Análise – Salem: Temporada 1

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Estado: Renovada para uma 2ª temporada em 2015

Bruxas, bruxas em todo o lado. Com esta pequena frase acabei de resumir a premissa de Salem, a primeira série original do canal WGN America. A história de Salem passa-se numa cidade homónima em meados do século XVII, durante um período que ficou conhecido como a grande caça às bruxas. Provavelmente Salem será um dos nomes mais reconhecidos quando falamos em caça às bruxas e não é por acaso.

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A série baseia-se então nesta caça às bruxas em Salem que durou alguns anos. A história gira em torno de um clã de bruxas que através de vários esquemas conseguiram colocar-se em locais de poder. Para dar mais profundidade a esta história existe também um clássico romance repleto de tragédia.

Com o decorrer da série acabei por reparar em algo que me fez bastante confusão. As bruxas e bruxos têm poderes sobrenaturais, aparecem e desaparecem de onde querem, fazem objectos flutuar entre muitas outras artimanhas; mas para o bem do guião, estes poderes não são usados quando estas se encontram em apuros com a lei. Por outras palavras, iremos ver momentos em que as todas-poderosas bruxas não fazem uso dos seus poderes porque o guião não deixa.

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Tendo em conta a exploração feita ao termo bruxa em Salem, o problema que descrevi acima estraga muito do que a série poderia ser. Salem mostra as bruxas e os poderes sobrenaturais de uma forma bastante apelativa, mas falha em transmitir o verdadeiro poder destas. Existem momentos em que se torna frustrante observar o desenrolar de muitas das peripécias. Os efeitos especiais estão muito bons, o guarda-roupa e ambiente em geral da série é fantástico, os actores estão à altura do desafio, até a história está bem empregue. Toda a temporada está interligada de forma genial e as personagens surpreendem; mas o facto de em certas situações as bruxas ficarem impotentes estraga um pouco da magia.

Algo que esta primeira temporada tem de ridículo é o grande vilão, este apresenta-se como quase intocável, tem direito a algumas características bastante questionáveis, por outras palavras, onde quer que ele vá encontra sempre o que quer ou quase. Isto acabou por me fazer começar a detestar esta personagem e não no sentido de ser um grande vilão, mas sim por se tratar de um vilão que nada faz para além de chatear. Tenta mostrar-se inteligente em demasia e alguns esquemas funcionam porque dá jeito. Felizmente, existem personagens muito mais interessantes e bem construídas que ofuscam este caçador de bruxas.

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Estranhamente e apesar de Salem querer passar a mensagem da dupla amorosa entre John Alden e Mary Sibley, é a dupla composta por John Alden e Cotton Mather que mais brilha, não amorosamente mas pelo que os une no combate ás bruxas e na forma como o fazem.

Um aspecto que também irá definir se esta é ou não uma série do vosso agrado, é a quantidade de cenas menos próprias para os mais sensíveis, são inúmeras as cenas que vão desde sexo a tortura.

Salem conta uma história interessante e é empolgante até ao último momento, é verdade que tem os seus altos e baixos e algumas das personagens não estão tão bem trabalhadas como outras acabando por dar origem a alguns momentos mais confusos. Se estão à procura de uma série para ver de uma só vez, esta é uma boa escolha.

Positivo:

  • Ambiente
  • Efeitos especiais
  • Personagens maioritariamente bem trabalhadas
  • História
  • Relação entre as personagens John Alden e Cotton Mather é um dos pontos fortes da série

Negativo:

  • Alguns momentos não correspondem ao que nos é mostrado
  • Porque é que as bruxas são tão poderosas em certas situações e nem sequer conseguem escapar de uma cela?
  • Algumas personagens não são devidamente explicadas tendo em conta as suas acções
  • O “grande vilão” da temporada é simplesmente irritante sem explicação

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Alexandre Barbosa
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