Análise – Sword Art Online

Informação Global:

  • Episódios: 25
  • Ano: 2012
  • Produtores: Aniplex, A-1 Pictures, Genco, DAX Production, Aniplex of America, ASCII Media Works
  • Géneros: Acção, Aventura, Jogo, Fantasia, Romance
  • Idades: +17
  • Linguagem: Japonesa

Sword Art Online é um dos Animes concorrentes a Anime do ano 2012 no entanto conseguiu abranger tanto notas negativas como positivas por parte dos espectadores. Nitidamente influenciado e seguindo as pegadas de .Hack, Sword Art Online iniciou-se como Manga, evoluiu para Anime e vai ser transformado em Videojogo. Limitado a um grupo com um estilo de vida específico, Sword Art Online tenta recriar um mundo apelativo aos fãs de Videojogos e dar a conhecer uma versão mais negativa e actual do que seria um sonho para todos nós.

Num futuro próximo, Sword Art Online, um Virtual Reality Massive Multiplayer Online Role-Playing (VRMMORPG), acabou de sair para venda. Neste os jogadores conseguem controlar os seus Avatars através dos seus corpos utilizando uma tecnologia chamada Nerve Gear. No dia de lançamento, Kirito, o nosso protagonista, entra no jogo apercebe-se que não consegue fazer log out. A explicação do sucedido surge pelo criador, que anuncia a sua intenção de manter todos os jogadores cativos até chegarem ao centésimo andar da torre principal, derrotar o boss final e assim completar o jogo. Entretanto se morrerem no jogo, morrem na vida real. Dá-se inicio a grande luta pela sobrevivência.

A parte boa da história tem bastante potencial. Em vez de se focarem na acção e na aventura presentes na Manga, decidiram transformar Sword Art Online numa história de amor a nível épico. A relação principal atravessa pontos altos e baixos de felicidade e tragédia tal como as suas personalidades e maneira de ver o mundo que vão mudando mediante o evoluir da história. Não é difícil compreender nem nos faz pensar em probabilidades mas por vezes torna-se previsível demais.

A parte má do Anime está ligada à execução. Às personagens principais, tanto Asuna como Kirito, não lhes é atribuído tempo nem desenvolvimento suficiente, o que torna difícil criar laços com o espectador. Em vez de dedicarem mais tempo ao universo Sword Art Online, decidiram explorar histórias secundárias que acabam por ser demasiado rápidas e sem grande impacto para a história principal, roubando bastante tempo de antena. Um dos grandes defeitos do Anime é o facto de sofrer do “síndroma milagroso” como solução para tudo, cenas como “o poder do amor” ou “a força triunfará” são comuns em Sword Art Online, o que o tornou pouco credível na resolução final.

Quanto às personagens principais, Kirito é o nosso protagonista, um adolescente de 16 anos e um solo player. Ele é uma das poucas pessoas que teve o privilégio de ser um beta tester do jogo Sword Art Online. Muitas pessoas gostam dos protagonistas com falhas, fraquezas, mais humanos e com os pés assentes na terra mas, Kirito, é o nosso adolescente literalmente perfeito o que o torna irreal e não muito amado pela maior parte dos fãs. Embora consiga obter tudo com bastante facilidade, ao menos, Kirito não é o típico protagonista irritante e fraco quando comparado com muitos outros, como por exemplo, Shinji de Neon Genesis Evangelion.

O mesmo acontece com Asuna, uma adolescente de 19 anos, bela, forte e habilidosa, que é praticamente perfeita e uma das poucas raparigas em Sword Art Online, que por onde passa deixa rasto de corações partidos. Com pena, as personagens principais não tiveram oportunidade de mostrar uma evolução de acontecimentos como casal amoroso o que resultou numa relação súbita e repentina mas não muito comum ou recorrente na maior partes dos Animes. Às personagens secundárias assim como os vilões, falta-lhes contexto e presença. Limitam-se a ser genéricos só porque sim e caídos do nada com uma razão inventada à pressão.

