Moss é um jogo exclusivamente para PlayStation VR mas que, ao contrário da maioria, é de plataformas e, apesar de ser na primeira pessoa (já lá irei), tem um ponto de vista fixo em cada uma das áreas, o que faz com que este seja um dos jogos mais acessíveis a qualquer jogador, tenha ele motion sickness ou não.
Colocando o capacete na cabeça e abrindo os olhos, os primeiros dois pensamentos que me vieram à cabeça foram “Só espero não ficar com náuseas e dores de cabeça neste jogo.” e “O que é que eu estou a fazer no grande salão de Hogwarts?”.
Independentemente dos motivos que nos fazem ir a esse imponente salão, a verdade é que somos de imediato invadidos por uma sensação mística de ter realmente entrado num mundo mágico em qualquer outra dimensão. Depois de vermos um pouco do enquadramento da história do jogo, vamos para a gameplay propriamente dita. E aí eu posso confessar que quando a protagonista, que se chama Quill, aparece pela primeira vez à nossa frente, eu ia tendo um ataque cardíaco por excesso de fofura – facto verificável na nossa livestream da Twitch onde jogo Moss pela primeira vez. Estamos numa floresta luxuriante, o que só por si já nos deixa a sentir uma atmosfera envolvente e de pertencermos a algo saído de um conto de fadas, quando de repente aparece uma ratinha absolutamente adorável, que parece ter o tamanho de um rato a sério, mas que, tal como num desenho animado, anda em duas patinhas e tem roupinhas. E está mesmo ali, à nossa frente!
À medida que vamos avançando no jogo, e apesar da sensação de um certo realismo e encanto que nos é transmitido quando se olha ao redor sem dar grande atenção aos detalhes não desaparecer por completo, vamos reparando que muitas texturas e formas não estão assim tão perfeitas. Mas é um jogo de VR. Tal como seria de esperar, a sua capacidade gráfica não é o maior forte do jogo. E ainda bem, porque se aquilo fosse mais realista, eu acho que não ia querer sair dali. É importante salientar também que, de facto, este jogo TEM que ser jogado em VR. Ao assistir a vídeos de gameplay ou livestreams, não é possível ter uma pequena ideia daquilo que foi possível alcançar, pois parece ainda pior quando visto num ecrã. Ainda assim, o mais importante é a atmosfera conseguida e essa está de facto bem trabalhada.
Outro dos aspetos curiosos de Moss é a sua jogabilidade. Ora aqui temos um jogo de VR, de plataformas com puzzles. E o mais curioso é quem nós somos no meio disto tudo. Sim, porque se a Quill é a protagonista, não nós. Nós somos o Reader, uma espécie de sidekick que se parece com o Naru de Ori ou um No-Face da Viagem de Chihiro.
Mas na verdade também controlamos a Quill. Aquilo que nos compete é então fazer com que Quill navegue pelas áreas do mapa, utilizando os nossos poderes de criatura maior para controlar elementos do cenário, sejam eles imóveis ou criaturas. Isto permite-nos estar comodamente num ponto fixo no cenário e controlar tudo à nossa volta.
A música ajuda imenso na criação da atmosfera. É delicada e encantadora. Não sendo necessariamente muito memorável, acompanha de forma muito natural o resto da gameplay.
Foi uma surpresa verdadeiramente agradável, para alguém cujas últimas experiências com o PSVR têm sido menos do que desagradáveis, poder desfrutar deste que era um jogo muito aguardado por mim desde que mostraram o primeiro trailer na E3 de 2017.
O catálogo de jogos para PlayStation VR ainda é relativamente reduzido, mas nota-se claramente um esforço da parte da Sony de trazer cada vez mais e melhores títulos para serem jogados com este periférico, dando bons motivos para adquiri-lo. Este é um dos jogos que, sem dúvida, faz com que o PS VR valha realmente a pena.
Pontos Positivos:
- Atmosfera incrível
- Apto para todos os jogadores, até quem costuma ter problemas com VR
- História e personagens interessantes
- Não tinha mencionado, mas é possível dar high fives e festinhas à Quill, o que é mega positivo
Pontos Negativos:
- Texturas nem sempre bem aplicadas e às vezes mesmo más
- Para recalibrar o comando não é tão intuitivo como recalibrar o capacete