Do Pior…para o Melhor! #3 – Star Wars

Nota: Esta rubrica pretende ordernar em termos de qualidade, vários videojogos, filmes ou outras obras de entretenimento, dentro da sua fraquia. Isto não quer dizer, que por uma coisa estar em último lugar, seja necessariamente má, simplesmente em comparação com as restantes é mais fracaReforço ainda, que esta rubrica é baseada numa opinião meramente pessoal

 

11 – Star Wars: Episode VIII – The Last Jedi (2017)

O grande divisor de águas, ora é adorado e visto como o melhor, ora é menosprezado e visto como o ponto mais baixo da saga. Pessoalmente, encontro-me mais no segundo lado. Ainda me lembro da minha experiência ao vê-lo pela primeira vez, toda a antecipação e hype criado com trailers e entrevistas, pois prometia ser o mais revolucionário de todos os Star Wars. O que até foi verdade, uma vez que conseguiu dividir a comunidade de tal forma, que nem as prequels chegaram perto. Isto deveu-se muito ao director, Rian Johnson e às suas “escolhas artísticas”.

Foi lhe dado toda a liberdade criativa para fazer o filme à sua maneira, pouco trabalho de consultoria foi prestado pela equipa da Lucasfilm, ou sequer por George Lucas (que outrora foi uma peça crucial na criação de The Force Awakens). O que se refletiu no resultado final, desconstruindo as bases iniciadas no filme anterior, mudando radicalmente o arco de várias personagens, e tentanto “surpreender” ou citando o próprio [Rian Johnson], ” subvert your expectations”. 

Em termos técnicos cinematográficos The Last Jedi é um bom filme, tanto ao nível da direção, da iluminação e do elenco (excepto Rose Tico), entre outros aspectos. Mas ao nível de um filme de Star Wars (que é o que realmente importa) falha miseravelmente em continuar aquilo que foi estabelecido previamente. E quando tenta tocar nessa vertente, acaba por estragar, mais do que melhorar, veja-se o arco de Luke Skywalker ou de Snoke. Seja como for, The Last Jedi deixou uma nódoa negra, irreparável, na saga Star Wars, e sobretudo, naquilo que foi o futuro desta franquia, no período que se seguiu ao seu lançamento.

 

10 – Solo: A Star Wars Story (2018)

Segue-se nesta lista o filme que ninguém pediu e aquele que mais dinheiro custou a ser produzido. Depois de muitas controvérsias, com trocas súbitas de directores, Han Solo: A Star Wars Story acabou por ser lançado, contudo não teve lá grande impacto, tanto ao nível de audiências, como da própria comunidade de fãs. Pessoalmente, foi um filme que demorei bastante tempo para dar uma chance, e quando dei, acabei mais inclinado para o lado negativo. Han Solo sempre foi uma personagem cujo passado dava asas à imaginação do espectador, daquilo que poderia ter ou não feito, e das inúmeras aventuras e desafios que enfrentou. Contudo ao se revelar grande parte do historial da personagem, esta acaba por perda a mística, que lhe é tanto atribuída, graças ao seu carisma.

Independentemente disso, o filme apresenta outras personagens novas, que ou acabam por ter pouco tempo de antena, quando são interessantes (L3-37, Lando) ou quando não o são (Beckett, Qi’ra) têm demasiada exposição do que aquela que era necessária. Posto isto, ao nível da estrutura o filme foca-se demasiado no pseudo “fan service” (sendo que ninguém pediu), que acaba por moldar um conjunto de premissas que servem apenas para a exposição deste conceito, e não para a construção das personagens e/ou universo. Em suma, Han Solo: A Star Wars Story é um filme que ao querer atirar constantemente várias curiosidades acerca da personagem principal, se vê obrigado a alterar continuamente de cenas e de plotlines, para satisfazer esta necessidade do guião. Portanto além de desnecessário, é também medíocre.

 

9 – Star Wars: Episode I – The Phantom Menace (1999)

Abordando já uma das questões mais mediáticas do filme, refiro que Jar Jar Binks não me faz tanta confusão como aquela que provoca a muita gente. Posto isto, a meu ver, o verdadeiro problema de The Phantom Menace prende-se com o seu ritmo arrastado e com a dificuldade da definição clara de um protagonista. Primeiro, quanto ao ritmo arrastado, este acaba por estar mais presente durante toda a metade do primeiro acto, até ao final do segundo, sendo por isso mais visível e marcando mais a sua presença.

