Animes do Verão 2019 – Openings e Endings

Já faz um mês desde que a Temporada de Verão 2019 teve início, e esta é a altura mais que perfeita para observar as várias openings e endings que estão a ser transmitidas durante esta temporada.

Decidi pegar então nos vários openings e endings de alguns animes que estou a acompanhar e que acho que mereçam destaque. Discutindo e explorando o que os mesmos oferecem em termos de banda sonora e visuais. Posso ou não ter analisado em demasiado e ter visto significados que não estão presentes nestas openings e endings, possivelmente influenciados pela minha vaga interpretação do que está a acontecer.

 

OPENINGS

Cop Craft

“Rakuen Toshi” – Masayoshi Ooishi

Uma série sobre detectives obrigatoriamente tem de ter um aspecto de anos 80 ou 90. E isso é reflectido na abertura de Cop Craft. O anime não tem necessariamente lugar nessa época nem tenta emanar a aura de uma série noire, focando-se antes na ideia de um detective que junta forças com um habitante de outro mundo e ambos tentam lidar com casos relacionados com ambos os mundos.

Mas falando sobre esta abertura, tem os seus momentos bons e os seus momentos maus. As cores utilizadas reflectem o estilo de anos 90 e por vezes a direcção representa isso, com a música a ser bastante aditiva devido ao seu ritmo.

 

DanMachi 2

“HELLO to DREAM” – Yuka Iguchi

Confesso que grande parte de gostar desta abertura deve-se à sua música, tanto a parte instrumental como a vocal, e a forma em como transita de um tom dia-a-dia para um de acção e combate sem fugir muito ao ritmo que criou. Mas a parte da animação também faz um pouco o seu trabalho, com a parte inicial a mostrar tanto as personagens principais como as secundárias a prepararem-se para mais um dia e depois a passar para as cenas de acção. Combina bem com a música mas existe uma cena em particular que quero destacar.

Perto da marca de 1 minuto da abertura o espectador pode ver Bell e o seu grupo em combate com um grupo de Amazonas, e a coreografia bem como o trabalho de câmara desse segmento está bastante bom, sendo algo que acabou por me conquistar ainda mais nesta abertura. Acabam por ser cerca de 10 segundos bem fluídos (onde é que já se viu uma abertura ou encerramento com má animação?) e que reflectem o trabalho da equipa de animação, pois o anime sempre contou com boas coreografias nas suas cenas de acção.

 

Wasteful Days of High School Girl

“Wa! Moon! Dass! Cry!” – Nocomu Tanaka (Chinatsu Akasaki) ; Akane Kikuchi (Haruka Tomatsu) ; Shiori Saginomiya (Aki Toyosaki)

Sei que já disse milhares de vezes que gosto quando as personagens cantam as suas próprias aberturas e encerramentos, mas no entanto este caso é diferente. Continuo a gostar mas desta vez aprecio a abertura por outro motivo, embora o facto de ter as “personagens” a cantar a abertura continua a dar o seu charme especial.

Basicamente se ainda não estão a ver o anime então deviam de o fazer, já que este é quase uma versão feminina de Daily Lives of High School Boys, sendo que até o nome é bastante semelhante. E a abertura reflecte muito as personalidades das personagens principais, mostrando também um pouco das personagens secundárias, acompanhada por uma canção sem nexo e com um pouco de estilo em termos de apresentação. Esta é uma daquelas em que digo que devem de ver pois uma imagem vale mais do que mil palavras.

E agora algo divertido sobre o título da abertura “Wa! Moon! Dass! Cry!“:

“Wa” é usado para “círculo”, daí as personagens estarem a formar um círculo na segunda metade da abertura, mas não fica por aqui. “Moon, Dass, Cry” quando lido um pouco rápido soa como “Mudazukai” (Mu, Dazu, Kai), que significa “Wasteful”, e “Wa” acaba por soar como “Wow”, ou seja, “Wow, so Wasteful“. Isto acompanhado com o JK que é uma abreviação de “Joshikousei” (High School Girl) que está a ser dito no background mais ou menos que compõe o título do anime.

Como nota final, porque não quero estar a alongar ainda mais, esta é a primeira vez em que aprecio os créditos numa abertura pois o estúdio fez o esforço de dar vida aos mesmos ao implementar a personalidade do anime e das suas personagens no mesmo.

