Coisas sobre anime [13] Battle Royale

Podem dizer que isto não tem nada de anime, mas já não seria a primeira vez onde fala sobre algo que nada tem a haver com anime. Como disse antes, tanto pode ser um jogo como pode ser outra coisa relacionada com indústria incluíndo adaptações live action (o que me faz lembrar que ainda não falei sobre os filmes live action de Rurouni Kenshin).

Já tinha ouvido falar do filme antes mas nunca o tinha visto, embora a curiosidade até fosse alta, mas nunca mais me lembrei de o fazer. Isto até no outro dia uma certa bomba gigante lançar um audio comentário do filme, sendo que finalmente meti mãos à obra e vi o filme de uma vez por todas. E tenho a dizer, é um bom filme.

 

– Battle Royale –

O filme Battle Royale é uma adaptação na novel que saiu em 1999 no Japão, também existe uma adaptação para manga e uma sequela ao filme, embora a sequela não tenha sido feito pelo autor original porque o mesmo morreu no início da produção da mesma, e a recepção desta sequela não foi a melhor. Mas o que é Battle Royale?

Battle Royale tem lugar num Japão que decidiu criar uma nova medida de forma a controlar a sua população, em especial os adolescentes que estavam cada vez mais fora de controlo ao cometerem crimes e não continuarem com os estudos. Esta medida tem o nome de Battle Royale que é um evento anual que seleciona um certo número de adolescentes para participarem num jogo de sobrevivência onde apenas um pode ganhar. Ou seja, os jovens estudantes terão de se matar uns aos outros até apenas um sobreviver ao fim de 3 dias, caso contrário as coleiras que foram colocadas nos seus pescoços irão rebentar.

Não vou explorar muito o filme, já que apenas quero dar uma pequena introdução e falar por alto, mas basicamente o protagonista desta história Shuya Nanahara e o resto da sua turma são os selecionados para o mais recente Battle Royale, onde encontram um antigo professor que tem uma história com estes alunos. O filme então passa por todos estes alunos, quer sozinhos quer em grupos a tentarem sobreviver enquanto que outros tentam ganhar este desafio ao assassinar os seus colegas de turma, existindo umas quantas cenas com sangue. Honestamente não acho que é exagerado, tendo em conta o número de balas que alguns recebem, o sangue até que acaba por ser pouco (pelo menos comparado a filmes americanos) excepto quando existem aqueles sprays de sangue.

Basicamente o filme torna-se numa aposta em quem é o próximo a morrer, várias personagens tem uma história que estão a seguir, e por vezes existem pequenos flashbacks para momentos em que todos estavam juntos. Torna-se impossível não começar a torcer por X e Y personagem que estão a fazer o que podem para sobreviver, ou até por uma personagem que aceitou o jogo de matança e tem criado alguns bons momentos de confronto com outras personagens. Parece ser algo que se arrastaria durante duas horas, mas a acção até que ocorre rapidamente e os momentos mortos são poucos.

A influência da novel/filme é notável, a série Danganronpa teve um certa inspiração em Battle Royale, e a trilogia The Hunger Games é um bom exemplo disso, bem como várias referências em outras médias. Mas talvez os exemplos mais notórios sejam os vários jogos “Battle Royale” que existem, H1Z1, Day Z e até o mais recente PlayerUnknown’s BattleGrounds são os mais conhecidos que tentam emular o género. A meu ver Danganronpa é quem consegue melhor emular o ambiente, embora a “jogabilidade” seja bastante diferente, não que seja referenciado assim tão constantemente em anime ou jogos Japoneses (até porque causou um pouco de controvérsia) mas a ideia geral deste tipo de situação costuma estar presente mais no Ocidente.

Esta edição acaba por ser pequena pois para um filme onde as personagens tem de se matar umas às outras não se pode dizer muito sem haver spoilers, mas talvez volte a pegar no mesmo tema com Danganronpa já que o terceiro jogo está para sair este mês. Apenas quero reforçar que recomendo antes a versão alargada do filme, as cenas adicionais podem não parecer muito e inúteis com a excepção de uma ou duas, mas na minha opinião acabam por reforçar o elo entre as personagens e de certa forma também criam empatia com o espectador. O filme é bastante bom, mas para mim o que o faz brilhar ainda mais é a questão colocada no final, que tanto fala pela personagem como pelo sistema que levou à criação da Battle Royale, a meu ver isso muda imenso as acções que a personagem de Takeshi Kitano fez durante o filme.

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Winner Winner, Chicken Dinner

Mathias Marques
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