Longe vão os tempos das guerras das mascotes normalmente associadas a uma consola específica. Embora a Sony tenha adoptado de certa forma o Sackboy como uma das faces da PS3 e PS Vita, a verdade é que além de Ratchet and Clank, as consolas da Sony viram desaparecer grande parte dos jogos de plataformas em 3D da era das 32 e 128 bits.
Quase 7 anos depois, eis que Sly e os seus amigos estão de regresso à PS3. Agora nas mãos da Sanzaru Games, enquanto a Sucker Punch está focada na série inFamous, será que Sly Cooper Thieves in Time está ao nível dos anteriores?
Thieves in Time não é uma prequela ou spin-off da história original. A Sanzaru teve luz verde dos criadores e da Sony para continuar a história e o resultado acaba por ser realmente positivo para a própria linhagem da saga.
Neste jogo, Sly, a tartaruga Bentley e o hipopótamo Murray vão unir forças novamente para descobrir quem é o responsável pelo desaparecimento do conteúdo escrito nas páginas do Thievius Raccoonus, a bíblia dos ladrões que passou entre todos os herdeiros da família de Sly.
A equipa descobre que este mistério está ligado à origem de cada um dos manuscritos e assim, vão precisar de viajar para várias eras do passado como o Japão Feudal e o Oeste Selvagem, para deter os vilões encarregues de baralhar a lógica do tempo.
Pelo caminho, Sly vai encontrar os seus antepassados directos e requisitar a sua ajuda, o que acaba por desbloquear cada um destes heróis para que possam jogar com eles na sua época e dar uso às suas habilidades únicas. Existem mestres Ninja com habilidade para o Sushi e pistoleiros que trazem vários truques novos para refrescar a jogabilidade.
Na realidade, variedade é algo que faz parte do estilo de jogo e aproximação à acção de Sly Cooper Thieves in Time. Ao jogar com Sly, vão ter direito a zonas de plataforma, escalada e combate furtivo, com Bentley, vão encontrar vários segmentos de plataformas e a capacidade para arremessar bombas e por fim, com Murray, vão dar uso à sua força bruta para lutar corpo-a-corpo contra vários inimigos ou carregar objectos pesados. Se juntarem a isto os segmentos e cada uma das missões de cada um dos antepassados (e outros convidados surpresa), existem aqui muitas formas de jogar este jogo de plataformas.
Mas as novidades não se ficam por aqui. A série Sly Cooper tentou sempre diversificar com pequenos mini-jogos na sua construção e Sly Cooper Thieves in Time oferece vários segmentos diferentes que desafiam a linearidade comum dos jogos de plataformas. Quando fazem hacking com Bentley são brindados com todo o estilo de mini-jogos de tiros ao estilo de um Superstardust, jogos de equilíbrio com Sixaxis ao estilo de Mercury Meltdown e outros onde pescam ou realizam concursos de dança com o carregar de botões ao estilo Guitar Hero. Embora pareça uma mistura estranha, a verdade é que quase todos funcionam bem e são eficientes, aumentando ainda mais a variedade.
Cada uma das eras que vão visitar, oferece uma área considerável de mundo aberto para explorar. Algumas das zonas disponíveis só podem ser exploradas na sua totalidade com as capacidades de cada personagem o que permite que coleccionem tudo o que foi escondido nos cenários. Existe um esconderijo principal em cada um dos mapas onde preparam a próxima missão, escolhem uma personagem ou acedem a outros menus que permitem repetir missões ou ver as relíquias apanhadas. Tendo em conta que podem regressar a zonas previamente visitadas para explorar melhor, vão poder recolher tudo com calma.
Em vários casos, as missões acabam por decorrer em zonas à parte no mapa, como o interior de alguns edifícios, ou túneis. Estas zonas estão talhadas para cada uma das personagens à qual a missão se destina. As missões iniciais acabam por ser bem mais fáceis e servem quase como uma introdução a cada uma das habilidades, porém, o jogo não aumenta a dificuldade em larga escala e só os bosses finais são verdadeiros desafios quando demoram a perceber o seu padrão de ataques.
No geral, a campanha ainda demora mais de 15 horas a terminar, mas existe bastante incentivo para fugir à rota principal e explorar todos os cenários. É divertido e até bastante recompensador, desbloqueando alguns extras bastante divertidos e claro, os famosos trofeus. Só é realmente uma pena que existam tempos de loading tão grandes.
