É adicionar Wall-E, Twilight e The Walking Dead, e levar ao forno.
Inspirado num romance escrito por Isaac Marion, Warm Bodies é um daqueles filmes que teria passado despercebido caso não tivesse sido bem publicitado e criado expectativa junto das pessoas que acompanham as novidades cinematográficas. Evidentemente que era desnecessário revelar todo o filme no trailer, mas criou-se a ideia de que o recheio seria preenchido com situações interessantes e humor inteligente. Infelizmente não foi bem assim.
Warm Bodies é um filme “mais ou menos”, pontualmente tem os seus momentos e a temática acaba por ser mais rica do que propriamente o resultado final. Enquanto história de amor, assumindo que trata-se de um romance teoricamente impossível, fica aquém do clássico amor entre A Bela e o Monstro ou a riqueza das cenas que geram desconforto em Silver Linings Playbook. Manifestamente pouco para o desafio de desmontar o cliché do filme de terror com mortos-vivos.
A receita do enredo de Warm Bodis já foi contada centenas de vezes, R (interpretado por Nicholas Hoult) é um zombie que conhece Julie (interpretada por Teresa Palmer), uma das poucas humanas que sobrevieram ao apocalipse zombie.
A diferença dos Zombies de Warm Bodeies dos zombies tradicionais, é que neste universo possuem consciência e adquirem a memória das vítimas, o que permite a R sentir solidão e responsabilidade pela humana a quem acabou de matar o namorado. R decide raptar Julie, obrigando a jovem a ficar em cativeiro. Nesse perdido, Julie desenvolve Síndroma de Estocolmo e a convivência entre os dois permite a R adquirir competências humanas, ficando mais ágil no raciocínio e com o corpo a readquirir propriedades exclusivas de quem está vivo.
O problema de Warm Bodies começa no rapto de Julie, completamente inverosímil e desprovido de lógica, quer para a nossa compreensão quer nas regras daquele universo. Mas isso seria desculpável se o restante filme fosse rico em humor negro e desconstrução do típico par romântico. Infelizmente essa oportunidade é preenchida por clichés, como o pai de Julie (interpretado por John Malcovich) que é o obstáculo genérico à relação, e o mundo em geral que é relutante à relação dos dois. Evidentemente que não. R é um zombie!
É uma pena, porque o que está realmente bom em Warm Bodies fica dissolvido no açúcar da relação de R com Julie e na incoerência na sequência de eventos, pontos fortes como referências a outros filmes de zombies, a perspectiva do zombie ético e a noção de que os zombies já foram pessoas. Mas o ponto alto está relacionado com os momentos em que R tenta impressionar Julie. O que fazer? Como reagir? O que dizer na perspectiva do zombie para não assustar o interesse amoroso? É extremamente divertido e adorava ter visto mais.
A realização de Jonathan Levine é muito agradável, com tons azulados e cinzas na fotografia, detalhes de enquadramentos e movimentos tradicionais de camara eficientes. A produção cumpre o pressuposto, com cenários inóspitos e abandonados. A banda sonora é fantástica, com a seleção musical ideal. Os efeitos visuais não comprometem.
Warm Bodies acabou por ser uma ligeira decepção. Se a base de comparação é Twilight, então Warm Bodies é uma obra-prima, mas quando existe Shawn of The Dead e Zombieland no género de filmes cómicos com zombies, então os esforços de Jonathan Levine (realizador e argumentistas) ficam curtos. Como seria um filme de Zombies escrito e realizado por Tarantino?
- Analeigh Tipton e Rob Corddry são hilariantes
- Situações desconfortáveis relacionadas com a sexualidade R
- Perspectiva fresca sobre zombies
- O hobby de R
- R de Romeo e Julie de Juliet
- Warm Bodies ou Worm Bodies?
- A solidão de R
Negativo
- Ter John Malkovich no elenco e não transformá-lo em zombie é um pecado
- Preparação do climax ilógico
- Rapto de R a Julie
- Dave Franco é um actor insuportável
- Análise – Star Wars: O Despertar da Força / Star Wars: The Force Awakens - Dezembro 18, 2015
- Análise – SPECTRE - Novembro 6, 2015
- Análise – Quarteto Fantástico / Fantastic Four - Agosto 12, 2015
“Perspectiva fresca sobre zombies”
É por isto que os filme me chamou a atenção, irei vê-lo num futuro próximo certamente 😉
Filme de Zombies feito pelo Tarantino? Nem quero imaginar.. Blood everywere!
é um filme para ver.
Como é possível darem um selo de recomendado a este filme… Eu vi metade do filme e ñ consegui ver mais, é demasiado mau para estar a gastar o meu tempo com isto.
é um filme de zombies. é um tema transversal a comédias, filmes de terror, videojogos, dramas e até romances. vale a pena dar uma vista de olhos. mas está salvaguardado que não é nada de especial
Então lá está, se ñ é nada de especial porquê o selo de recomendado? Pensava que só se davam esses selos a filmes/jogos realmente obrigatórios e ñ aos que valem a pena dar uma vista de olhos.
É a minha opinião 😛
De qualquer das maneiras quero ver…
foi pena alguns erros que notei durante a leitura, mas de resto, mais uma vez obrigado edgar.
Não percebi o Dave Franco ser um ator insuportável