Análise – Trine 2 Director’s Cut

Em tempos Director’s Cut era algo que encontrávamos associado a um filme editado à vontade original do realizador. Como hoje em dia tudo se empresta e anda de um lado para o outro, os filmes vão buscar expressões aos videojogos e claro, os jogos fazem o mesmo.

Trine 2 Director’s Cut é um desses exemplos, e porque? Porque supostamente é uma versão alargada e mais recheada de Trine 2, que chegou à Wii U como um dos seus títulos de lançamento. Mas quais são as verdadeiras diferenças entre esta e as restantes versões? Qual é o público que deve ter Trine 2 Director’s Cut em conta?

Sendo uma sequela directa do original, Trine 2 reúne três heróis que pouco poderiam ter em comum. Estamos a falar de um Guerreiro do bem, disposto a lutar pelo seu reino contra tudo e todos, um Mago habilidoso mas altamente cobarde e uma Ladra que tem tanto de sexy como de egocêntrica.
Neste segundo jogo, os três voltam a unir esforços para ajudar o Trine a salvar o seu reino de um mal que se esconde à espreita.

Tendo sido lançado originalmente no final de 2011, Trine 2 já não é um jogo propriamente novo, mas não restam grandes dúvidas de que é um jogo que se enquadra muito bem na Wii U. Estamos a falar de uma experiência de plataformas e aventura que obrigava os jogadores a realizar alguns movimentos pouco práticos com os comandos ou rato e teclado para fazer determinadas acções. Felizmente isto fica bem mais fácil com a utilização do ecrã táctil do Gamepad.

Acções de combate e exploração mais simples recorrem normalmente a um dos botões do Gamepad. Pontius usa a sua força bruta e armadura para atacar com armas de combate, assim como defender os muitos ataques dos inimigos, Amadeus consegue criar caixas que surgem do nada ou levitar objectos, enquanto Zoya pode lançar flechas e usar o seu gancho para alcançar zonas altas. À medida que o jogo progride, vão poder gastar pontos de experiência para ganhar novas habilidades para cada personagem.

Com a chegada à Wii U, Trine 2 Director’s Cut acaba por beneficiar amplamente do facto de ser possível usar o Gamepad de forma espelhada. Cada uma das habilidades pode ser realizada através do Gamepad e o esquema de botões procura sempre ajustar o conforto do jogador para que seja possível usar o Stylus. Como é natural, um sistema destes faz com que o jogo seja muito mais intuitivo, especialmente para quem joga com Amadeus, que assim consegue desenhar com maior facilidade cada um dos seus feitiços.

A forma em que a aventura foi construída, obriga a que tenham de mudar constantemente entre personagens para realizar uma das acções indicadas para concluir um determinado puzzle. Embora este sistema funcione, é um bocado limitador, e o jogo fica bem melhor quando é jogado de forma cooperativa, tanto offline como Online, embora offline com amigos, seja logicamente muito mais divertido e não correm o risco de encontrar um sabichão que já sabe como resolver todos os mistérios.

Visualmente, Trine 2 Director’s Cut também é bastante apelativo na Wii U. Os gráficos embora não sejam algo de cortar a respiração, são bastante coloridos e vivos, parecendo algo retirado de um livro de fantasia mais alegre. Por vezes surgem alguns bugs visuais ou inimigos mortos que se contorcem com espasmos, mas nada que seja incomodativo.
A banda sonora é realmente bela e encaixa perfeitamente neste universo de magia. As vozes são boas no geral, embora façam lembrar algumas traduções forçadas dos desenhos animados que passam aos fim-de-semana de manhã.

Quanto a novidades, além da interacção introduzida pelo Gamepad, Trine 2 Director’s Cut engloba ainda o DLC Goblin Menace e uma zona com o nome Dwarven Caverns. São extras de qualidade para quem nunca jogou o jogo no passado, mas a introdução das Dwarven Caverns não é o incentivo necessário para voltar a adquirir o jogo na Wii U caso o tenham em qualquer outra plataforma.

Se nunca jogaram Trine 2 e têm pelo menos uma pessoa com quem podem partilhar o jogo, Trine 2 Director’s Cut é uma compra essencial.  Se já o jogaram antes, então tudo depende do quão fãs são da série e se dão tanta importância à adição do Gamepad e a inclusão dos conteúdos adicionais. Fora este contra, Trine 2 Director’s Cut faz do original um jogo ainda bem melhor e é uma excelente mais valia para os donos da Wii U.

Positivo:

  • Visual bonito e colorido
  • Utilização do ecrã táctil
  • Introdução de novos conteúdos
  • Puzzles inteligentes
  • Um bom jogo para jogar com os amigos

Negativo:

  • Alguns problemas de colisão e bugs
  • Jogar sozinho perde alguma magia
  • Não é obrigatório para quem o comprou noutra plataforma

Daniel Silvestre
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