Domingo Nostálgico #1 – MS-DOS e o PC 386

Grande parte de nós tem uma forte ligação com o passado e todos os bons momentos nostálgicos, e no meu caso existe na minha mente uma colecção enorme de momentos que são de destaque e que atingem várias gerações do mundo dos computadores. Para este primeiro capítulo da rubrica Domingo Nostálgico vou dar-vos a conhecer a minha primeira experiência com um PC e o momento interessante que foi ter no meu quarto algo que parecia surreal para mim, e a cara que faço em cima permanece igual e representativa da minha perplexidade para com todo este universo.

Apesar de ter começado pelo mundo dos computadores caseiros através do ZX Spectrum de um familiar meu, tive o meu primeiro PC algures no final dos anos 90 mas a verdade é que a experiência foi mágica. Como aconteceu com muitos de nós, o meu velhinho Compaq com um processador 386 foi comprado a um amigo de família e baseava-se numa máquina simples com um leitor de disquetes e sem placa de som.

A experiência foi bastante agridoce e de grande desenvolvimento da minha parte, sendo que fui aprendendo conceitos como o input de comandos básicos como mover, apagar ou copiar ficheiros, bem como a compressão e descompressão dos mesmos. Não foi relativamente fácil, mas graças à resiliência típica de uma criança curiosa, foi possível aprender imenso e ver imensa actividade num ecrã preto e composta apenas por letras.

Descobrir opções como “dir /p” que nos davam a lista total de ficheiros dissecada por páginas para podermos ver, foi apenas um dos momentos de explosão de um cérebro fresco e com conhecimentos quase nulos de informática. Rapidamente aprendi a gerir todos os ficheiros que me apareciam à frente e sabia exatamente tudo o que estava à minha frente.

Mais importante que isto tudo, é que a partir daqui descobri como é que se abre uma pasta e como se iniciava um jogo. Praticamente tudo o que eram ficheiros com a terminação “.exe” podia ser executados, portanto bastante escrever o nome do mesmo e carregar Enter para vermos a magia a acontecer a uma velocidade estonteante. Nesta mesma altura descobri jogos Prince of Persia, 4DS Stunts, The Lost Vikings, Pinball Fantasies, SimCity ou até Lemmings, Elifoot, Doom, Wolfenstein 3D, Indy 500…não iria parar com a lista de jogos.

Ao contrário de muitos PCs que já tinham uma placa de som incluída ou adicionada posteriormente, o meu velhinho computador só possuía algo de nome internal speaker. Esta coluna interna de apenas um canal de som, exibia um som semelhante a um despertador antigo que conseguia lançar o som do software que estava a ser corrido e que facilmente irritava os meus pais e tudo à volta. Para mim era espectacular e um método que não me incomodava.

Por esta altura os jogos eram facilmente copiados entre PCs de amigos para amigos através de disquetes e as chances de apanharmos vírus informáticos eram relativamente fáceis. Lembro-me perfeitamente de apanhar um clássico entre os computadores em território luso de nome Barrotes.

Alguns dos vírus exibiam manifestações interessantes no ecrã e o Barrotes era um desses, isto porque para além de corromper vários ficheiros do nosso disco rígido o nosso ecrã ficava com barras verticais como manifestação específica deste vírus que passava a entrar em acção.

Depois de passar pelo velhinho MS-DOS, dei rapidamente um salto para o Windows 3.11, mas isso será um texto para outra altura em específico.

Podem ver também a minha opinião sobre o acima mencionado Indy 500:

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