 

The Case Files of Lord El-Melloi II

“Starting the Case: Rail Zeppelin” – Yuki Kajiura

Não é todos os dias que damos de caras com uma abertura ou encerramento onde não existe vocais, contando apenas com os instrumentos e visuais para oferecer algo ao espectador. Se pegar pela minha memória apenas consigo pensar em Baccano! e em como a sua abertura consegue criar entusiasmo a quem está a ver, a abertura de Lord El-Melloi II por outro lado tem um ar mais de mistério (dado que o anime contém elementos de mistério) e uma mistura de tristeza com motivação, falando imenso sobre o protagonista da série.

Quanto aos visuais, a abertura dá algumas indicações sobre o facto de Waver ainda estar agarrado ao passado, e depois existem todos aqueles elementos de reflexão como se vários espelhos estivessem presentes. Como se costuma dizer, os espelhos reflectem a verdadeira natureza de uma pessoa (ou algo assim), e Waver continua a julgar-se devido à sua fraqueza durante a quarta Holy Grail War e o facto de não ter sido forte o suficiente para fazer com que Rider/Ishkandar fosse o vencedor.

Como a série tem lugar em Londres também aprecio o facto de na maior parte das vezes a cidade estar um pouco escura como se fosse chover, algo que Inglaterra é bastante conhecida por.

 

A Certain Scientific Accelerator

“Shadow is the Light” – The Sixth Lie

A série “A Certain…” sempre teve aberturas que eram a cara das personagens, a terceira temporada de Index pode ficar um pouco de lado, mas as restantes mais ou menos que seguiam essa linha, sendo devido a isso que a curiosidade sobre qual seria a abertura e grupo por detrás de um anime dedicado a Accelerator. A resposta é…inconclusiva.

Accelerator é uma das poucas personagens na série Index que vai mudando ao longo do tempo e devido a isso existem vários momentos em que certas músicas não encaixam com a personagem e outras que sim. Neste caso metade encaixa com qualquer personalidade de Accelerator, mas o resto não diz nada sobre o mesmo. Os visuais também são a mesma coisa, sendo que por vezes encaixam perfeitamente com a música mas na sua maioria é o habitual “temos música e temos imagem mas nada combina uma com a outra”.

 

ENDINGS

The Case Files of Lord El-Melloi II

“Hibari” – ASCA

Qualquer que seja o estúdio que esteja a criar uma adaptação anime ou um novo jogo para a série Fate a escolha de quem irá cantar o tema central é sempre bem feita. Desta ASCA é quem toma esse lugar, dando a voz ao encerramento de Lord El-Melloi II que basicamente acaba por ser a música de destaque já que a abertura apenas conta com instrumentais e de o encerramento focar-se em Gray, que é basicamente a outra protagonista desta história para além de Waver.

Este é um daqueles encerramentos/aberturas em que a coisa apenas irá fazer sentido quando mais informação estiver disponível. Por esta altura o passado de Gray ainda é um mistério mas pelos episódios que já estão disponíveis dá para entender que a mesma sente que não pertence a este mundo, com Waver a ser a sua “luz” que lhe dá uma razão para (talvez) largar o seu passado e seguir com a sua vida em frente, algo que Waver também necessita de fazer.

 

A Certain Scientific Accelerator

“Parole” – Sanjou no Hana

Este encerramento merece um pouco de trabalho (tal como a abertura), por isso sou forçado a admitir que apenas queria uma desculpa para meter a cara adorável da Last Order no artigo.

O início e a parte final até que não estão más, com o maior problema a ser realmente uma parte no meio, no entanto quero fazer uma pequena observação. O ending demonstra Accelerator e o seu estado mental. Sozinho e sem ninguém que esteja realmente por perto e que o entenda ele eventualmente acaba por destruir-se (as secções com cor reflectem isso, com o seu sorriso a ser uma enorme dica para quem não percebeu), e o mesmo continua assim até do nada dar de caras com Last Order, a primeira pessoa que por alguma razão decidiu agarrar-se a ele e que tem uma grande mão sobre o seu estado mental.

Se podia estar melhor representado? Talvez podia. Se a música podia ser melhor em certa partes? Certamente. Será que os visuais estão bons? Eu gosto, mas não sei se são a melhor escolha para reflectir aquilo que o estúdio queria para este encerramento.

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