Análise – PlayStation All-Stars Battle Royale

Desde que os videojogos existem que os computadores ou consolas foram aumentando a quantidade de jogadores que podiam estar ligados à mesma. Fosse com duas entradas, quatro ou mais por suporte de wireless, todos sabem que não existe nada melhor que juntar os amigos para jogar algo onde um acaba por ter o direito a gabar-se por ser o melhor.

Com Smash Bros. da Nintendo, os serões passados com amigos deixaram de ser os mesmos, afinal este jogo de luta conseguia cativar desde os jogadores hardcore aos casuais, tendo apenas um problema, só estava na consola da Nintendo.

Por isso mesmo a Sony resolveu que era altura dos seus fãs poderem jogar com as personagens mais icónicas da marca, assim como os seus aliados mais interessantes, assim nasceu PlayStation All-Stars Battle Royale, um jogo que tem tanto de Smash Bros. como de uma experiência nova e diferente.
Para esta análise pude experimentar tanto a versão PS3 como PS Vita, a qual podem obter gratuitamente caso comprem a versão PS3.

Como o nome indica em PlayStation All-Stars Battle Royale vão poder escolher entre algumas personagens clássicas e mais obscuras do universo Sony, o que vai de Kratos, Nathan Drake e Sackboy até Nariko (Heavenly Sword), Spike (Ape Escape) ou Sir Daniel de Medievel.
Quanto a convidados, os nomes incluem Dante do novo DMC, Raiden de Metal Gear Rising e Big Daddy de Bioshock.

A selecção é grande e ainda promete crescer com personagens por DLC, porém, é uma pena que faltem algumas personagens tão míticas como Crash Bandicoot e Spyro, ou outras que também cresceram nas consolas da Sony como Lara Croft, Rayman, EzioSolid Snake ou até mesmo alguém da série Persona ou Final Fantasy. Em vez disso, temos por exemplo Cole que aparece em versão bom e mau, uma hipótese perdida.

Cada personagem tem direito a um fio de narrativa no modo história, mas nada que seja realmente impressionante. Existem rivalidades entre as mesmas e um motivo para cada um estar presente neste torneio, porém, PlayStation All-Stars Battle Royale teria beneficiado duma campanha longa e única que contasse uma história mais descontraída e divertida de como as personagens podia ter entrado em contacto e como iriam ser formados certos grupos de aliados, algo que funcionou excepcionalmente bem em Mortal Kombat e aqui podia ser um ponto alto.

A jogabilidade pode fazer lembrar a de Smash Bros. mas a verdade é que consegue ser bem diferente do sucesso da Nintendo. A equipa da Superbot é composta por alguns fãs de jogos de luta competitivos e a sua influência é claramente notória, com personagens que foram estudadas até à exaustão para procurar um equilíbrio e um sistema de combos, cancelamentos e contra ataques que precisam de ser interiorizados. O combate é acessível e divertido, mas embora não seja um Street Fighter ou Tekken, acredito que até os veteranos vão encontrar aqui um bom entretenimento.

Em PlayStation All-Stars Battle Royale as personagens não usam pontos de vida, sendo que que vencem fica assente numa barra de especial que vai enchendo à medida que dão dano aos adversários. Cada barra oferece um especial diferente e como é lógico, usar um de nível 3 é morte quase certa para os adversários que estejam no ecrã. No final dos combates vence quem tiver morto mais e morrido menos, no entanto existem outros modos onde podem lutar até um certo número de KOs, ou então um limite máximo de vidas.

É uma pena que em alguns casos alguns especiais e personagens estejam em desvantagem frente a outras. É normal entrar em partidas online com mais que um Dante, Kratos ou um Raiden e estes são dos mais usados, muito por culpa dos seus ataques excepcionais e especiais. Acredito que um bom jogador terá sempre a vantagem mesmo a jogar com uma personagem menos versátil, mas um veterano com Kratos ou Raiden é uma vitória quase garantida. Ou seja, existem aqui algumas personagens bem equilibradas e outras que vão certamente levar um “nerf”.

