Review – The Last of Us Part II Remastered

Durante a fase de lançamento do remake de The Last of Us, estive por pouco por fazer um artigo que colocava algumas questões sobre a verdadeira necessidade de ter um Remake do primeiro jogo quando havia possibilidade de jogar o Remaster que tinha tido até direito a uma versão PS4 que corria igualmente bem na PS5.

Pensando da mesma forma e tendo em conta que The Last of Us: Part 2 é um jogo até bastante recente e lançado na PS4, não haveria assim tanta necessidade de o converter para uma versão Remaster na PS5. Foi a pensar nisso que a Naughty Dog e a Playstation resolveram que seria mais sensato apetrechar o jogo com conteúdo extra além do upgrade visual e verdade seja dita, é uma boa opção para quem nunca o jogou ou é um fã enorme da série.

No seu “core”, The Last of Us Part II Remastered é a mesma experiência que o anterior. Vivem aqui a história de vingança de Ellie e a demanda trágica de Abby. A história continua a ter um peso enorme em termos de desenvolvimento de personagem e da inevitabilidade daquilo que as rodeia. No meu caso, foi quase doloroso reviver esta história, não por ser um mau jogo de todo, mas especialmente pela forma como transforma personagens como Ellie em algo bem diferente do original.

A parte mais importante deste remaster e os principais motivos para que ele faça sentido em existir para quem já o jogou antes, é a introdução dos seus conteúdos extra que englobam novo material jogável e um modo totalmente novo inspirado nos sistema Rogue Like de sobrevivência com o nome No Return, sendo este a novidade mais importante desta edição.

Para começar temos os Lost Levels e comentários da equipa de desenvolvimento. Se o segundo é bastante óbvio, os Lost Levels são versões rudimentares de áreas que forma cortadas do jogo original que foram removidas por um ou vários motivos. Ao explorar podem perceber o motivo de terem sido removidos com pontos de interacção. É interessante conhecer estes momentos e ao menos é algo que introduz elemento para explorar.
Depois temos a possibilidade de tocar a icónica guitarra (e alguns instrumentos extra) num modo livre que tem até acesso a rankings. É uma adição gira, mas não vai interessar a todos.

A maior novidade no meio de tudo isto é mesmo o modo No Return, aqui podem escolher várias personagens da história e jogar um modo de sobrevivência com variantes de acção onde o objectivo é ir progredindo pelos cenários gerados e sobreviver o máximo de tempo possível. Tendo em conta toda a pressão do combate na campanha e recursos limitados na maior parte do tempo, é bom ter este modo para ter mais liberdade e até treinar se for o vosso caso.

O melhor deste modo é que não se limita apenas ao básico de um Roguelike, pois adiciona algumas coisas que o levam a querer durar mais tempo do que um simples extra. Além de haver personagens, inimigos e fatos para desbloquear, existem “modifiers” que alteram bastante o formato dos encontros com inimigos e existem quase sempre missões e objectivos secundários para fazer que nos permitem desbloquear coisas extra para modificar a jogabilidade das personagens. Tudo isto faz com que seja um modo que vale a pena repetir, mas tenho imensa pena que não exista possibilidade de partilhar o No Return com pelo menos uma pessoa a mais, fosse online ou coop local.

Por fim, temos a questão do visual. Não nos podemos esquecer que The Last of Us Part II Remastered já era um jogo bastante forte na PS4 e houve aqui trabalho para lhe dar um salto em qualidade. As texturas estão mais ricas, o jogo corre com bastante fluídez e podem jogar em 4k ou com VRR que tenta misturar o melhor do visual com o melhor da fluídez. De qualquer forma, é um Remaster, por isso não contem com o salto que ocorreu do Remaster de The Last of Us Part 1 para o Remake da PS5.

Quando o joguei no lançamento, tive a sorte de não ter feito a análise e de lhe ter dado o tempo todo necessário para o digerir e a verdade é que tirando algumas decisões de história e como ela é contada, The Last of Us Part II Remastered continua a ser um jogo bastante forte e claramente recomendado. Porém, neste caso, idealmente para quem não o jogou antes ou quem quer fazer upgrade da versão PS4 para ter mais deste universo nas suas vidas.

Todos sabemos o motivo deste lançamento, a segunda temporada de The Last of Us da HBO está em produção e a melhor forma de encher este tempo de espera é aproveitar para dar aos novos fãs uma oportunidade única de conhecer a história que vai inspirar a série. É cedo para saber o quanto vai mudar, por isso é bom ter aqui o conteúdo original.

Positivo:

  • Modo No Return
  • Lost Levels são interessantes
  • Podem fazer Upgrade da versão PS4
  • Comentários da equipa de desenvolvimento
  • Adição do VRR

Negativo:

  • Modo No Return seria ainda melhor a dois
  • Encadeamento da história
  • A versão PS4 ainda chega para quem a jogou

Daniel Silvestre
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