Análise – Stranger of Sword City

Se acompanham o PróximoNível, sabem que costumo ser eu a analisar os Dungeon Crawlers, aqueles jogos na primeira pessoa à moda antiga, onde temos milhares de combates por turnos e uma dificuldade bastante acentuada a fazer companhia.

Por isso mesmo, não é de estranhar que seja também eu a meter as mãos (literalmente) em Stranger of Sword City, um jogo criado pelos mesmos criadores de Demon Gaze e Operation Abyss: New Tokyo Legacy.

Curiosamente, Stranger of Sword City é bem diferente dos anteriores, pois troca os ambientes mais Anime e coloridos dos anteriores, por um desenho e cenários bem mais crus e ao estilo de fantasia medieval, com ilustrações que podiam fazer de um qualquer manual de Dungeons & Dragons. É verdade que existe possibilidade de escolher imagens mais Anime para as personagens, mas ficam deslocadas no ambiente mais negro do jogo.

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A história, embora pareça misteriosa, é bastante afectada por dois problemas. O primeiro é a forma como nunca é criada uma verdadeira necessidade de sair deste mundo para onde a nossa personagem foi transportada, o outro são os Lineage, certos inimigos importantes que temos de matar, que raramente são mais do que monstros fortes que vão aparecendo, sem grande personalidade ou importância. Existem momentos em que a história apresenta algumas surpresas, mas nada de especial.

O que faz com que Stranger of Sword City ganhe vida, é o seu conteúdo e equipa que vamos conseguir construir ao longo do caminho, com personagens que vamos recrutando, que lutam a nosso lado e que podem acabar por morrer mais tarde ou mais cedo. Esta mecânica apoiada na jogabilidade, ajudam a dar alma ao jogo, mesmo que os nossos colegas não tenham assim tanta alma quanto isso.

Em Stranger of Sword City vão encontrar o sistema típico de exploração das masmorras na primeira pessoa. Os combates vão surindo de forma aleatória, com a visão dos inimigos também na primeira pessoa. No geral, a exploração é mais rápida que no passado, no entanto, parece que a dificuldade foi vastamente aumentada quando comparada com os dois jogos anteriores. A minha experiência foi feita em normal e tive vários momentos em que fui derrotado por inimigos bem mais fortes ou com mais sorte que eu, que estavam a patrulhar áreas que estavam ao meu nível.

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Isto não é nada que seja muito surpreendente, pois até jogos como Shin Megami Tensei usam este sistema em combates ou exploração, com os antigos a seguir estes modelos. Felizmente, existem várias formas de melhorar as personagens com habilidades e algumas armas certas. O mesmo não pode ser dito no que toca a ganhar experiência, pois evoluir por níveis é um processo moroso.

O mundo de jogo não é muito grande, mas a forma como está construído e a quantidade de missões alternativas que vão sendo introduzidas, ajudam a que o jogo seja bastante longo. Existem algumas mecânicas que o fazem de forma dispensável, mas no geral, é uma aventura com bastante para fazer, tal como qualquer bom RPG.

Embora não seja um portento visual nos momentos em que estão a explorar as masmorras, Stranger of Sword City ganhou o meu respeito pela sua direcção artística e desenho das personagens, essencialmente com os desenhos originais mais clássicos. Os desenhos dos inimigos também são bastante bons, mas alguns parecem algo retirado de um qualquer baú de experiências falhadas, pois não são assim tão inspirados quanto isso.

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As vozes são apresentadas apenas em japonês, mas em poucas quantidades. Vale por seu lado a banda sonora, que mistura tons de Rock-épico com voz sintetizada (a fazer lembrar Vocaloid) e cânticos. É um estilo que se adequa bastante bem e serve como bom acompanhamento.

Ou seja, estamos perante mais um bom Dungeon Crawler da Experience, que no entanto, não me deixou tão cativado como com o clássico Demon Gaze (também da PS Vita). É verdade que gostei bastante dele, mas não me vejo a recomendar este assim tão depressa como outros do género. A arte é fantástica, a jogabilidade afinada, mas existem certos elementos de progresso, história e mecânicas que aborrecem mais do que divertem, como tal só os puristas do género é que o vão querer explorar até ao tutano. Todos os outros devem começar por Demon Gaze.

Positivo:

  • Tema da história
  • Desenho das personagens
  • Exploração das masmorras
  • Banda sonora

Negativo:

  • Picos de dificuldade exagerados
  • História fica ausente em grandes espaços
  • Vários inimigos pouco inspirados

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Daniel Silvestre
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