A animação descrevo-a como inconsistente. Os cenários são da maior beleza, variedade e qualidade alguma vez vista numa palete de cores suaves a adequadas a um mundo virtual como Sword Art Online. As personagens são desenhadas e animadas com pormenor e cuidado mas, em cenas de batalha, mostram pouca dedicação na maior parte dos traços. Em vez de cenas dinâmicas e fluídas  temos cenas paradas e aproximadas das personagens o que dá a sensação de estarmos a ver uma stop motion. Neste aspecto, têm toda a tecnologia disponível para as fazer melhor mas, talvez por falta de investimento monetário, não lhes foi permitido tal extravagância.

Por seu lado, a música é divina e uma boa escolha para o género. Kajiura Yuki, um dos grandes nomes na música de Videojogos e Animes, foi convidada para dar música a Sword Art Online. Com a sua vasta experiência (.Hack, Chrno Crusade, Tsubasa Chronicle…), Kajiura Yuki consegui marcar cada tempo e cada sentimento com um acompanhar musical perfeito e é assim que a maior parte da magia acontece em Sword Art Online. Mesmo não criando laços com as personagens e mesmo havendo falhas no Anime, com a música conseguimos sentir o que está a acontecer, e mesmo não sentindo nada com o pensamento acabamos por sentir com o coração. Não sendo um ponto negativo, os openings e os endings são genéricos. O primeiro opening “Crossing Field” cantado por LiSa, já com alguma experiência nesta secção, é talvez a música mais “catchy” e empolgante de todas.

Quanto ao trabalho vocal, há um investimento na voz de Kirito com Matsuoka Yoshitsugu a assumir liderança. Ainda em construção de carreira e sem muita experiência,  Matsuoka deu voz a Yukiya de Code Geass: Boukoku no Akito 1, Sorata de Sakurasou no Pet na Kanojo e Array de Rinne no Lagrange. Já com mais experiência, temos Tomatsu Haruka como Asuna que deu voz a Megumi de Accel World, Shinsuke de Inazuma Eleven Go e Lala de To LOVE-Ru. Nas personagens secundárias, por sua vez, encontramos vozes familiares e já famosas como Suguha/Taketatsu Ayana (Azusa de K-ON, Tsugumi de Guilty Crown e Kirino de Ore no Imouto ga Konnani Kawaii Wake ga Nai) e Klein/Hirata Hiroaki (Sanji de One Piece, Genma de Naruto e Gojyo de Saiyuki).

Na minha opinião, o Anime não devia ter sido dividido em duas partes. A primeira parte faz muito mais sentido e está muito mais dentro do Anime em si do que a segunda. Deviam ter explorado e apostado mais na história principal do que terem abdicado de muito tempo precioso com aventuras e cenas não tão importantes para o enredo principal. Sword Art Online não é fiel ao seu título, criou grandes expectativas devido à sua fama inicial e acabou por deixar sentimentos de desilusão no desenlace final do Anime. Não nos é dada oportunidade de conhecer melhor as personagens secundárias nem os vilões, e se por acaso o espectador não gostar de Kirito ou de Asuna, ficará sem razão e motivação  para ver ou continuar a ver Sword Art Online. Daí acreditar que a maior parte das notas negativas atribuídas a este Anime sejam afectadas por este factor específico.

Não faz sentido para mim mostrar dois finais iguais daí achar a segunda parte do Anime completamente inútil, sem sentido e uma perda de tempo. Sword Art Online tinha todo o potencial necessário para igualar grandes Animes dentro do género como .Hack e Chrno Crusade mas acabou por se tornar numa desilusão. Não considero Sword Art Online um Anime mau, é sempre uma boa experiência e divertido de ver, mas pecou em alguns pontos principais e essenciais que diferenciam um excelente Anime de um bom Anime. Sendo todos nós jogadores, recomendo Sword Art Online pela simples razão de ser divertido e criar nostalgia aos jogadores de MMORPG.

Positivo:

  • Nostalgia para jogadores de MMORPG
  • Protagonistas fortes e decididos
  • Animação estupenda dos cenários, cor e pormenor
  • Música criada pelos melhores e fiel a cada momento e sentimento
  • Cenas de paixão não muito comuns em Anime

Negativo:

  • História dividida e infiel
  • Personagens não são desenvolvidas o suficiente
  • Cenas importantes apressadas
  • Animação pobre em batalhas
  • Episódios de fillers/aventuras não contribuem para o enredo principal
  • “Síndroma milagroso” onde tudo se resolve à base de milagres
  • Previsível

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