Review – Unicorn Overlord

Se existe um estúdio capaz de criar uma experiência impressionantes em 2D, esse estúdio tem sido a Vanillaware. Depois de jogos como Dragon’s Crown, Odin Sphere e mais recentemente, 13 Sentinels: Aegis Rim. Com esta mestria, foram capazes de criar RPGs de acção, exploração e até de narrativa. Por isso não é de estranhar que Unicorn Overlord seja uma nova experiência.

Unicorn Overlord é um jogo dá uma nova cartada no gênero de RPG de estratégia com uma abordagem focada em personagens e uma narrativa que se desdobra através das interações com os habitantes de seu mundo de jogo. Ao invés de depender de exposições longas ou monólogos sobre a história, o jogo revela gradualmente seu universo através de perspectivas de várias personagens, dando um vislumbre gradual sobre as intenções dos aliados e inimigos. A início, a narrativa parece saída do típico universo de fantasia, mas a sua profundidade é mais cativante que isso.

O protagonista é um jovem príncipe chamado Alain, que é levado para fora do seu reino enquanto a rainha faz sua última resistência contra as forças invasoras. Após um salto temporal, este está finalmente na idade de começar a construir um exército rebelde para resgatar o seu trono e o seu direito de nascença. Tendo como motor de interesse a narrativa, Unicorn Overlord faz um grande foco nas histórias são contadas e como cada elemento do mundo de Fevrith sobrevive à grande ameaça e como vão conseguir dar a volta. Fora do enredo principal, as missões secundárias permitem conhecer melhor os aliados, enquanto missões não relacionadas à história e outras tarefas do mundo aberto acabam por vos introduzir a batalhas rápidas que ajudam a interorizar a jogabilidade e melhorar as personagens com mais experiência.

Como é natural o outro centro do jogo é o seu combate estratégico e o arrebatar de recursos. A campanha central é dividida em cinco arcos com cerca de 10 horas, cada um isolado em um dos cinco reinos de Fevrith. Há um caminho ideal a seguir para seus esforços de reconquista, mas têm toda a liberdade para se movimentar pelo mapa e enfrentar lutas adicionais, o que significa que podem pesquisar onde quiser dentro do mundo aberto. O ideal é jogar o maior número de missões e história, pois existe alguma dificuldade crescente.

O combate pode parecer estranho a início para alguns, especialmente por não estarmos a combater com unidades individuais (na maior parte dos casos), mas com equipas. Dependendo dos cenários, vamos conseguir construir os nossos esquadrões que entram em combate como uma equipa. É aqui que entra o equilíbrio e estratégia de Unicorn Overlord, pois cada classe em combate tem as suas forças e fraquezas e algumas delas só podem ser derrotadas facilmente se usarmos uma classe bem diferente. A juntar as capacidades de uma personagem para curar ou fazer buff aos colegas e outras que defendam os atacantes, é a chave para a vitória.

Cada vitória em combate abre espaço para que as personagens ganhem experiência e fiquem mais fortes, é aqui que muitas vezes o jogo nos deixa aproveitar o que se está a passar no campo de batalha, pois deixar um adversário incapacitado após um combate com uma personagem mais forte, pode abrir oportunidade para dar o golpe final com uma mais fraca. Gerir estas afinidades e vantagens e melhorar as equipas de forma a construir os combos ideais acabam por se tornar numa espécie de pequena obsessão.

Visualmente, Unicorn Overlord é impressionante. A direcção artística é muito forte e o design dos cenários e personagens é um ponto muito alto. As cores fortes e as animações são acompanhados de vinhetas que descrevem alguns dos acontecimentos e ajudam a criar uma apresentação que merece ser destacada. O trabalho sonoro por seu lado também é muito bom no que toca à sua banda sonora que tem vários temas épicos e memoráveis. Quanto às vozes, nem todas são verdadeiramente uma grande vitória, mas a maioria das personagens que importa estão bem trabalhadas e a sua prestação acaba por crescer ao longo das horas.

Como já foi mencionado anteriormente, Unicorn Overlord é um jogo que vai facilmente acima das 50 horas de jogo e isto não havendo um foco demasiado grande em fazer todo o conteúdo alternativo, encontrar todas as forças aliadas, missões alternativas e obter os equipamentos mais fortes.

Uma vez mais, a Vanillaware acertou na muche e Unicorn Overlord é um jogo que merece muitos elogios. A sua mistura de mundo complexo e vasto que combina estratégia em tempo real com jogabilidade de RPG tático. É verdade que evoca à memória jogos como Final Fantasy Tactics ou Ogre Battle, mas o seu misto de elementos de jogabilidade que até evocam Fire Emblem, fazem dele um jogo verdadeiramente recomendado.

Positivo

  • Combate estratégico, desafiador e recompensador
  • A história envolvente e detalhada
  • Visual e arte soberbos
  • Exploração do mundo
  • Boa banda sonora

Negativo:

  • Grinding pode se tornar repetitivo
  • Complexidade do combate ainda consegue intimidar
  • Demasiadas funções e elementos para dominar logo a início

Daniel Silvestre
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