Há muito, muito tempo havia consolas, caixas e cartuchos. Era um tempo em que os cartuchos desesperavam por um pouco de calor humano, recusando-se a trabalhar devidamente até receberem o nosso gentil, ou no meu caso, agressivo sopro húmido repleto de perdigotos.
Esta prática tornou-se tão comum que até vinha um aviso para não o fazermos nos próprios manuais de instruções. Mas quem é que lê essas coisas?
E era assim tal como com os CD’s levantava-mo-nos do confortável sofá para trocar o jogo. É então que chega o digital. Jogos em formato digital descarregados para o disco da consola ou do PC.
A inicio não gostei nada da ideia, pagar o mesmo por um jogo digital quando posso a ir a uma loja e comprar o jogo fisicamente? Se fosse mais barato…
E foi então que recebi o chamamento do Lord Gaben, ouvi algo como: “Olha só para os descontos da Steam!”. Mas que mundo é este!? Jogos com 90% de desconto!? Jogos saídos ainda não há 3 meses com 30% de desconto? Bem a escolha foi simples, adeus CD’s.
Mas dentro de mim ainda havia um bicho por matar. Então e nas consolas? Nas consolas as lojas funcionam de forma diferente, não oferecem nem de perto os mesmos preços que no PC e muitas vezes é mais fácil encontrar o jogo mais barato em formato físico. Mas há uma coisa que me continua a incomodar, o ter que me levantar para trocar o jogo…
Se o comando já é sem fios, é possível ligar a consola com o comando… porque raio é que me iria levantar para trocar o jogo. Não estou a exagerar se disser que já me aconteceu não jogar o jogo que me apetecia num dado momento por preguicite aguda grave de me levantar.
Antes da Steam isto não me acontecia, ou melhor acontecia com 99% menos de frequência.
A verdade é que me tenho vindo a tornar um grande adepto do formato digital, mas este mercado precisa também ele de ser ajustado, não é justo pagar o mesmo por um jogo digital e físico, não só porque com a compra digital estamos sujeitos a um dia que a plataforma feche ficarmos impossibilitados de voltar a fazer download do mesmo, como existe ainda a impossibilidade de o emprestar sem partilhar a conta.
O digital é mais cómodo e apresenta vantagens em relação ao formato físico, tal como o físico tem as suas em relação ao digital. No entanto tudo isto seria facilmente resolvido se fosse possível instalar o jogo físico na consola.
Já sei que agora é a altura em que alguém diz: “Mas depois podias vender o jogo e continuar a jogá-lo.”
Não esqueçamos que não faltam métodos de contornar isto, quanto mais não fosse com um “número de série” que precisasse de ser confirmado online na altura da instalação.
No fundo estou tão acomodado ao formato digital que já não me importaria muito com uma transição total mas controlada. Já as edições de coleccionador são assunto para outro artigo.
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