Olá Próximo Nível! Estou muito agradecida por me terem dado a oportunidade de estagiar ao lado da vossa equipa. Chamo-me Andreia Mendes, também conhecida por “Angelik-Knight” ou “Gamer Dark Side”, tenho atualmente 21 anos e venho de uma terrinha alentejana que muitas pessoas conhecem apenas pela sua canção: Grândola, Vila Morena.
Comecei a entrar no mundo dos videojogos desde pequenina! Com apenas 5 anos, o primeiro título que joguei foi GTA: Vice City num PC todo caquético. O responsável foi o meu pai que se tornou gamer graças a um amigo/colega de trabalho e também pretendia que eu enveredasse pelo mesmo caminho o mais cedo que possível. GTA não era certamente o melhor jogo para se apresentar a uma criança da minha idade, mas para ser honesta não poderia ter iniciado a minha jornada da melhor forma.
Com o passar dos anos, fui usufruindo do PC do meu pai, por vezes até às escondidas, para jogar os primeiros Call Of Duty’s; Far Cry; Medal Of Honor e Crysis. Jogos de ação violentos que vieram a contribuir para o despertar do meu “Gamer Dark Side”. O meu pai não demorou muito a aperceber-se que andava a mexer no PC dele, mal tocava na secretária parecia um furacão que deixava tudo fora do sítio. Quando ele descobriu que eu gostava de jogos de guerra, passamos a jogar juntos. Não online, porque nunca fui muito fã desse género, mas sim por turnos. Eu fazia uma missão e quando perdia, o meu pai ocupava o meu lugar. Grande parte dos jogos que experienciávamos no PC eram obtidos através das revistas BGamer e foram essas o meu primeiro contacto com “Jornalismo de Videojogos”. Apesar de no início, a minha mãe não estar muito a favor dos videojogos, ela contribuiu acidentalmente para o desenvolvimento desta minha paixão, apresentando-me aos filmes Resident Evil e Silent Hill! Mais tarde, acabei por experienciar os seus jogos e assim nasceu o meu vício por videojogos de terror.
Com cerca de 8 anos tornei-me jogadora de consola, chegando posteriormente a possuir todas as Playstations. Uma das minhas memórias mais preciosas foi quando recebi a Playstation 2! Lembro-me de chegar ansiosa da escola, porque o meu pai tinha preparado uma surpresa para mim, quando cheguei ao meu quarto estava o tal amigo gamer do meu pai a fazer os últimos arranjos na PS2, com uma grande coleção de jogos ao lado. Depois ele virou-se para mim e disse-me algo que nunca iria esquecer: “Esta máquina não é nenhum brinquedo, tens que levá-la bem a sério”. Iniciei a consola e assim que abri o leitor de CD’s estava lá o disco de GTA: Liberty City Stories, mais um para a coleção de GTA’s que me deixou a pular de alegria.
A PS2 era em segunda mão e vinha acompanhada por um grande legado de jogos que me permitiram apaixonar por vários géneros diferentes. Avançando para à frente, houve um certo período de tempo em que voltava tristonha da escola e para me animar o meu pai comprou Tomb Raider: Anniversary, o remake do primeiro jogo do Tomb Raider. Assim que comecei a jogar, apaixonei-me pelo estilo de jogabilidade e acima de tudo pela aclamada Lara Croft. Pela primeira vez, estava a controlar uma personagem feminina e fiquei tão obcecada por ela, ao ponto de também sonhar em ser arqueóloga. A Lara Croft tornou-se o meu maior ídolo!
Por esta altura já estava a par da existência da IGN e tinha acabado de descobrir o meu canal favorito de televisão, a Ginx TV. Nunca perdia o fio à meada e ficava atenta às últimas tendências relativas à Playstation 3. Sem surpresas, acabei por eventualmente convencer os meus pais a comprar a tão desejada consola. Demorei um pouco a criar uma conta PSN, porque nem sabia que podia ligar a PS3 à Internet, só depois é que também descobri para que é que os troféus dos jogos serviam e que a Playstation Store passaria a ser o meu lugar sagrado, mesmo assim continuei com o vício de acumular cópias físicas! Foi quando criei a minha conta Playstation que a alcunha “Angelik-Knight” assumiu a sua existência, com base numa história que estava a escrever sobre uma “Angelica” e o “Knight”, um pouco inspirado na Lightning do Final Fantasy XIII.
O meu hobby ficou um pouco escondido durante os meus anos escolares, porque eu não havia muitas pessoas a falarem sobre videojogos à minha volta. Quando tentava falar, não era algo recíproco em temas de conversa, por isso fui começando a fechar esse tema só para mim. Quando cheguei ao Ensino Secundário, finalmente decidi quebrar o ciclo! Ganhei coragem para apresentar o reboot do Tomb Raider à frente da minha turma, recordo-me que era para um trabalho de Inglês, em que tínhamos de falar sobre algo que nos apaixonava muito. Esse momento foi libertador e uma grande mistura de emoções, onde a felicidade era a que predominava mais. Este foi o ponto de viragem para começar a tornar-me mais confiante em relação aos meus interesses e a querer partilhar a minha paixão com as pessoas à minha volta.
Vou ser sincera, quando entrei para universidade com o curso “Ciências da Comunicação” não sabia bem onde é que me estava a meter, muito menos aquilo que queria fazer com a minha vida. Só sabia que queria seguir algo relacionado com videojogos e que me ajudasse a ser menos tímida. No inicio, o curso não parecia ser aquilo que queria, porque ainda não tinha assimilado que existia a profissão de “Jornalismo de Videojogos”.
Mas ainda bem que estava enganada! Realmente tive a sorte do meu percurso académico ter me aberto os olhos para essa vertente. Na primeira semana de universidade, comprei uma das poucas edições que restavam da BGamer numa papelaria meio que escondida, comecei a folhear e a ganhar as inicias inspirações para criar o meu próprio blog de videojogos “Gamer Dark Side” – alcunha que me foi atribuída pelos meus colegas de curso por gostar de videojogos obscuros. Outra etapa importante para começar a gostar de jornalismo, foi a criação da minha rubrica semanal “On-Line” na Rádio Universitária do Algarve.
Por fim, o que me fez abrir as portas definitivas para a indústria que tanto procurava foi a Squared Potato, onde realizo voluntariado como jornalista de videojogos e tenho criado as melhores recordações e amizades! Para além de escrever artigos, também participo na parte audiovisual como repórter nas coberturas de eventos.
Agora com o estágio no Próximo Nível, consegui aprofundar bastante os meus conhecimentos na indústria enquanto jornalista de videojogos. Escrevi notícias como nunca antes. Pela primeira vez, elaborei antevisões e falei em direto à frente de uma audiência. Neste último aspecto, acho que ainda tenho muito para melhorar. Por vezes, tenho dificuldade em improvisar e a timidez volta a aparecer, especialmente quando tenho de falar sobre temas que não estou a par. No entanto, acho que com o tempo ainda devo melhorar.
Adorei conhecer todos os elementos da equipa que sempre me apoiaram durante esta fase de aprendizagem e são umas simpatias de pessoas. Além disto, também gostei muito de aprender sobre o extenso historial do site e as suas origens que quase dão para escrever um manual de aventuras, nota-se que é um projecto cheio de personalidade que merece todo o reconhecimento de Portugal e por aí fora. Mais uma vez, agradeço imenso por esta experiência, é algo que vai ficar para à memória!