Ainda antes de partir para o modo online, é aconselhável que explorem os modos de treino gerais e dedicados a cada personagem. Estes ensinam valiosas lições e permitem que testem os vários movimentos e especiais de cada personagem em muitas situações que exigem abordagens diferentes. Gostei bastante destes modos que vão além do simples treino, mas era óptimo que tivessem um pouco mais de variedade.

Assim que estiverem confiantes das vossas capacidades podem tentar a vossa sorte contra outros amigos na mesma consola (no caso da PS3), entre consolas (no caso da PS Vita), ou online em partidas que podem ir até quatro jogadores.
De uma forma resumida, o Online acaba por não ser muito diferente de jogar contra o computador ou os vossos amigos, mas sempre é uma boa forma de testar a vossa fibra contra outros jogadores.

Existem partidas livres e ranking com direito a tabelas de classificação que vão sendo renovadas de forma cíclica. O Online funciona bem no geral, seja na PS3 ou na PS Vita, embora tenha achado que a versão PS3 é um pouco mais estável e tem menos problemas de lag. Tirando isso, é uma experiência altamente frenética e fluída que corre bem quase sempre, o que é um feito tendo em conta que partilha os mesmos servidores com entre consolas, o que coloca jogadores de PS3 na mesma sala que os de PS Vita sem diferenças notórias.

Quanto mais jogam PlayStation All-Stars Battle Royale, mais vão poder aumentar o nível da personagem escolhida, e isso permite que desbloqueiem imagens, ícones, músicas, saudações e fatos com os quais podem personalizar os vossos ícones de personagem, assim como a entrada em campo da vossa personagem e música de vitória. Este desbloquear constante de prémios é aditivo e faz com que queiram continuar a coleccionar.

Onde existem mais diferenças é no departamento visual, os menus são ligeiramente diferentes nas duas consolas e apesar de preferir mais a navegação na PS Vita, os menus da PS3 estão bem mais “sólidos”. Quando em jogo, é preciso dizer que o visual na PS3 não é do melhor que a consola consegue fazer e tendo em conta que a PS Vita não fica muito longe, aqui a balança pende claramente para a portátil. Não quero com isto dizer que o jogo tem maus gráficos, as personagens variam entre o muito bom e o aceitável e os cenários estão sempre cheios de vida e repletos de bons pormenores que resultam num jogo vistoso e bem agradável.

A música por seu lado vai buscar o melhor de cada jogo para compor o seu repertório e há que dizer que as músicas construídas de raíz dão um ambiente ideal de preparação para combate. Quanto às vozes, estas são as originais de cada personagem na versão inglesa e estão muito boas no geral, já a versão portuguesa existe, mas é apenas aconselhável para quem não perceba muito de inglês, pois embora as vozes não sejam más, muitos termos de algumas personagens não foram bem traduzidos ou ditos em portugues.

Com uma boa longevidade e diversão assegurada seja a jogar com os amigos ou online, PlayStation All-Stars Battle Royale é uma excelente aposta para todos os aqueles que sempre quiseram um jogo de luta ao estilo de Smash Bros. na sua PS3. Se tivermos em conta que a versão PS3 traz a versão PS Vita praticamente de graça, então é uma proposta que vale bem a pena.

Positivo:

  • Muitas personagens icónicas
  • Sistema de combate bem conseguido
  • Muito conteúdo para desbloquear
  • Online corre muito bem mesmo entre consolas
  • Não é uma cópia total de Smash Bros.
  • Versão PS3 inclui a de PS Vita

Negativo:

  • Visual podia ter sido mais puxado na PS3
  • Faltam algumas personagens óbvias
  • Alguns lutadores precisam de ser balaceados
  • Faz falta um modo campanha com todas as personagens 

Daniel Silvestre
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