God of War Ragnarok e a história da edição de coleccionador sem disco

É dia 8 de Novembro de 2022. Foram à loja porque sabiam por que um amigo vos disse que o God of War Ragnarok saía hoje. Vão determinados para comprar o jogo porque gostaram tanto do primeiro que querem comprar o novo logo no dia de lançamento.

Chegam à loja e logo nas prateleiras mais a baixo onde a versão base está, estão duas caixas de edição de coleccionador de God of War Ragnarok. Íam com vontade de comprar o jogo normal, mas lembram-se de terem ficado arrependidos de não terem comprado a edição de coleccionador do original que tinha uma estátua bem catita.

Por impulso e também cheios de vontade, acham-se sortudos de ainda terem visto duas na prateleira e resolvem que é desta vez que o investimento vai para uma edição de coleccionador. Afinal, se o primeiro foi tão bom e este até tem uma estátua do martelo do Thor que conseguem ver na caixa, vai ser ideal para um fã de God of War como vocês.

Pagam o jogo ainda a pensar nos 200 e poucos euros que estão a investir e vão contentes para casa, ansiosos para começar a jogar, mas também para ver o que está dentro da caixa. Já lá vão alguns anos desde a vossa última edição de coleccionador e tirar estes coleccionáveis físicos e expor lá por casa será uma boa forma de ambientar a coisa antes de começar a jogar, afinal o jogo ainda deverá ter alguns patches para instalar e isso demora sempre alguns minutos.

Chegam a casa e começam a abrir a vossa edição de coleccionador. Começam por retirar a caixa de jogo e o resto das coisas para a mesa e claro, o martelo de Thor é a vossa maior atracção. Depois de o apreciar por uns minutos e pensar onde o vão colocar, lembram-se que é melhor meter o jogo a instalar e assim perder menos tempo.

Abrem a Steelbook e ficam surpreendidos por não ver lá dentro o disco. Se não está lá, deverá estar numa caixa de jogo normal que deverá vir dentro da caixa. Com bastante afinco, procuram dentro da caixa de cartão e nada. Será que caiu ao chão? Nada também! Será que foi um erro e a caixa não veio nesta edição de coleccionador?

Continuam a procurar e por descargo de consciência abrem a Steelbook novamente e nada, só o lugar vazio para colocar o CD. Dentro dela só estão os tradicionais papéis para descarregar coisas por DLC e um código para descarregar…o jogo?

Ficam incrédulos. Será mesmo? Uma edição de coleccionador sem um Disco? Um código digital no meio de tantas coisas de plástico e cartão? Para quê uma caixa de metal de um jogo se este não está lá dentro?

Olham novamente para a caixa de cartão enorme já quase vazia de coisas e pensam que deram perto de 200 euros por uma edição de coisas físicas que não tem como físico o mais importante e aquilo que vos fez comprar. Dentro desta caixa não está a disco de jogo, o pedaço de plástico redondo que queria meter na caixa de metal e expor na prateleira. É um vazio no meio do nada.

O código entra à primeira na consola e o jogo começa a descarregar, mas enquanto a barra de estado avança, sentem-se cada vez mais desapontados. Tentam fazer lógica da coisa. Tentam imaginar os vossos amigos a dizer “Devias ter-te informado antes de comprar” e outro que diz “Tem de ser digital. Já ninguém quer coisas físicas. Como é que os donos da PS5 Digital iam conseguir jogar?”. Todos estes argumentos estão certos, mas é o vosso dinheiro e o vosso investimento. Por 200 e muitos euros não podia vir um código e um disco? O que é que a Sony perdia com isso?

Onde está a piada de uma edição de coleccionador de um jogo, quando nem sequer aquilo que identifica o jogo está dentro da caixa?

Daniel Silvestre
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