Visualmente Sly Cooper Thieves in Time é uma verdadeira homenagem à série e aos desenhos animados de policias e ladroes dos anos 90. Seja pela arte, cinemáticas ou pelas personagens, este é um jogo que transborda carisma e um humor muito próprio que vai além do jogo de plataformas para miúdos. O visual Cell-Shading surge em grande força e é bastante apelativo, tanto na PS3 como na PS Vita. Curiosamente cada uma das plataformas tem os seus pontos altos e baixos, sendo que a PS Vita faz com que o visual pareça bem mais vibrante e a PS3 tenha menos problemas de fluidez.
Quanto ao som, tanto a música ao estilo jazz como as vozes oferecem um bom espectáculo. Existe a possibilidade de jogar tudo em português e tenho a dizer que a opção é válida e o trabalho foi bastante bem feito. Só é pena que não seja possível activar legendas para todas as falas do jogo, pois muitos dos diálogos tidos durante o jogo ficam algo apagados pelo resto do som ambiente ou música.
Outro ponto positivo passa pelo preço do jogo que pode ser comprado em versão mais reduzida tanto na PS Vita como na PS3, sendo que a versão PS3 inclui ainda a versão PS Vita totalmente de graça. Assim sendo, estão a adquirir as duas versões com cross-save por um preço muito mais convidativo.
Vejam também a nossa vídeo-análise de Sly Cooper Thieves in Time aqui!
Embora não seja um clássico imediato e sofra de alguns pequenos problemas, Sly Cooper Thieves in Time é um grande jogo de plataformas em 3D à moda antiga. É o regresso do clã Cooper com a qualidade que lhe associamos e uma aventura que tem tanto de bom para para os fãs, como de apelativo para quem gosta de jogos de plataformas em geral. Sem dúvida uma aposta ganha.
Positivo:
- Grande regresso de Sly Cooper
- História divertida com boas personagens
- Diversidade na jogabilidade
- Cross-buy na versão PS3
- Visual mais brilhante na PS Vita
Negativo:
- Tempos de loading
- Alguns problemas na detecção de movimentos
- Quebras de fluidez na PS Vita
- Legendas podiam surgir para todos os diálogos
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Um jogo exelente, na minha opinião tem tudo para honrar os títulos anteriores 🙂
Na PSVita tiraram o cellshading… estragaram o visual todo.
O jogo na PS Vita está em cell-shading. A não ser que estejas a falar dos acabamentos que a PS3 levou para meter a imagem mais “sharp”.
De certeza? Vi num site qualquer (talvez kotaku) a comparação entre ambas as versões e o da PSVita parecia nºao ter cellshading nos personagens pelo menos. A versão PS3 sim, destacada e limpinha com um contorno a preto visualmente bonito.
Eu joguei as duas para análise e posso confirmar que até estão bastante parecidas, apenas com as diferenças lógicas da PS3 estar um pouco mais “Sharp”.
Cumprimentos!
Foi aqui que vi Daniel: http://kotaku.com/5981954/sly-cooper-thieves-in-time-the-kotaku-review
Não querendo insistir muito, por essas imagens eu acho que o cellshading não está muito presente. Especialmente no Sly por exemplo, mais do que no ambiente (estou a falar da versão Vita claro).
Pensava que o jogo ia ser mau mas pelo que vi pela a análise parece excelente.
Tenho de experimentar!
Plataformas ao estilo 128-bits? GOD, thats the stuff… Qualquer jogo de Ratchet, Jak ou Sly são suficientes para comprar uma PS2, e parece que este manteve a qualidade dos anteriores. Excelente análise, mas tenho uma dúvida: o Sly 3 não insinuava que o Sly tinha desaparecido?
Não, o Sly tinha fingido amnésia para poder ficar com a Carmelita.
Obrigado. Como nunca tinha jogado até ao final (só joguei parte em casa de um amigo), não tinha a certeza.
Grande anàlise, li à 2 dias uma numa revista e fiquei muito desapontado por tar mal feita e ter alguns “spoilers”, esta aqui està perfeita como de costume, por isso é que confio e prefiro as vossas anàlises ^^
Ainda vou ver se arranjo o Sly 4 no Natal, se a data do FFX HD não for revelada entretanto 😛