Ratchet and Clank: Rift Apart
  • Best Game Expansion – Ghost of Tsushima: Iki Island Expansion
  • Mobile Game of the Year – League of Legends: Wild Rift
  • Best Gaming Hardware – PS5
  • Best Indie Game – Death’s Door
  • Studio of the Year – Capcom
  • Best Performer – Maggie Robertson (Lady Dimitrescu)
  • Breakthrough Award – Housemarque
  • Best Game Community – Final Fantasy 14
  • Still Playing Award – Final Fantasy 14
  • PC Game of the Year – Hitman 3
  • Nintendo Game of the Year – Metroid Dread
  • Xbox Game of the Year – Psychonauts 2
  • PlayStation Game of the Year – Resident Evil Village
  • Most Wanted Game – Elden Ring
  • Critics Choice Award – Deathloop
  • Ultimate Game of the Year – Resident Evil Village
  • Ultimate Hardware of All Time – PC
  • Ultimate Game of All Time – Dark Souls

Curiosamente, o evento teve duas categorias algo invulgares, havendo lugar para Ultimate Hardware of All Time e Ultimate Game of All Time, tendo estes sido galard0ados ao PC e Dark Souls.

Se o primeiro acaba por ser fácil de perceber e até injusto para outras plataformas que não são imortais como o PC, o “Derradeiro jogo de todos os tempos” ser galardoado nesta apresentação já é um pouco mais estranho.

Pondo de lado todas as piadas sobre o fim do mundo e se havia necessidade ou se a lista é a melhor de sempre, galardoar o melhor jogo de sempre é algo confuso e até nem faz assim tanto sentido.

Começando pela questão dos respectivos lugares:

Tendo em conta os presentes na lista, não estamos certamente a falar dos melhores de sempre, mas talvez os mais influentes? E se formos falar de mais influêntes, não será Ocarina of Time mais importante que Breath of the Wild? Não fará sentido ter o Super Mario da NES ou até o Super Mario 64? Call of Duty 4: Modern Warfare ou Halo não mudaram os FPS para sempre em duas alturas diferentes? GTA 3 não é a fundação para milhares de jogos em mundo aberto?

Como é óbvio, os jogos que estão nomeados são brilhantes e valem muito a pena, são pérolas e excelentes exemplos perfeitos para demonstrar não só como a indústria evoluiu, mas também os respectivos marcos que criaram caminho para tantos que se seguiram.

Mas será Dark Souls o melhor jogo de sempre? Claro que sim. Mas é o melhor jogo de sempre? Claro que não. Confusos? Sim, acredito que Dark Souls é um marco e um jogo brilhante. É um jogo que marcou uma geração e criou um sub-género. É um jogo com uma atmosfera e ambiente único e que é vivamente recomenado para todos. Mas será melhor e mais influente que Minecraft? Será melhor e mais avassalador que um World of Warcraft? Mais intemporal e perfeito que um Tetris?

Tal como não existem jogos perfeitos, não existe um jogo que será o melhor de sempre. Existem muitas formas de escolher, pensar, opiniões e dezenas de outras coisas que fazem com que muito rapidamente um Goldeneye 007, um Skirym ou um Resident Evil 4 seja também o melhor jogo de sempre.

Por isso sim, Dark Souls merece vivamente este prémio, mas não é de todo o melhor jogo de sempre. Esse jogo já existe ou ainda estará por aparecer. Espero que já o tenha jogado ou ainda esteja vivo para o ver sair.

Podem ver ou rever a edição do Golden Joystick Awards aqui:

Daniel Silvestre
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