Desde que vi Woolfe: The Red Hood Diaries pela primeira vez, o jogo deixou-me um pouco curioso, nomeadamente por oferecer uma versão mais negra da história da Capucinho Vermelho. Infelizmente, essa curiosidade rapidamente transformou-se em desilusão.
Seguimos a história de Red Riding Hood, uma rapariga que está a investigar a morte do seu pai. Ela está convencida que não foi um mero acidente e que está de alguma forma relacionada com B.B. Woolfe, um ditador aristocrata que faz o papel de lobo mau.
Controlar uma capuchinho vermelha sedenta de vingança e de machado na mão tem o seu charme, até que ela começa a falar. A narração é feita em rimas, tal como se fosse um conto de fadas, o que acrescenta uma certa personalidade à escrita, mas nem sempre soa bem. Para piorar as coisas, a protagonista gosta de largar comentários parvos que acabam por cortar um pouco a imersão e que não correspondem ao nível dramático que o jogo tenta transmitir.
De qualquer forma, a história de Woolfe continua a ser interessante e consegue construir um universo convincente. Existem colecionáveis escondidos em cada nível que revelam mais sobre as personagens e o seu passado, o que me incentivou a explorar um pouco mais os cenários. Só é pena como a história termina, mas já falo melhor disso mais à frente.
Outra coisa que quero realçar de positivo é a apresentação visual . Apesar de o Unreal Engine 3 ser um motor algo datado, ainda é possível criar cenários bastante cativantes, como uma cidade steampunk cheia de soldados de brincar, e florestas mágicas que foram destruídas mas que mantêm o seu encanto.
Essencialmente, Woolfe é um jogo 2.5 D que mistura plataformas com ação, sem surpreender em ambos os lados. Saltar de um lado para outro é funcional, apesar de algo impreciso, e os puzzle mais complicados resumem-se a ativar válvulas na ordem correta.
O combate é ridiculamente simples e desajeitado, na maioria dos casos basta carregar repetidamente no mesmo botão para tratar de qualquer inimigo. Há ainda ataques especiais que aprendemos do meio do nada que têm uma chance de 50% de atingirem o inimigo e de provocarem dano significativo.
Quando derrotam um soldade de brincar espalhados pelo jogo, pode surgir uma indicação no ecrã com nomes estranhos como Maurice, Scrublord e wozman23. Inicialmente julgava que isto estava ligado à história de alguma forma, mas aparentemente faz parte de uma das recompensas quando o jogo estava no Kickstarter onde dava a possibilidade de personalizar um soldado ao nosso gosto. Eu não sei até que ponto é que podiam ser modificados, mas todos soldados que derrotei pareciam iguais uns aos outros.
E já que estamos a falar do Kickstarter, Woolfe: The Red Hood Diares é na verdade o 1º de 2 volumes separados e não há nenhuma indicação na página do Kickstarter de que o jogo iria estar dividido em duas partes. Até na página Steam isto é referido bem lá no fundo das informações do jogo. Devido a isto, a história é evidentemente cortada ao meio e acaba num cliffhanger.
Eu não me importava se o jogo estivesse dividido em 2 episódios e cobrassem por ambos, mas no momento em que ocultam este facto, não consigo deixar de sentir que isto foi uma medida algo fraudulenta por parte da produtora, algo que não vejo de bons olhos.
Apesar de ter um aspeto bonito e uma história interessante, Woolfe: The Red Hood Diaries não surpreende nas restantes vertentes e perde bastante por estar dividido em 2 partes. Pode cativar algumas pessoas a experimentar, mas recomendo que esperem pelo lançamento do 2º volume e adquirirem ambos por um preço reduzido.
Positivo
- Direção artistica
- Coleccionáveis revelam mais sobre o universo do jogo
- Capuchinho vermelho com um machado
Negativo
- Combate deixa muito a desejar
- Diálogo asqueroso
- História termina a meio
