Análise – Tearaway

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Apesar de ter uma colecção de jogos de grande qualidade e com títulos altamente recomendados, a PS Vita continua à procura de experiências únicas que a transformem na consola de eleição.

Depois de relíquias como Gravity Rush, Uncharted Golden Abyss, Wipeout 2048 e Persona 4 Golden, a PS Vita quer apresentar algo totalmente diferente e que não possa ser encontrado em qualquer plataforma. A resposta pode muito bem ter chegado dos estúdios da Media Molecule.

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Os criadores de LittleBigPlanet prometeram uma aventura inédita e capaz de explorar as capacidades da PS Vita e o resultado é Tearaway, mas será que entra directamente para a lista de recomendados?

Tearaway é um jogo de plataformas em 3D que conta a história de um mundo totalmente construído em papel e cartão, seja a sua paisagem ou até os seus habitantes. Com a aparição de um You (o jogador que aparece representado no sol) os Scraps começaram a invadir o mundo e a criar problemas. Cabe aos Iota ajudar a salvar o mundo com ajuda do You e assim conseguir entregar a mensagem que vai salvar este mundo.

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Em termos de jogabilidade Tearaway não é muito diferente de outros jogos de plataformas em 3D, mas é a utilização inteligente das capacidades da PS Vita que o tornam diferente e divertido em igual medida. Existem puzzles que só podem ser resolvidos com o uso do ecrã táctil, painel traseiro ou do sensor de movimentos e além de não parecem forçados, acabam por ser intuitivos e fazer sentido.

Por exemplo, numa zona de plataformas, só podem aceder a uma área distante com um salto mais alto, algo que podem fazer ao bater no ecrã traseiro num dos tambores que fazem a personagem saltar mais alto ou em outras situações podem rasgar o cenário e com o vosso dedo e atacar os inimigos.

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À medida que a aventura avança, a personagem irá aprender novas habilidades e em pouco tempo vão poder saltar livremente, cavalgar em cima de animais, tirar fotos e até constuir objectos com recurso a meteriais e ecrã táctil. Esta última ferramenta pode não ser a mais prática de utilizar, mas fiquei surpreendido com a abertura do jogo à criatividade “incapaz” das minhas criações.

Tearaway dá uma grande importância ao seu mundo de jogo e aspecto visual. A construção dos elementos em papel/cartão não só funcionam de forma realmente apelativa, como são interactivos. Podem tirar fotos a certos objectos que depois são transferidos para a vossa coleção para que os tentem replicar no mundo real. Infelizmente, dada a complexidade da maioria das construções, duvido que muitos se arrisquem a fazer na realidade (se bem que a nossa comunidade mostrou o contrário no nosso Passatempo).

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Voltando então ao aspecto visual, não existem grandes dúvidas de que o mundo de Tearaway é realmente deslumbrante e bastante diferente do que já vimos até hoje. Apesar do movimento da personagem ser bastante fluído, a movimentação das restantes personagens e dos elementos de plataformas ou poças de água, parece papel a ser dobrado em tempo real, um resultado realmente deslumbrante.

Quem conhece a Media Molecule, sabe como este estúdio gosta de trazer coisas musicais realmente diferentes para os seus projectos e o a verdade é que o mesmo acontece em Tearaway. Embora não tenha músicas tão memoráveis como as do primeiro LittleBigPlanet, a banda sonora é estranhamente boa e os sons das personagens conseguem ser desconcertantes e divertidos em igual termo, para um resultado bastante interessante pelo lado positivo.

Só é pena que a experiência acabe tão cedo. Tearaway não é uma aventura longa e embora incentive a repetir, não existe aqui muito para fazer nem caminhos alternativos ou missões extra para percorrer.

Ao início, Tearaway parece demasiado estranho e até mesmo limitado, mas com o passar do tempo, o mundo e personagens acabam por crescer e evoluir para algo realmente empolgante. Ainda não foi desta que encontrei na PS Vita um jogo melhor que Gravity Rush ou tão completo como Persona 4 Golden, mas Tearaway é realmente um dos melhores jogos da consola. Por si só, não vale a compra da PS Vita, mas se tiverem uma ou outros jogos debaixo de olho, então é obrigatório.

Positivo:

  • Arte visualpn-recomendado-ana
  • Influência do mundo de papel na jogabilidade
  • Capacidades da consola usadas sem parecer forçado
  • Evolução da jogabilidade
  • Podem resolver puzzles com os vossos desenhos
  • Sonoridade arrojada de qualidade

Negativo:

  • A presença da nossa cara no horizonte é desconcertante
  • O painel tactil traseiro falha por vezes
  • Incentivo para criar objectos no mundo real parece demasiado megalômano
  • Não existe muito para fazer depois de completar a história

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Daniel Silvestre
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