Review – Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name

A série Yakuza sofreu algumas transformações ao longo dos últimos anos, mas é mais que certo que nunca perdeu a sua identidade principal, seja a bater nas pessoas com Kiryu, a lutar por turnos com Ichiban ou a resolver mistérios com Yagami em Judgment, a série já mostrou várias faces para a mesma moeda.

Embora o futuro esteja totalmente a apontar para o formato RPG com combates por turnos, Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name é uma espécie de “pequeno” episódio à parte que explica a história e motivos pelo qual Kiryu está vivo e como isso vai levar aos acontecimentos de Like a Dragon: Infinite Wealth que vai sair já em Janeiro. Aliás, até é possível experimentar um pouco do jogo através do menu.

Mas vamos mesmo mudar o foco para Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name e aquilo que este representa para a saga. A sua existência é algo estranha, pois com a mudança da série principal para outro protagonista e um formato em RPG por turnos, parece que o sistema de combate clássico iria ser agora usado para Judgment. Ao que parece, este Dragão tem três cabeças e nada impede a existência de Gaiden.

Aqui jogamos com Kiryu novamente numa aventura cheia de conspirações e reviravoltas, onde somos agora uma espécie de espião lutador que tem de esconder a sua identidade, embora só usemos óculos para isso, o que se reflete no facto de quase todos os grandes inimigos conseguirem sempre identificar o protagonista.

Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name consegue ser bastante familiar, pois recorre a parte do mapa de Yakuza Like a Dragon para o seu hub de jogo. A maioria das coisas estão nos mesmos sítios e só algumas áreas novas é que vão dando algumas piceladas de distinção. A exploração dos cenários segue o mesmo estilo de sempre, agora com a vantagem de pudermos usar uma espécie de corda eléctrica que sai do relógio de Kiryu para apanhar objectos à distância.

O combate recorre também ao sistema clássico dos anteriores, sendo um brawler directo. Quando encontramos inimigos surge uma arena e temos várias formas de agredir os inimigos a nosso bel-prazer. Para isso podemos atacar, agarrar desviar e aproveitar combos para dar ainda mais dano. A maior novidade são as ferramentas electrónicas que podemos usar em combate para criar estratégias. Existe a tal corda que pode puxar inimigos, drones que atacam inimigos e até uma espécie de ponta de cigarro explosivo. São coisas à James Bond que até fazem sentido por aqui.

Como antes, Kiryu volta a ter várias formas de combate que funciona como estilos. Estes estilos são mais focados em ataques, defesas e engenhocas, o que é algo que sempre fez parte de Yakuza durante a série principal e que continua a funcionar aqui igualmente bem. Sendo um dos melhores do seu género, é impressionante ver como o combate mantém a sua grandiosidade e funciona muito bem, ao ponto de ser um dos elementos maiores do jogo.

Fora dos combates e afins, Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name não seria um digno sucessor da série se não tivesse uma grande panóplia de coisas para fazer pela cidade. Os meus favoritos de sempre são os jogos que estão nas arcades e passei bastante tempo a jogar Sonic Fighters, mas especialmente Fighting Vipers 2, uma série que já podia ter tido um novo jogo, ou mesmo regressar num Fighters Megamix. Existem também as visitas aos Cabaret que agora usam vídeos de actrizes reais, Karaokes, corridas de miniaturas, entre outros. É uma pena que muitos dos jogos sejam repetidos e possam ser demasiado familiares para quem já jogou estes jogos recentemente.

Em termos técnicos, Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name é um jogo bastante sólido e com um visual muito bom. A versão que joguei foi a de PC e correu muito bem tanto na minha torre como na Steam Deck. Se bem que nesta última consegui ver a aplicação do FSR2 a ajudar a conseguir atingir os 60fps em upscale. Este jogo também funciona muito melhor com comando do que com teclado, o que é o ideal.

Sonoramente, temos uma boa banda sonora que encaixa dentro do que já estamos habituados e um grande trabalho em termos de vozes, quer na versão inglesa, quer na versão japonesa. O ambiente do cenário também está bem recriado e dá vida ao mundo de jogo.

Apesar de parecer uma versão algo mais light de um lançamento completo do passado da série, Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name é um jogo que ainda vai além das 20 horas com tudo feito. Claro que nem tudo merece a mesma atenção e há que só se interesse mesmo apenas com a história, de qualquer forma, não é um investimento mal feito para quem quer mais Yakuza à moda antiga na sua vida.

Positivo:

  • Regresso de Kiryu
  • Combate divertido
  • Boa história

Negativo:

  • Conteúdo reutilizado
  • Parece muito uma side-story

Daniel Silvestre
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