Até hoje, quando se falava de Metal Gear, qualquer pessoa minimamente ligada aos videojogos, sabia o que estávamos a falar de um jogo de acção furtiva e a maioria conseguia dizer o nome da personagem principal.
Embora um certo Metal Gear AC!D tenha tentado trazer mais uma ramificação à série, de agora em diante, quando os fãs falarem de Metal Gear, vão ter sempre de diferenciar entre Metal Gear Solid e Metal Gear Rising.
Após ter sido visto como um patinho feio em Metal Gear Solid 2 Sons of Liberty e ter renascido das cinzas em Metal Gear Solid 4: Guns of the Patriots, Raiden está de regresso como a personagem principal do seu próprio jogo, o que mostra que todos tem direito à redenção.
Em Metal Gear Rising Revengeance podem esquecer a presença de Snake e atacar em vez de fugir (na maioria dos casos). Aqui, quando o alarme toca, há que sacar da espada e limpar a oposição da forma mais brutal e espectacular possível.
Algo que me agradou bastante em Metal Gear Rising Revengeance, é a sua capacidade para contar uma história mais significativa que outros jogos do mesmo género. As personagens falam imenso e tem muito mais para dizer e explicar do que seria de esperar. Seja em cinemáticas ou através de conversas pelo Codec, foi criado bastante “lore” para este novo jogo.
Os fãs de Metal Gear Solid vão gostar de saber que a inspiração Rising foi totalmente retirada dos jogos da série principal, por isso podem contar com mais uma conspiração mundial que envolve guerra, tropas de aluguer e crises políticas de todos os estilos. Esta intriga serve como pano de fundo para um jogo de acção na terceira pessoa que não desonra a série original e consegue ser por mérito próprio, um grande jogo de acção.
O cunho da Platinum Games é mais do que notório em Metal Gear Rising Revengeance, sendo que os criadores de Bayonetta conseguiram transformar o jogo numa sequência de combates épicos contra soldados modificados, máquinas de guerra e bosses que vão fica na vossa memória.
Estes combates contra bosses roçam o épico deixando algum espaço livre para que consigam ter uma experiência divertida. Foram raras as vezes em que perdi contra eles, mas nunca senti que estava a dominar o combate ou ser levado ao colo. Claro que o caso muda de figura ao subir a dificuldade, mas com a excepção de um ou outro inimigo (as criaturas do esgoto dão vontade de partir comandos), a dificuldade parece bem medida e aplicada.
O que não foi devidamente aplicado, é o sistema de defesa de Raiden. Quando em combate podem realizar um ataque fraco e carregar na direcção do golpe do adversário para contra-atacar. Tenho a dizer que este sistema não é de todo prático e chega a ser uma questão de sorte acertar no timing correcto. Para pessoas como eu que são um zero à esquerda em jogos de ritmo, senti-me bastante penalizado em alguns combates onde era necessário dominar esta técnica.
Pondo este ponto de lado, não há dúvidas de que o combate de Metal Gear Rising Revengeance é bastante empolgante e viciante, a mistura clássica entre ataques fortes e fracos permitem realizar todo tipo de habilidades necessárias, mas é com a introdução do Blade Mode que Rising brilha. Quando acumulam energia e a barra fica cheia, podem abrandar o tempo e cortar os inimigos na direcção que quiserem. Com este ataque podem, por exemplo, decepar partes importantes do corpo para análise, cortar às fatias uma barreira de metal, ou arrancar a alimentação de um soldado para absorver a sua vida. Simples, brutal e é algo que não perde a sua piada mesmo após algumas horas de jogo.
Embora não seja um jogo muito longo, Metal Gear Rising Revengeance incentiva a que repitam a aventura para apanhar extras espalhados pelo cenário, evoluir as habilidades de Raiden e realizar as missões de Realidade Virtual. Claro que a longevidade aumenta se derem tempo de antena a todos os vossos colegas nas conversas do Codec.
Embora não esteja no topo da tecnologia no que toca ao potêncial visual, a Platinum Games e a Kojima Productions conseguiram criar um jogo sólido, com cenários e personagens competentemente detalhadas. Porém, onde o jogo brilha realmente é nos muitos confrontos épicos, especialmente contra os vários bosses (o jogo entra logo a matar com um combate contra um Metal Gear Ray).
As cinemáticas fazem lembrar em tudo Metal Gear Solid, e até nem falta o humor típico da saga, embora Metal Gear Rising Revengeance consiga ser um pouco mais pateta que a série Solid. Ironicamente isto acontece de forma pensada, dando a entender que essa sempre foi a vontade da equipa de produção (especialmente de Kojima?).
As músicas que acompanham a acção são eficazes e foram bem escolhidas e até mesmo as músicas dos bosses com algumas vozes “engrish” foram do meu agrado.
Quanto às vozes das personagens, estas variam entre o bom e o mediano, não existindo prestações deploráveis nem fenomenais.
No geral, Metal Gear Rising Revengeance foi uma experiência de risco que tinha tudo para correr mal, e embora tenha algumas falhas, acaba por ser um jogo altamente viciante e empolgante que me prendeu logo de início e certamente vai fazer o mesmo convosco.
Caso sejam fãs de Metal Gear Solid ou gostem de jogos de acção cheios de estilo, então apostem em Metal Gear Rising Revengeance, é um daqueles jogos que mesmo não sendo um clássico imediato, vai ser jogo de culto para grande parte dos fãs do género e vai certamente fazer parte da história de Metal Gear.
Saibam mais sobre o jogo na nossa vídeo-análise!
Positivo:
- Jogabilidade altamente divertida
- Boa utilização do universo Metal Gear
- História e exposição corajosas num jogo do género
- Batalhas memoraveis contra bosses
- Blade Mode é um espectáculo visual
Negativo:
- Sistema de bloqueio pouco intuitivo
- Longevidade da campanha podia ser maior
- Detecção de colisão cria alguns bugs engraçados
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