Há 20 anos, seria lançado o Gran Turismo 3. Sinceramente, só o tive por volta de 2004 e caí no erro de o emprestar, sem o ver de volta.
Quem nunca. No entanto, de uma coisa não fiquei sem: várias horas e inúmeras tentativas de melhorar os melhores resultados. Isso e as memórias, do meu Chrysler. Fui pesquisar, jurava a pés juntos que o carro não se chamava assim, mas quem quiser entrar um pouco na minha cabeça quando penso neste jogo aqui têm:
Ver este carro em Portugal, é raro. Mas caramba, quando o vejo… pergunto-me sempre: Porque raios é que tentava sempre ir com este carro contra outros melhores? É que ainda por cima é feio!
Eu sei que, muito provavelmente, para os leitores mais novos, estes não estão à espera de saudosismo por um jogo de corridas. Contudo, este jogo foi mesmo colocado num pedestal entre “os melhores jogos de sempre”. O objetivo do jogo era vencer, tão simples quanto isto. As pistas, além de simples e eficazes, eram acompanhadas com uma trilha sonora clássica.
Finalizando, o mais simples e… real. O Peugeout 206? Que lindo. Vê-lo naquela intro e depois ser capaz de o fazer comer pó, como se tivesse mesmo numa competição amadora e foleira. Num jeito estranho, senti-me um pacóvio dos carros a jogar Gran Turismo 3 e adorei.
Para acabar em beleza, só temos de apertar o travão de mão e guinar o carro e deixar o João falar de Harry Potter.
Ah! E se alguém tiver dúvidas sobre a prestação gráfica do jogo, vejam só o que é agora possível de fazer com um melhor sistema:
Foi também há 20 anos, que uma das grandes sagas do cinema (e da cultura pop) marcou a sua estreia. Oriundo dos livros de mesmo nome, Harry Potter (mesmo ausente) continua a ser presença assídua geração após geração, tendo marcado a infância de milhares de pessoas. Como tal, fui uma dessas pessoas que cresceu a ver, embora, tenha apenas memória dos três primeiros filmes, que por sinal, cheguei a ver através, das raras, versões dobradas em português.
Mas o que torna Harry Potter And The Philosopher’s Stone tão memorável? Bem, por se tratar de um filme de fantasia, é natural que haja toda uma aura mística e aventuresca à sua volta. Quem não se lembra da cena do Sorting Hat, onde cada aluno é selecionado, para uma das quatro casas? Do icónico jogo de Quidditch, onde o Harry faz de tudo apanhar o pequeno Golden Snitch? Ou até quando Harry, Hermione e Ron têm de vencer um jogo de xadrez humano, de forma a chegar à Philosopher’s Stone?
Mesmo tendo um elenco jovem, e até pouco experiente, diria que o filme passa o teste do tempo, é realmente uma história intemporal que consegue agradar a um público muito maior do aquele que era esperado. Até porque a narrativa bate em quase todos os pontos daquilo que é a “Hero’s Journey” (Jornada do Herói), sendo por isso algo que facilmente se deixa mergulhar no nosso imaginário, que está presente em tantas obras com a mesma estrutura, como Lord Of The Rings ou The Matrix.
Outro aspeto marcante é, sem sombra dúvida, a banda sonora a cargo de John Williams. Puxa-nos para aquele mundo, estabelecendo um tom muito próprio, quase invocando um certo mistério, daquilo que está por vir na escola de Hogwarts. Por outro lado, é o filme mais “inocente” e leviano da franquia, comparando com os seguintes. Sendo também aquele que mais está contido na “bolha da nostalgia” da perceção do público geral, pois como referi, muitas pessoas cresceram a vê-lo.
Uma última nota seria destacar, algo que, por vezes, vejo ser ignorado, que é a qualidade (e quantidade) dos adereços e objetos em cena, em especial, na divisão onde eram feitos os banquetes e cerimónias. Desde as velas flutuantes à entrega de correio por corujas, tudo é marcante e inesquecível!
E assim termina a nossa primeira edição da rubrica de Foi Há 20 Anos, na próxima semana vamos também trazer outras duas obras…Um que mudou radicalmente a sua franquia para o formato 3D, com muitos veículos, explosões e um vasto leque de armamento à mistura e outro que narra a aventura de uma jovem rapariga numa viagem de autodescoberta e crescimento, num mundo fantástico.