Quanto à dificuldade de definição de um protagonista, esta deve-se muito à alternancia entre Qui Gon Jinn, Obi Wan e Anakin, dando a entender, por vezes, que a direção teve problemas em quem se focar no filme. Além disso, acaba por ser uma entrada com o pé esquerdo, na trilogia que iniciou. Sendo o mais fraco, na esmagadora maioria dos aspectos, quanto aos outros dois. Contudo, o terceiro acto tem alguns momentos bem conseguidos, sendo as cenas de Darth Maul, as mais memoráveis deste filme.

 

8 – Star Wars: Episode II – Attack Of The Clones (2002)

Não há muito que tenho apontar acerca de Attack Of The Clones, não o acho tão desinteressante como The Phantom Menace, mas ao mesmo tempo não houve nenhuma melhoria drástica, que o faça acentuar-se. A introdução de Count Dooku foi bem-vinda, já o mesmo não posso dizer, em relação a outro antagonista, como Jango Fett, que teve uma entrada e saída prematura. Apenas reforço que este filme fez um bom trabalho em dar os primeiros passos, naquilo que se tornou o caminho de Anakin para o lado negro da Força. E conta algumas cenas visualmente apelativas, as quais se manifestam na esmagadora maioria dos planetas apresentados.

 

7 – Star Wars: Episode IX – The Rise Of Skywalker (2019)

Como já havia mencionado aqui, não consigo culpabilizar totalmente este filme pelas suas escolhas criativas, uma vez que o seu fio condutor, dependia em grande medida de The Last Jedi (e todos sabemos o que veio daí). Portanto, é um filme que tenta agradar a toda a gente, de várias formas, de modo a entregar um final minimanente satisfatório e que amarre a trilogia e a saga onde está inserido. Não é a forma perfeita de concluir uma saga de mais de 40 anos, contudo, também não é a pior.

Independentemente dos plot devices usados e das surpresas inusitadas, o filme conta com algumas  cenas bem conseguidas. Ainda assim, o seu verdadeiro problema prende-se com o potencial que poderia ter tido, caso o seu antecessor tivesse seguido a estrutura narrativa, introduzida em The Force Awakens, mas não foi este o caso. Entreteve-me, é verdade, mas não se destaca suficientemente para considerá-lo um dos melhores.

 

6 – Star Wars: Episode VII – The Force Awakens (2015)

De longe The Force Awakens é o melhor filme da nova trilogia, ainda que jogue muito pelo seguro, recriando praticamente a estrutura do guião de A New Hope. Não obstante, consigo perceber perfeitamente o porquê de ter adoptado esta escolha narrativa. Neste sentido, sendo uma nova introdução da saga para uma geração igualmente mais nova, tinha de agradar a esta última, e satisfazer os desejos mais profundos dos fãs, os quis já havia colhido para si, ao longo dos anos. Devo dizer que conseguiu, pois ambos os lados sairam agradados no final da experiência, e isso reflectiu-se no feedback que outrora recebeu.

Apesar da personagem de Captain Phasma ter sido muito mal aproveitada (e bastante usada no material promocional), todos os restantes elementos cumprem o seu propósito, até mesmo as personagens veteranas. Sem sombra dúvida, o seu maior trunfo era o potencial que carregava para futuras continuações, contudo (mais uma vez), o resultado desse “futuro” não foi assim tão positivo quanto isso. Acabando por quase todas as suas bases terem caído por terra no seguinte título.

 

5 – Rogue One: A Star Wars Story (2016)

Este é daqueles filmes que o final o salva completamente. Quando a maioria das pessoas fala sobre Rogue One é geralmente para apontar alguma qualidade do último acto do filme, seja a cena de Darth Vader ou do confronto espacial e terrestre em Scarif. Embora, de facto o último acto seja efectivamente uma das melhores coisas que já saiu do universo de Star Wars, o restante filme acaba por beirar um nível de qualidade aceitável (não no melhor dos sentidos), que entretém minimamente até chegar ao final.

Isto deve-se muito ao build-up construído ao longo da obra, para se chegar ao tal final primoroso. Ainda assim introduz uma panóplia de personagens, que acabam por não ter assim tanto desenvolvimento como poderiam ter tido, caso o seu número tivesse sido mais reduzido, desta forma torna difícil a identificação do espectador com estes protagonistas. Posto isto de lado, Rogue One tem várias cenas visualmente incríveis, talvez das melhores até agora vistas, reforçando o carácter bélico desta obra. Há também bastante fan service à mistura (como se tornou hábito nos filmes mais recentes) que neste caso, dá aquele toque especial, para nos fazer sentir verdadeiramente dentro de um filme de Star Wars.

