Análise – Sonic Superstars

Com o final de ano a chegar é costume ver Sonic a regressar numa das suas novas aventuras. A deste ano é dedicada à nostalgia, com um jogo de plataformas em 2D e jogabilidade à moda antiga.

Sonic Superstars tenta recriar a boa energia e nostalgia de jogos antigos de Sonic, tendo até direito a cinemática a fazer lembrar a abertura de Sonic CD, wallpapers com arte clássica, entre outras coisas que puxam pelos elementos icónicos da série.

Embora tenha outros modos, o centro de Sonic Superstars é a sua campanha, a qual está dividida em vários cenários que podem ter um ou mais níveis. Estes estão espalhados por um pequeno mapa mundo e existem alguns níveis alternativos que podemos aceder dentro deles com uma fruta especial. Antes de começar, temos de escolher uma das quatro personagens principais (Sonic, Tails, Knuckles ou Amy) e a melhor parque é que cada um deles tem as suas próprias vantagens, sendo que Tails consegue voar e Knuckles consegue pairar e subir paredes.

Os cenários de Sonic Superstars são claramente inspirados na sua maioria nos clássicos da série. Começamos num nível a fazer lembrar Green Hill e vamos passando por ruínas, palácios no céu e a típica zona de Carnaval. Alguns níveis são inteiramente novos e arriscam algumas mecânicas ou interacções inéditas, mas a melhor parte destes é como conseguem incluir certos inimigos antigos nestes cenários, o que dá uma sensação de “fauna” credível.

Os cenários estão claramente divididos por tipos de zonas. Existem caminhos mais rápidos e mais interligados nas zonas superiores, enquanto as zonas inferiores estão mais ligadas à exploração e plataformas. A meu ver, este misto emula muito bem os sonics do passado, pois a memória pode enganar, mas existiam muitas quebras na velocidade na primeira trilogia e no caso deste jogo, estas diferenças favorecem o uso das habilidades de certas personagens.

Falando em habilidades, neste jogo, além das esmeraldas terem o seu poder, cada uma delas confere um poder diferente. Estes poderes variam entre utilidade, mas podemos sacar deles a qualquer altura enquanto ainda estiverem disponíveis para os usar nos cenários. São poderes como chamar dezenas de clones para atacar os inimigos ou conseguir nadar mais depressa, mas o meu favorito é a bala de fogo que nos permite sair disparados em qualquer direcção. O problema destes poderes é a sua “ausência” do ecrã, o que faz com que por vezes acabemos por não os usar dada a velocidade e confusão que acontece nos cenários.

Por fim temos os bosses. Estes aparecem com diversas tácticas e nem todos precisam de ser atacados, existem alguns que o objectivo é fugir e evitar sem atacado. A maioria dos bosses são inventivos e divertidos de derrotar, mas é fácil perceber que foram feitos para ser derrotados por tentativa erro ao aprender os seus padrões, o que quer dizer que a primeira vez que encontramos um, a hipótese de ser atacado e perder os anéis é extremamente alta.

Curiosamente, em Sonic Superstars sejam os anéis ou moedas, tudo o que existe para apanhar nos cenários acaba por ser algo desmoralizante. As moedas que recolhemos podem ser usadas para comprar peças para o modo de combate, mas como este modo é demasiado básico e apenas o jogo de corrida é verdadeiramente divertido, então esse incentivo é perdido. Apanhar as esmeraldas é positivo pelos seus ataques, mas os seus cenários são baseados numa perseguição que usa físicas estranhas e nada práticas e por fim, os portais que nos levam para os cenários rotativos a fazer lembrar os cenários das esmeraldas de Sonic 1, deixam de fazer sentido à medida que vemos que é fácil apanhar moedas simplesmente a jogar e que o facto de não haver vidas, tira a necessidade de ter de fazer algo extra.

Curiosamente, talvez inspirado por um certo canalizador, Sonic Superstars também tem um modo multijogador cooperativo que funciona bem metade das vezes. A outra metade é uma mescla confusa de tentar perceber quem a câmara está a seguir ou frustração por não termos tempo de fazer alguma coisa por sermos puxados para a frente. A melhor forma de jogar cooperativo é fazer por ignorar tudo e tentar em conjunto passar os cenários a correr o mais depressa possível. Desta forma, este modo consegue ter alguma diversão.

Em termos de longevidade, Sonic Superstars consegue ser terminado em pouco menos de cinco horas e oferece outras cinco ou seis caso queiram jogar o modo combate e fazer melhores tempos no Time Attack. Dada a dimensão dos cenários, caminhos alternativos e o facto de cada personagem ter as suas vantagens, pelo menos é uma campanha que merece ser jogada duas vezes, mas não vejo muito mais apelo além disso. É um problema que os loadings entre cenários seja tão lento, pelo menos na minha experiência com a Nintendo Switch.

Já no que respeita ao visual, este é sem dúvida um jogo apelativo e por vezes até bonito de se ver. Não vai muito além dos conceitos básicos que estamos habituados a ver de Sonic e em outros jogos de plataformas também feitos a pensar nas crianças. Os menus estão bem organizados e com um visual de qualidade e os modelos das personagens é muito positivo, embora as animações não sejam tão dinâmicas como no rival que saiu recentemente. A fluídez do jogo mantém-se literalmente durante todo o jogo e só tenho pena dos contornos das personagens e cenários terem tantos serrilhados. Isto é notório na Nintendo Switch (versão de análise), tanto a jogar na televisão como na consola em si. A banda sonora é muito boa e recorre a vários sons e remisturas clássicas, a parte positiva é que até as novas músicas são boas.

Mesmo não sendo o melhor jogo de Sonic até hoje, nem muito menos o melhor jogo de plataformas a ser lançado neste final de ano, Sonic Superstars é um bom jogo que deve ser jogado acima de tudo pelos fãs do ouriço, assim como aqueles que gostam de jogos de plataformas.

Positivo:

  • Visual apelativo
  • Introdução de poderes das esmeraldas
  • 4 personagens com habilidades próprias
  • Arte clássica
  • Banda sonora

Negativo:

  • Cenários bónus são fracos
  • Modo Arena é uma oportunidade perdida
  • Serrilhados nos contornos
  • Campanha tem pouco conteúdo
  • Multijogador não funciona muito bem
  • Loadings lentos

Daniel Silvestre
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