Análise – Hotline Miami (PS Vita)

Antigamente, ver um jogo indie era uma raridade, hoje em dia estes proliferam tal qual cogumelos. O mundo digital pode ser uma ameaça para o formato físico, mas temos de admitir que sem ele, muitos jogos não chegariam a ver a luz do dia.

Um desses jogos é Hotline Miami, um jogo retro com vista área altamente violento. Há alguns anos, era impensável ter algo como este jogo, agora, Hotline Miami chegou à PS Vita após uma grande prestação no PC e consegue ser um dos melhores jogos digitais da consola.

Hotline Miami é em tudo um jogo pouco ortodoxo, o seu visual pixelizado a fazer lembrar algo como GTA no Gameboy, as suas cores psicadélicas, a sua banda sonora e a sua violência, conseguem ser brutalmente desconcertantes. Mas será realmente mau?

Para mim, Hotline Miami fez-me pensar num cruzamento entre o GTA original, Exit da PSP e Angry Birds. Basicamente, tomam controlo de uma personagem que tem como missão matar alguns dos criminosos mais perigosos de Miami, e cada casa, bar, esconderijo ou edifício onde estes se encontram, é apenas um puzzle que precisam de completar, quanto melhor for a vossa prestação, mais pontos ganham.

As missões surgem de forma encadeada e como sequência das anteriores. Começam normalmente desarmados e precisam de apanhar as armas que encontram ou que roubam dos vossos inimigos mortos. Podem contar com facas, tacos de baseball, pistolas e caçadeiras, numa quantidade bastante grande e ideal para vários tipos de situações.

A dificuldade de Hotline Miami está ligada à forma aleatória como os inimigos se movimentam e a sua tenacidade. Quando entram numa sala com um ou mais inimigos, estes precisam de ser eliminados de forma imediata, pois são implacáveis quando vos colocam a vista em cima, falhando muito raramento o alvo. A aleatoriedade está ligada aos seus movimentos, pois nem sempre são iguais. Na maioria dos casos, o mesmo inimigo pode seguir um padrão, mas por vezes o contacto atrasado ou adiantado com outro inimigo pode fazer com que este saia de uma sala ou mude de rota, o que é realmente inesperado.

O síndrome de Angry Birds que mencionei em cima, está ligado não só às pontuações, mas também às sucessivas mortes. As vidas são infinitas e cada vez que morrem, vão sempre querer recomeçar para tentar algo diferente ou apanhar outra arma. Este processo é repetido às 20 e 30 tentativas até finalizar um mapa mais difícil e é difícil querer parar.

Como dá para ver pelas imagens, Hotline Miami é o vosso típico jogo altamente retro e old-school. Este visual foi criado de forma intencional e fica bem enquadrado no estilo do jogo, estando a anos luz das potencialidades da PS Vita, mas funcionando bem como um jogo Indie digital. A música por seu lado consegue atingir uns tons psicadélicos estranhos, mas curiosamente engraçados e divertidos de ouvir.

Hotline Miami é sem dúvida alguma um jogo digital de alto calibre para a PS Vita. A conversão foi bem feita e a possibilidade de usar o ecrã táctil para apontar com armas é uma mais valia, que embora não o torne obrigatório, faz dele uma opção de qualidade nesta portátil.

Positivo:

  • Espírito retro
  • Jogabilidade acessível
  • Utilização das máscaras
  • Música psicadélica divertida
  • Utilização prática do ecrã táctil

Negativo:

  • Alguns puzzles aleatórios destroem a lógica
  • Extremamente frustrante
  • Não vale a pena para quem já tem outra versão

Daniel Silvestre
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