 

4 – Star Wars: Episode VI – Return Of The Jedi (1983)

É o último filme da trilogia original, e apesar de não ser mau, não é tão bom como os outros dois. O meu maior incômodo com o filme, envolve a cena inicial do resgate de Han Solo no palácio de Jabba, a cena apesar de atrativa, ocupa praticamente um terço do filme, pois é demorada até chegar à sua conclusão, o que acaba por tornar o seu ritmo lento. Apesar disso, quando se inicia o segundo acto, o filme retoma o seu andamento natural.

Toda a passagem entre Luke, Darth Vader e Palpatine é a melhor parte do filme. E isso reflecte-se nos sucessivos cortes entre esta última passagem e a batalha em Endor, acabando esta última  por não ser tão cativante quanto o confronto entre pai e filho na segunda Death Star. Somando a isto, o facto dos Ewoks, beiramente (parcialmente) o meu nível de irritação, que costuma despertar aquando da presença de criaturas “mascotes”, como é o caso dos minions.

 

3 – Star Wars: Episode IV – A New Hope (1977)

Quando saiu em 1977, pouca gente tinha a percepção do impacto que iria ter no ramo do entertenimento dali em diante. Desde os efeitos especiais ao merchandising, A New Hope revoluciou a forma como se produzia e se vendia um filme em Hollywood, respectivamente. Para além de ser um marco cinematográfico, esta obra sobrevive por si própria. Apesar de seguir à letra a lógica da jornada do herói, a vertente de ficção científica aliada aos elementos de fantasia, acabam por tornar as personagens de Luke Skywalker, Darth Vader, C-3PO, mais envolventes e dinâmicos.

Por outro lado, devo dizer que tal como Return Of The Jedi teve um início demorado, aqui verifica-se (em menor grau) a mesma situação. Após R2-D2 e C-3PO chegarem a Tatooine, o filme  trava subitamente o seu ritmo, desse momento até Luke encontrar estes droides. Situação esta que me faz, passar à frente, sempre que (re)assisto A New Hope. Tirando isto, o filme sobrevive à passagem do tempo, sendo um clássico intemporal do cinema e do género.

 

2 – Star Wars: Episode III – Revenge Of The Sith (2005)

Muito provavelmente um dos filmes mais desvalorizados da saga, pois apesar de se situar na trilogia das prequels, Revenge Of The Sith consegue distanciar-se drasticamente de forma positiva dos seus semelhantes, de maneira a entregar uma experiência dramática, emocional e cheia de tensão do início ao fim. Foi este filme em particular que me fez interessar pela personagem de Anakin e na sua relação com Obi-Wan, é realmente impactante, o quão o filme consegue acentuar a transformação desta personagem para o lado negro da Força.

Além disso, é o filme que conta com mais duelos lightsabers, e todos eles são incrivelmente bem feitos e trabalhados, nomeadamente aquele que envolve Skywalker versus Kenobi. A personagem de Palpatine tem um desenvolvimento muito mais promonorizado, o qual acabou por ficar deixado de lado na trilogia original. Tal atenção ao detalhe e construção deste vilão traduziu-se, especialmente, na cena do diálogo intenso entre este último e Anakin, que é a minha cena favorita de qualquer filme de Star Wars.

 

1 – Star Wars: Episode V – The Empire Strikes Back (1980)

Finalmente chegámos ao número um da lista, e The Empire Strikes Back é aquele que mais merece estar nesta posição. Contando com um tom mais denso e negro, com mais drama e tensão, fazem-no destacar-se entre os demais. Todas as personagens apresentadas aqui, fazem a diferença no guião, desde Lando a Yoda. Não só isso, até os veteranos ganharam mais profundidade, tanto Luke que se aprofundou mais no treino  Jedi, até ao romance entre Han Solo e Leia Organa.

Tudo o que foi feito em A New Hope é aperfeiçoado  e melhorado para entregar uma verdadeira obra prima da sétima arte. Outros elementos, como os efeitos especiais e a atuação, acabam por acentuar ainda mais todas as cenas dramáticas e tensas do filme. Para não falar, da revelação final, que foi referenciada milhares de vezes em outros tantos filmes dos mais variados géneros no cinema e não só.

 

Podem conferir as últimas edições desta rubrica aqui:

  1. Marvel Cinematic Universe (MCU);
  2. Sly Cooper;
João Luzio
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