Análise – Predator: Hunting Grounds

A Illfonic e Sony juntaram esforços e na state of play de Maio do ano passado anunciaram Predator: Hunting Grounds. Um novo capítulo para a série de jogos Predator, onde o último foi lançado em 2005 para a PlayStation 2.

Predator: Hunting Grounds é um jogo multiplayer assimétrico com um único modo de jogo. Este é composto por duas equipas, uma com quatro humanos e a outra com o Predator, onde o objetivo é sobreviver usando os recursos que temos à nossa disposição. Neste único modo de jogo ao qual deram o nome de partida rápida, temos três hipóteses de procura. Podemos escolher o lado dos squads, ser o Predator ou simplesmente ser o servidor a escolher. Em cada partida os objetivos são diferentes consoante a escolha de lado. Se escolhermos o lado dos Squads contamos com uma equipa de 4 soldados, onde cada um tem uma arma principal, uma secundária, três granadas, dois kits de medicina e onde temos dois objetivos o primeiro é cumprir com as missões propostas e outro é escapar ao Predator.

Se escolhermos o lado do Predator, somos apenas um só jogador e os recursos que temos à nossa disposição são um canhão de plasma, camuflagem, lâminas de pulso, 2 kits de medicina e o nosso único objetivo é aniquilar a equipa de squads usando o mapa a nosso favor, já que somos os únicos que podemos saltar de arvore em arvore ou de edifício em edifício e assim facilitar a procura dos inimigos.

Predator: Hunting Grounds é um jogo completamente online, sendo que a versão de PC ou de PS4, conta com cross play e se adquirirem para a Playstation 4 vão precisar do serviço Playstation Plus. Sendo um jogo online e com cross play, a espera por partida pode demorar entre segundos a largos minutos, aconselhamos a ter o nosso site aberto num dispositivo à parte para ler as notícias ou outras análises enquanto esperam, porque poderá demorar um bom tempo. Em termos de cross play a nossa experiência não foi a melhor, pois tivemos bastante tempo a tentar conectar um membro da nossa equipa que jogava através do PC e não conseguimos, mas durante as nossas sessões reparamos que dentro dos nossos lobbies estavam alguns jogadores de PC, por isso ele existe não sabemos bem como está funcionar.

Graficamente Predator: Hunting Grounds é um jogo muito simples, atrevo-me a dizer que parece um jogo vindo da Playstation 3, onde alguma vegetação está com problemas de física, simplesmente podemos correr dentro de água como estivéssemos em terra ou quando um membro da squad morre parece que caiu um balde de tinta vermelha em cima dele. São insuficiências visuais que para esta geração é algo um pouco difícil de aceitar. Na minha experiência com jogo, tive algumas quebras de frames durante algumas partidas e a minha consola parece que não aguenta muito tempo com o jogo ligado, o que faz pensar que o jogo está mal otimizado.

Em relação à banda sonora, podem contar com o tema do filme no menu principal, que me passou a aborrecer passado alguns jogos. A dobragem presente está em português de Portugal e na minha opinião, está bem feita.

Em suma Predator: Hunting Grounds é um jogo online que conta com cross play entre PS4 e PC que não funciona da melhor maneira. Temos um único modo de jogo que passado algumas partidas começa a fartar um pouco, está mal otimizado e com alguns problemas que precisam ser corrigidos. Para poder recomendar este jogo a alguém, tinha que ser free to play com algum mecanismo de suporte aos criadores.

 

Opinião adicional por: Alexandre Barbosa (PS4)

Tendo por base a assimetria, Predator: Hunting Grounds consegue transmitir a sua ideia de forma clara, ainda que a execução deixe a desejar.

O ponto essencial do jogo é que este se baseia apenas num único modo de jogo. Não há qualquer tipo de esforço por parte da produtora para entregar uma experiência diversificada. Sempre que jogarem Predator: Hunting Grounds vão encontrar as mesmas vertentes.

Começando por falar no porta-estandarte, jogar como um Predator é uma mistura de “jogo das escondidas” com a “apanhada” mas com um fim definitivo para um dos lados. O mapa é sempre o mesmo, e foi construído para dar, tanto ao Predator como aos soldados, uma hipótese de luta. Enquanto Predator iremos fazer uso do manto de camuflagem, visão térmica e super saltos, por entre os ramos das árvores apenas para mergulhar no chão e apanhar os soldados desprevenidos. O arsenal básico do Predator está todo lá, conforme vão jogando vão acabar por desbloquear mais equipamento e este faz uma grande diferença.

Do lado dos soldados temos uma experiência bastante diferente. O jogo passa da terceira para a primeira pessoa e temos acesso a uma de três missões distintas. Estas missões não passam de uma desculpa para percorrer um trilho e defender alguns pontos de interesse durante o tempo suficiente para que o Predator tenha uma hipótese de nos encontrar e nos esventrar de uma maneira unicamente visceral. Existem inimigos IA para ambos os lados que são carne para canhão, funcionando como um alarme para que o Predator saiba onde estamos.O lado dos soldados envolve imensos elementos cooperativos e se não conseguirem comunicar, acaba por ser bastante injusto.

Deixando então os dois lados do jogo para trás, a experiência final está longe de ser positiva. Cada jogo irá durar entre 3 a 10 minutos, tudo depende da habilidade das partes envolvidas e do quão rápido e perspicaz é o Predator. O aspecto do jogo é sofrível, tudo se parece arrastar no ecrã, texturas de baixa qualidade, poucos elementos de interacção e elementos fantasma como a água que não tem qualquer efeito na corrida, ainda que nos chegue ao joelho. Elementos como cobrir o corpo de lama são boas adições contextuais mas ficam aquém na sua execução.

