ICO é uma obra prima. É um jogo ao qual consigo sempre regressar para contar algo mais ou para dar mais um exemplo sobre a nossa realidade.
ICO foi lançado de forma tímida na PS2 em 2002 e foi um verdadeiro sucesso entre o público menos casual. Uma legião de fãs reconheceu o trabalho que Fumito Ueda depositou em ICO e aquilo que queria contar. Isso valeu para que fosse lançado também como remaster na PS3 e tivesse novos jogos dentro do mesmo universo como Shadow of the Colossus e The Last Guardian. Ao que tudo indica, Fumito Ueda estará a desenvolver algo novo para este ano.
ICO não tem uma história bonita. A narrativa conta a aventura de um rapaz sacrificado e destinado a morrer enclausurado. Com sorte, ICO consegue escapar e tem de percer como fugir da fortaleza onde foi deixado e lutar contra fantasmas que assombram o local.
Embora pareça saído quase de uma história de terror, ICO é tudo menos isso. É uma história de coragem, sobrevivência e amizade, pois ICO encontra pelo caminho Yorda, uma fantasma também ela prisioneira. Embrenhados nesta situação, ICO e Yorda unem esforços para chegar à salvação.
ICO é um jogo bastante luminoso e com cenários imponentes, mas nunca nos sentimos seguros em lado nenhum, especialmente quando deixamos Yorda sozinha durante muito tempo e os fantasmas aparecem para a tentar levar para o seu mundo obscuro.
Não nos sentimos seguros em lado nenhum, até que surge o local para guardar o jogo, bancos esculpidos em pedra branca luminosa onde ICO e Yorda se sentam para descansar. Tal como há 25 anos atrás, quando me lembro de ICO, de imedito penso na música que toca a partir do momento em que nos sentamos e passamos para o menu de gravação. Momento em que o mundo para e Heal começa a tocar.
Heal é capaz de ser uma das mais belas e maravilhosas melodias já criadas. É uma música que nos envolve com uma calma e tranquilidade que apenas consigo imaginar como a de uma criança ainda na barriga da mãe. O próprio nome da música “Heal“, é o nome ideal para esta composição e descreve de forma clara o seu objectivo: “Curar”.
Heal é uma música simples e até bastante curta, mas está carregada de um poder gigantesco. É uma música que carrega uma energia alegre e calmante, algo bastante distante mas necessário nos dias que correm, onde estamos cada vez mais próximos de explodir à mais pequena adversidade e nos vemos constamente envolvidos numa chuva de problemas e crises a todos os níveis. Para mim, Heal serve quase como que um porto seguro, uma música à qual regresso sempre que preciso acalmar, relaxar, pensar e reencontrar o que é bom no mundo. Heal é uma verdadeira calma no meio de qualquer tempestade.
Se leram estas linhas até ao fim, façam a experiência. Desliguem-se do que vos rodeia durante uns minutos, ponham uns phones e fechem os olhos durante um bocado enquanto deixam que Heal toque (seja a versão curta em cima ou a alargada em baixo). Espero que seja um pequeno momento que ajude a melhorar o vosso dia.
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