Análise – Steins;Gate (PC, PS3, PS Vita)

Muitos de vocês já devem conhecer Steins;Gate ou através da adaptação a Anime que este teve, ou através da Visual Novel que lhe deu origem.

É considerada uma das melhores Visual Novels de sempre, e eu não poderia estar mais de acordo.
Quanto à história, Steins;Gate consegue ser bastante superior em relação a outras Visual Novels — Não quero fazer muitos spoilers, mas a história gira em redor de Okabe, um estudante universitário que se auto-proclama de “Mad Scientist” e “Hououin Kyouma“e que orquestra experiências no seu “laboratório” juntamente com Mayuri, o segundo membro da equipa e a sua amiga de infância; e Daru, o hacker do grupo. (Supah Hackah!)
A vida de Okabe e dos seus amigos muda drasticamente quando este decide assistir à conferência do Dr. Nakabachi, conhecido pelas suas teorias em relação a máquinas do tempo.

Após uma peculiar sequência de acontecimentos, Okabe conhece Makise Kurisu, uma jovem extraordinária e sobredotada com uma personalidade que tem que se lhe diga e é encontrada morta após a conferência de Nakabachi. Em pânico e assustado, Okabe envia uma mensagem de texto a Daru, que irá mudar a sua vida e o seu destino para sempre.
As várias rotas do jogo estão boas quanto a conteúdo e cada uma delas nos ajuda a conhecer melhor as personagens, sendo cada uma delas referente a uma linha temporal distinta.
Houve umas de que gostei mais (Kurisu, True Ending e Suzuha) , e outras de que não gostei tanto (Rukako) por razões pessoais.

pn-pnd-steinsgateAs personagens são todas diferentes umas das outras, cada uma com as suas qualidades e defeitos, ambições ( a Kurisu quer que o pai reconheça o seu trabalho e que faça as pazes com ela, o Rukako — “sim, é um gajo.” — quer ser uma rapariga, entre outros), que se complementam e nos mostram o quanto a amizade é importante, e o quão relativo ter laços fortes consegue ser.

Devo avisar que para além disso, a história chega a ser um pouco deprimente devido ao que Okabe  tem de passar ao longo do jogo, e o que isso fará às personagens deste. Steins;Gate faz uma pessoa pensar, sentir, reflectir e querer mais; é daqueles jogos em que quando chegamos ao fim, sentimos um turbilhão de emoções, um misto de melancolia e esperança.
A música é simplesmente soberba, com Itou Kanako a fazer um excelente trabalho e a arte de Huke é maravilhosa, com os tons sépia tão característicos do universo de Steins;Gate.

Em termos de jogabilidade, está bastante sucinta e fácil. Esta consiste em usarmos o telemóvel de Okabe para enviarmos mensagens, fazer escolhas que levam a determinados acontecimentos quando falamos com as personagens, voltar atrás no tempo para alterar acontecimentos…mecânicas um pouco criativas, e que embora não fujam assim tanto às mecânicas de uma Visual Novel normal,são inovadoras e únicas.

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Surpreendentemente, o jogo traz um manual de instruções para a versão da PS3 (milagre! ainda existem jogos com manual de instruções? deve ser a escolha de Steins;Gate!) e qualquer dúvida que tenham, podem esclarecê-la através dele.

Os gráficos são muito bons tanto na versão PC como PS3, os efeitos sonoros e visuais estão bastante giros e bem inseridos no jogo.

O trabalho vocal está mesmo, mesmo bom e sente-se a emoção na voz de Okabe, de Kurisu, da Mayushii, de todos os personagens, fazendo-lhes justiça.
Como em quase todas as Visual Novels, é necessário chegar a todos os endings para desbloquear o true ending, cujo fim é o que adaptaram a Anime. Se ainda não o viram, devem fazê-lo sem mais demoras.

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Há termos específicos no jogo, que podem consultar numa espécie de dicionário de forma a entenderem o seu significado; sendo alguns desses termos do tema científico.
Apesar de nem tudo ser verdade (quanto a certos assuntos que envolvem ciência dentro de Steins;Gate) o jogo explica estes de forma tão convincente que conseguem convencer quem o joga e acaba por vender o seu peixe.

Eu sou suspeita porque adoro o jogo, adoro o anime e os OVA, e sou uma grande fã das ScienceAdventures, mas na minha opinião Steins;Gate deve ser jogado, visto e se tiverem tempo, lido. (Para além do jogo e da sequela Steins;Gate 0, existem mangas e side-stories que complementam o resto e vos dá ainda mais informação acerca deste mundo tão complexo e maravilhoso.)

Por ser tão completo, tão inteligente e das melhores (senão a melhor) Visual Novel que já joguei, tenho de a recomendar vivamente a quem gosta de jogos do género e a quem ainda não se estreou neste tipo de jogos. Agora com licença, a assistente tem trabalho a fazer e linhas temporais a consertar.

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Opinião extra por:
Mathias Marques

Apesar de ter ouvido imensas vezes que o anime era óptimo, recusei-me a ver o mesmo antes de jogar a visual novel que deu início a esta história de bananas e microondas. A verdade é que devido a uma má interpretação de palavras, fiquei com a ideia que os bad endings de Steins;Gate eram “mindfuck”, então queria experimentar esses mesmos endings primeiro.

Acontece que não acabam por ser nada do outro mundo, e que Steins;Gate é na sua maioria uma Visual Novel Cinética (Kinetic Visual Novel). Ou seja, sem escolhas, e passamos o jogo todo a ler. Sim fiquei um pouco decepcionado com isso a início, ainda para mais com aquele longo prólogo onde não acontecia muito para além mandar DMails, mas isso foi suavizado pelas pequenas interacções por SMS que é possível ter durante o jogo.

Não me interpretem mal, a história é bastante interessante e cómica a início, e depois acerta com uma grande pressão e carga emocional, fazendo um excelente trabalho para nos manter agarrados. Mas quando toca a jogos com escolhas eu sou um pouco impaciente para as poder fazer.

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A banda sonora foi certamente a primeira coisa que me impressionou, com boas peças, que combinam perfeitamente com os momentos. No entanto, achei que podia ter usado outras partes em certos eventos do jogo, pois tendo certos acontecimentos associados a certa banda sonora tira o efeito quando ouço novamente a mesma música a tocar noutro lado.

Como toda a Visual Novel que se preze, as personagens são uma parte central do jogo e da história. No caso de Steins;Gate a maioria é otaku, e metade sabe dar as suas voltas sobre o mundo da ciência. Mas é principalmente a personalidade de Kyouma (sim Kyouma, e não Rintaro) e a sua interacção com as outras personagens que torna tudo mais hilariante.

No fundo Steins;Gate saiu algo um pouco diferente do que esperava, mas impressionou-me noutros pontos que não estava à espera. É certamente uma história que todos deviam de experimentar, tanto pelos seus temas, como personagens e música. Infelizmente a versão PS Vita não tem nenhuma “novidade” específica, sendo que a única diferença das outras plataformas é a opção de carregar no ecrã para avançar o texto…

Positivo:

  • História consistente e aliciante, imprevisível
  • Kurisu
  • Banda sonora e trabalho vocal excelentes
  • Arte bastante bonita e característica de Huke
  • Kurisu
  • Mecânicas inovadoras e únicas
  • Personagens excelentes
  • Kurisu
  • Uupas
  • Já disse Kurisu?

Negativo:

  • Início um pouco lento, mas recompensador

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