 

Depois de 1 hora com o jogo já estava aborrecido. Por entre problemas de conexão, filas de espera enormes para jogar como Predator, muitas vezes superiores ao tempo de jogo, elementos extremamente repetitivos e detecção de colisão com problemas, nem os itens de personalização para desbloquear são interessantes o suficiente para continuar a jogar. A experiência seria deveras fraca não fosse o elemento do costume a salvar o dia, os amigos com quem estava a jogar.

É um jogo que se sente como um filme de acção dos anos 80: enredo nem vê-lo, explosões com fartura, um inimigo “fixe” e poderoso, e tudo se passa na mesma selva, independentemente da sequela ou missão. Se este filme for do vosso agrado e estiverem dispostos a olhar para o lado no que toca às questões supra-mencionadas então poderão encontrar alguma diversão, mas não passará de uma pequena quantidade.

 

Opinião adicional por: Daniel Silvestre (PS4)

Predator: Hunting Grounds tem boas ideias e um estúdio já com experiência no género por detrás da sua criaçao. Isto seria o suficiente para criar um jogo com muita promessa. Infelizmente o resultado está bem longe do que seria de esperar, especialmente depois de tanto apoio e divulgação por parte da Sony.

A experiência que tive com ele foi mais baseada no online com jogo em equipa do que propriamente na pele do Predador, mas também existe muito pouco para fazer e aprender de ambos os lados. Grande parte da experiência vai sendo desbloqueada com o tempo, mas isso também dá uma certa desvantagem contra jogadores mais avançados. Mesmo sendo repetitivo e aborrecido (algo que aparentemente é bem visto em Battleroyales e afins), as melhores partes de Predator: Hunting Grounds acontecem quando o jogo não está a seguir um padrão.

Ao jogar online com os outros membros da equipa, descobri que os melhores momentos de Predator: Hunting Grounds não são tidos quando estamos a tentar fazer as missões, mas sim a jogar ao gato e rato entre o Predador e os soldados. Quando o jogo segue por este caminho, senti genuinamente estar a ser divertido pelo jogo, só é uma pena que as hipóteses de o fazer sejam poucas e sempre iguais.

Juntem a isto uma apresentação fraca, momentos pouco inspirados, problemas de ligações, grandes filas de espera para jogar e uma ausência de mais cenários e vão ficar cansados muito depressa. É uma pena, pois Predator: Hunting Grounds tem boas ideias que podiam ter resultado num jogo muito melhor.

 

Opinião adicional por: Mathias Marques (PC)

Tendo em conta que já existem três opiniões sobre o jogo em geral irei apenas dar a minha opinião em termos técnicos e possíveis diferenças que possam haver entre as versões PlayStation 4 e PC.

Ao ouvir dizer que a versão PlayStation 4 não era das mais bonitas estava com curiosidade quanto à sua razão. Podia estar mal optimizado ou com outro tipo de problema qualquer, mas ao pegar na versão PC, e mesmo com os gráficos no máximo acabei por ver qual era o problema: a falta de vontade. Mesmo com os gráficos no máximo Predator: Hunting Grounds não tem nada que impressione, e a maneira em como o mapa está construído de uma forma extremamente banal apenas reforça a ideia de não ter sido posto grande esforço na sua construção.

Tendo em conta que estamos numa selva, e numa geração onde é possível haver enormes ou até os mais mínimos detalhes possíveis, a vegetação da floresta poderia ser mais. Mesmo que a sua qualidade gráfica não fosse fenomenal e continuasse preso com o aspecto de transição entre a geração passada e esta geração a produtora poderia pelo menos ter investido mais ao criar detalhe pelo cenário. Mais locais como relva maior para o predador esconder-se ou mais ruínas para os jogadores poderem proteger-se, mais detalhe em certos aspectos técnicos como vegetação a mover-se quando o Predador está invisível (algo que acontece mas poderia ser bem melhor), ou outras formas de identificar a sua presença (e a dos soldados) no cenário como pegadas e muito mais.

Para um jogo onde irá haver vários elementos de repetição (já que apenas existe um mapa), seria bom que a produtor tivesse apostado em coisas adicionais para tornar essa experiência em algo bom. Quanto a outros termos técnicos não tive grandes problemas excepto a altura em que ao ligar o jogo o meu computador foi abaixo, ou o facto de o jogo ter cross-play e por alguma razão não dar para criar uma equipa no matchmaking com amigos que estejam a utilizar a outra versão do jogo.

Existem muitos outros jogos semelhantes a este e que tem sido bem mais populares por oferecerem experiências diferentes apesar de abusarem do mesmo mapa, Dead by Daylight é provavelmente o exemplo de maior sucesso e que continua activo tanto em termos de comunidade como suporte pela sua produtora. Por outro lado Deceit também faz uso deste tipo de cenário mas muda a sua jogabilidade o suficiente ao ponto de destacar-se deste género, com ambos os jogos a serem melhores alternativas.

 

Positivo:

  • Divertido em pequenas doses
  • Música e estética oficial dos filmes

Negativo:

  • Crossplay entre PC e PS4
  • Longas filas para jogar com Predador
  • Gameplay repetitiva
  • Pouco conteúdo
  • Mal otimizado para a PS4

 

Daniel Silva
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