Longe vão os tempos em que tínhamos o receio de que um grande lançamento da série Tales não chegasse à Europa. Agora, o crescente sucesso e confiança reforçada dos jogos japoneses para o ocidente acabam por garantir cada lançamento.
Por isso mesmo, era tudo uma questão de tempo até Tales of Zestiria chegar ao nosso continente. Para felicidade de muitos, também com uma versão para PC.
Tales of Zestiria ajuda a festejar um marco, os 20 anos da série, por isso tinha de ser uma aposta ganha, com a pressão de manter a série relevante. Para tal, a Bandai Namco apostou na fórmula clássica, com algumas novidades e renovações. O resultado é um jogo inspirado, mas que mesmo assim, fica uns furos atrás do anterior, Tales of Xillia.
A história começa lentamente, mas de forma segura, com Sorey e Mickleo a explorar umas ruínas e a descobrir um templo dedicado aos antigos heróis deste mundo. Dentro deste encontram também Alisha, a princesa da capital dos humanos. Inspirados pela demanda de salvar Alisha de um inimigo insperado, os dois partem para a zona dos humanos.
A narrativa, embora lenta a arrancar, inclui algumas das melhores reviravoltas e personagens da série. Estamos a falar de personagens maduras, com objectivos e dilemas muito próprios, que conferem uma profundidade crescente, que leva até a alguns twists e aprofundar de certos mistérios. Quando comparado com Xillia, estas são personagens um pouco mais adultas.
Pelo caminho e após alguns acontecimentos, vão poder desencadear conversas opcionais com as personagens. Estes são bons momentos de humor ou de exposição completos com voz, por isso valem bastante a pena ver.
Curiosamente, estava à espera que algumas personagens me fossem irritar (dado o seu estilo e forma como se apresentam), mas a história e o desenrolar dos eventos ajuda bastante a consolidar e dá o espaço de crescimento a cada personagem, tirando uma, Alisha, por motivos que não posso revelar, mas que me deixaram aborrecido.
Em termos de jogabilidade, Tales of Zestiria continua a manter os pergaminhos, o que me agradou muito. A exploração é feita em mundo aberto, com a possibilidade de encontrar baús e interagir com certos elementos do cenário, usando a espada para cortar raízes ou outros obstáculos, além de que existem muitos NPC com quem interagir.
Os combates entram no registo do RPG de acção, com equipas e variantes controladas pelo computador. Os inimigos continuam a surgir no mapa antes de poderem ser abordados ou evitados. Algo que gostei, é a passagem imediata para combate, que usa a área onde estão como arena de combate.
O sistema de Artes está de regresso, com artes de combate e magia. Estes são encadeados consoante a Stamina, que dá mais dano se tiverem pouca, mas que deixa a personagem mais frágil e com menos capacidade para encadear combos.
A início, Tales of Zestiria consegue ser o jogo mais confuso da série no que toca a funções de combate, dado todas as habilidades, menus, combos e possibilidades de personalização que existem com equipamentos. Embora uns não sejam tão intuitivos e outros demasiado obscuros, os sistemas acabam por fazer sentido com a experimentação.
Mesmo que tenha sido construído de raiz para a PS3, Tales of Zestiria teve direito a uma boa conversão para a PS4 e PC. O jogo corre a 30fps constantes (pelo menos na PS4), com um visual bastante brilhante, colorido e apelativo. O desenho das personagens também está muito bom, com modelos bem trabalhados na nova geração. A música mantém a qualidade pela qual já era reconhecida em outros jogos da série. As vozes encaixam perfeitamente nas personagens, quer joguem em japonês ou inglês.
Embora tenha gostado mais de Tales of Xillia no geral, Tales of Zestiria não fica muito atrás, sendo um dos melhores RPG japoneses deste ano e um dos melhores que podem encontrar tanto na PS4 como PC (PS3 já é outra história). Se tudo o que leram na análise vos agradou, podem sair já de casa e ir comprar Tales of Zestiria. Vale bem a pena.
Positivo:
Negativo:
- Início lento
- Muitas funções estranhas de evolução
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