A estreia de Jack The Giant Slayer estava agendada para o Verão de 2012, mas uma redefinição estratégica, adiou o filme para Março de 2013. A decisão permitiu aos estúdios da Warner Bros. remasterizar os efeitos especiais e lançar a longa-metragem numa altura de menor concorrência na bilheteira.
Jack The Giant Slayer é, claramente, uma forte aposta dos estúdios da Warner Bros. e Nwe Line Cinema, com um orçamento milionário, a rondar os 200 milhões de dólares, e o conceituado realizador Bryan Singer, autor de Suspeitos do Costume e Superman Returns, ao leme do projecto. Depois de ver o filme, será que o tamanho (da produção) conta?
Jack (interpretado por Nicholas Hoult) é um camponês proveniente de uma família humilde, desde jovem ouve histórias sobre gigantes e sente o chamamento da aventura. Um dia, para angariar algum dinheiro, Jack desloca-se à cidade com a intenção de vender a carroça e o cavalo. Entretanto, no castelo da cidade, um monge adquire um poderoso artefacto que estava na iminência de parar nas mãos erradas. Para fugir da cidade, o monge troca o artefacto (feijões mágicos) pelo cavalo de Jack, garantindo ao jovem que pode ganhar dinheiro devolvendo os feijões. A única recomendação é: não molhar os feijões. Jack fica com as sementes mágicas e regressa a casa com a promessa de trocá-las por dinheiro.
Para enriquecer o enredo, Jack conhece na cidade a rebelde princesa Isabelle, interpretada por Eleanor Tomlinson. Na mesma noite, a jovem candidata ao trono, foge do castelo, e no meio da noite chuvosa, pede abrigo na casa de Jack (coincidências…). Mesmo a tempo de assistir a um dos feijões, molhado pela água da chuva, brotar numa planta gigante e rasgar os céus. Agora o reino está à mercê de uma passagem que une dois mundos, e do outro lado vivem poderosos gigantes, famintos de carne humana.
Além de Nicholas Hoult e Eleanor Tomlinson, o elenco de Jack The Giant Slayer conta com uma agradável selecção de actores, nomeadamente Ewan McGregor, Stanley Tucci e Eddie Marsan, cujas performances acrescentam valor ao filme, com interpretações sólidas e “deixas” cativantes.
A realização de Bryan Singer está na linha do que o realizador fez em Superman Returns. Uma realização muito certinha, com experiências interessantes, sobretudo na aplicação do 3D. Porém, a maioria dos aspectos técnicos estão discretos, não há nenhuma banda sonora memorável, nem um registo de produção que ficasse na retina.
Assumindo que a mensagem fundamental do filme é: não interessa o tamanho para desempenhar grandes façanhas. Os produtores deviam ter tido em conta que grandes orçamentos… não fazem grandes filmes.
Jack The Giant Slayer chega até onde poderia ter ido. Não é um filme épico, como o Senhor dos Anéis, mas também não é um falhanço em toda a linha. Há momentos visualmente interessantes, boas interpretações, uma narrativa clássica matematicamente reproduzida. Contudo o filme fica aquém, refém do próprio conceito. O universo dos Gigantes não é arrebatador, o romance de Jack e Isabelle é instantâneo (como os feijões mágicos, basta juntar água), não há desenvolvimento das personagens (sobretudo os Gigantes), a maioria das personagens não tem backstory, não possuem carisma, nem características que as distingam, impossibilitando que se estabeleça laços de empatia.
Jack, o Caçador de Gigantes não é um filme obrigatório, se procuram uma sugestão nesta análise, podem deixar escapar este. Mas também não é uma obra que insulte a inteligência dos espectadores. Pelas circunstâncias, eventualmente, a equipa de produção deixou de acreditar no trabalho desenvolvido. A ser verdade (e fica essa sensação), é complicado para o próprio público acreditar num projecto nesses contornos.
Positivo
- Ewan McGregor como rufia
- A carreira de Nicholas Hoult
- Epilogo
- Apesar do romance instantâneo, o filme adopta uma estratégia visual que garante Isabelle e Jack como almas gémeas
Negativo
- Não há distinção do universo dos Gigantes da Terra
- Climax previsível
- Personagens genéricas
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