Toren é um jogo de aventura 3D e é o primeiro jogo desenvolvido pela produtora brasileira Swordtales. O jogo recebeu algum destaque em vários festivais e eventos dedicados a jogos indies, e também está disponível para a PS4.
Tal como outros jogos indie do mesmo género, os principais pontos atractivos de Toren são a narrativa e a apresentação audiovisual. E tal como muitos outros jogos que dão ênfase a estas categorias, Toren pode ser visto por alguns como algo “arty-farty“, um jogo pretensioso que tenta parecer artístico mas acaba por ser parvo ou aborrecido. Toren tende um bocado para esse lado.
De uma forma muito simplista, o objetivo em Toren é levar a Criança da Lua, a nossa personagem, até ao topo de uma torre enorme onde vão andar aos saltos e completar puzzles. Pelo caminho, iremos enfrentar um dragão demoníaco que tenta impedir o vosso progresso em várias ocasiões.
Mesmo estando o jogo em português do Brasil, a narrativa de Toren nem sempre é muito clara. A história recorre a vários simbolismos, e vão encontrar textos que revelam as origens da Criança da Lua e qual é o seu propósito.
Um dos temas principais é o crescimento, algo que é demonstrado na própria protagonista ao longo do jogo. Começamos como uma criança até chegar a idade adulta, e também é transmitida a ideia de que estamos presos num ciclo sem fim, daí voltarmos à vida sempre que morremos. Apenas nunca cheguei a perceber porque há certos momentos onde estamos em cima de uma poça de sangue quando ressuscitamos (vou deixar a piada óbvia para vocês).
Também vão encontrar estátuas espalhadas pela torre que nos transportam para sequências de sonho. Estas sequências revelam um pouco da mitologia de Toren e é a oportunidade perfeita para inserir qualquer tipo de cenário, como estar debaixo de água ou por cima das nuvens, o que oferece alguma variedade nos puzzles.
Os sonhos não são obrigatórias para completar o jogo, mas acabam por se tornar essências para compreender melhor a história, e há algumas estátuas que estão bem camufladas.
Inicialmente julgava que era necessário completar todas estas sequências para revelar algum segredo ou até mesmo desbloquear um final alterantivo. No entanto, apenas servem para ganhar uma nova imagem no menu inicial.
O jogo insiste em recomendar um comando para jogar, e apesar de funcionar bem enquanto controlamos a protagonista, a navegação dos menus não está bem optimizada para este esquema de controlo. Devido a isto, aconselho a jogar com o teclado e o rato.
Também não estejam à espera de várias opções nas configurações gráficas do jogo. Para além da resolução e da opção de efeito motion blur e SSAO, o aspecto geral do jogo é decidido entre estar rápido, fantástico, ou algo no meio.
Se julgam que o baixo preço do jogo corresponde a uma longevidade curta, digo-vos que não estão enganados, já que completei o jogo em menos de 2 horas durante uma única sessão de jogo.
Não desgostei de Toren, mas também não criou um grande impacto e nunca me senti imerso na experiência.
Positivo
- Ver a protagonista a crescer ao longo do jogo
- Mitologia
- Agradável de ver e ouvir
Negativo
- História por vezes abstracta
- Controlos podiam ser mais refinados
- Momentos chaves não criam impacto