Em relação à luta de Galos em Far Cry 6 [Opinião]

Recentemente, a Ubisoft lançou para o mercado Far Cry 6, mais um dos muitos jogos dentro do universo da franquia.

Acontece, tal como em tantos jogos do género, é preciso encher o mundo com actividades alternativas de forma a criar mais contéudo e coisas para o jogar fazer nestes mundos abertos. Mas tal como ditam as regras desde há uns anos para cá, especialmente no que dita a videojogos, haverá sempre alguém que fica ofendido com algo que terá sido colocado no jogo, seja uma imagem, uma personagem ou algo que é possível fazer.

Pois bem, um dos mini-jogos incluídos em Far Cry 6 chamou a atenção da PETA, a qual se mostrou ofendida e exigiu a alteração do modo onde lutamos com e contra outras galinhas/galos dos outros residentes de Yara (a região do jogo).

“Transformar as Lutas de Galos num videojogo horrível e sangrento ao estilo de Mortal Kombat, está longe de ser inovador, uma vez que a sociedade se opõe fortemente ao combate até à morte entre animais. Os Galos/Galinhas presentes nestes combates usam garras afiadas que conseguem cortar pele e osso, causando lesões fatais e dolorosas. A PETA LATINO pede com um urgência que a Ubisoft altere este mini-jogo por outro que não glorifique esta crueldade.” Alegou Alicia Aguyano da PETA Latino.

Dado o arrancar desta controvérsia, a Ubisoft fez questão de responder ao Polygon (obrigado IGN Portugal) que “Far Cry 6 é um trabalho de ficção, com lugar em Yara, uma ilha fictícia das Caraíbas. Muitas das actividades opcionais fazem parte da cultura e história, que por sua vez foram inspiradas nas culturas da america latina.”

Sem dúvida alguma que a PETA tem toda a razão. Não se deve tolerar crueldade animal! Isso é um ponto indiscutível, os animais não devem ser maltratados em nenhuma situação e é simplesmente cruel e desumano…no mundo real. Não nos podemos esquecer que em Yara a nossa personagem e outras personagens matam centenas de humanos ao longo das primeiras horas. Alto altamente reprovável e também desumano. Sem dúvida. Num jogo? Nem por isso.

Não nos podemos esquecer que estes jogos são feitos e criados para maiores de idade e pessoas que sabem bem o que querem jogar. Como é natural, algumas crianças vão poder jogar Far Cry 6 e matar centenas de pessoas e lutar com galinhas que, até chega a ser interessante, não lutam até necessariamente até à morte neste mini-jogo.

Esta controvérsia soa a momentos clássicos como as queixas sobre GTA e a sua violência ou novamente a PETA e a escravatura em Pokémon. Claro que é altamente reprovável, mas a prática no mundo real, não num videojogo.

Por muito que uma pessoa mais influênciável fosse ao encontro de replicar lutas de galos que viu em Far Cry 6, o mesmo podia acontecer com pessoas que matam pessoas no Fortnite, pessoas que iam guiar perigosamente porque conduzem violentamente no Burnout ou pessoas que iam plantar hortas por jogar Stardew Valley.

O mundo real já é um lugar mau e violento por si e os jogos até acabam por ser uma das melhores formas de mostrar de forma satírica o pior que existe no mundo. Eu que sou um grande defensor do fim das touradas, não ia ficar chocado por as ver num jogo, afinal, mostra a cultura de um determinado local sem ferir o animal. Aliás! Até defenderia essa prática ser passada para o digital por isso mesmo. Nada de crueldade para o animal real e o espetáculo para quem o quer ver.

Em jeito de conclusão. Sim, concordo 100% com a PETA na situação de evitar crueldade no mundo real, mas concordo 100% com a Ubisoft em decidir manter o mini-jogo. Talvez a PETA devesse esforçar mais a tentar encontrar e prevenir crueldade no mundo real onde ela continua a existir, do que num jogo onde zero galos foram magoados.

Daniel Silvestre
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