Depois do original The Binding of Isaac de Edmund McMillen me ter escapado, este lançamento Nintendo do remake de nome The Binding of Isaac: Rebirth deixou-me altamente curioso. A Nintendo conseguiu ver para além do conteúdo no jogo e acabou por lançá-lo não só para a Wii U como também para a portátil, Nintendo 3DS. Este remake foi então lançado no PC em Novembro do ano passado e consequentemente foi chegando às consolas.
A história deste jogo parte do conto bíblico de Abraão e do sacrifício do seu filho Isaac, sendo que no jogo é a mãe do protagonista que começa a receber ordens divinas. Estas ordens obrigam a mãe a sacrificar o seu filho, no qual o pequeno Isaac foge para a sua cave por forma a poder sobreviver. Na cave, Isaac terá uma viagem digna de um pesadelo.
O jogo inspira-se num género de acção bastante semelhante ao primeiro de The Legend of Zelda no que toca à estética de cenários e progressão. Neste jogo onde iremos atravessar os vários pisos desta masmorra/cave, teremos um sistema de criação aleatória de cenários, pelo que sempre que o jogador morrer, terá que começar o jogo todo do início.
Sendo assim, teremos um grande cuidado no que toca à manutenção da nossa barra de vida e dos power-ups, power-ups estes que são inúmeros e variados. O jogo é bastante generoso neste aspecto, dando a possibilidade do jogador poder apanhar alguns poderes e melhorias como a capacidade de atirar bolas de fogo, melhorar o ataque e/ou a defesa, etc.
Este funciona como um shooter com visão aérea, no qual Isaac terá que disparar as várias lágrimas que matam os inimigos no cenário e movimentar-se para evitar os seus ataques. Grande parte dos inimigos tem movimentos padronizados, mas graças à grande variedade dos mesmos, dificilmente atravessaremos as masmorras sem pingar um pouco de suor da testa.
O factor mágico neste jogo é sem dúvida o facto de começarmos do início sempre que morrermos. É um jogo que não se prolonga muito de piso em piso e obriga o jogador a tomar decisões muito depressa mas com uma atenção muito grande para não perder vida desnecessariamente.
A ânsia do tentar vezes e vezes sem conta para conseguir chegar ao fim do jogo é muito grande o que irá consumir muitas das nossas horas. É um jogo que castiga severamente a imprudência do jogador, mas que também é bastante acessível no que toca às manhas e nuances que estão presentes. É daqueles jogos em que as horas poderão passar sem que tenham dado conta disso.
The Binding of Isaac: Rebirth é um jogo com uma apresentação bastante pesada e sinistra, mesmo para um título com um grafismo que faz lembrar as 16-bit. Sangue, fezes e muita sujidade fazem parte do esquema gráfico do jogo, onde mais nada parece surpreender o jogador depois de desligarmos o jogo. Os inimigos são das criaturas mais grotescas e aterradoras que podemos imaginar, tiradas dos piores pesadelos.
Este jogo é um caso muito especial na cultura indie dos videojogos e mostra-se muito forte neste Remake. O jogo tem uma capacidade brutal de agarrar o jogador graças à sua fluidez excelente e à acessibilidade presentes neste título capaz de punir vezes e vezes sem conta as faltas de cuidado. O impacto visual mostra uma grande coragem de Edmund McMillen, mas poderá franzir algumas testas quanto ao seu conteúdo.
The Binding of Isaac: Rebirth é um jogo espectacular que dá novamente cartadas com as versão aprimorada. Tenho a certeza que os fãs irão adorar e que os aficionados por jogos indies não quererão perder.
Positivo:
- Incrivelmente viciante!
- Um sistema de combate e progressão bastante simples
- Boa fluidez no geral
- Inúmeros power-ups e items
- Uma experiência bastante forte visualmente…
Negativo:
- …que por vezes roça o campo do nojento e perturbador
- Dificuldade um pouco acentuada
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