O lançamento de Halo Infinite finalmente aconteceu. A 343 Industries lançou o jogo após vários adiamentos mas com alguns compromissos iniciais. Anunciado em 2018, o jogo prometia continuar as aventuras de Master Chief mas o trajecto entre o anúncio e o lançamento foi mais complicado do que pareceu.
Equipas fragmentadas devido à pandemia actual e constantes alterações de pessoas chave no projecto não ajudaram o processo de desenvolvimento do jogo, mas isso não impediu que o mesmo visse a luz do dia.
Para este novo jogo o estúdio irá lançar as muito conhecidas Seasons ou temporadas que trarão inúmeras novidades, desde modos, funcionalidades entre outros extras. Para esta primeira temporada temos em mãos o modo multiplayer e o modo campanha. Infelizmente o modo co-op para a mesma campanha chegará apenas na próxima Season com o muito conhecido Forge a seguir-se mais tarde, mas passamos para a história deste Halo Infinite.
Master Chief vê-se de novo a lutar contra uma força que pretende destruir a humanidade, e se por acaso puderam experimentar Halo Wars 2 de 2017, deverão conhecer esta facção ameaçadora de nome Banished. Misturando várias raças do universo Halo, os Banished pretendem tomar controlo do novo Halo denominado como Zeta Halo e apoderarem-se dos poderes que este contém.
Para além do adorado protagonista bem como toda a sua perspectiva e abordagem heróica, temos agora uma nova inteligência artificial de nome Weapon, que traz uma personalidade mais positiva e menos perturbada como aconteceu com Cortana nos últimos jogos. A escassez de personagens secundários à volta do Master Chief é compensada com a presença de Fernando Esperanza, uma excelente representação do típico ser humano e do desespero que vai na mente da raça humana nesta altura muito complicada.
Para este novo jogo a 343 Industries tomou alguns decisões arrojadas e no que toca a campanha alterando toda a dinâmica do modo. Sem dúvida que o que vou descrever já de seguida não é de todo um formato alienígena para a série, sendo possível ver algo semelhante em certas partes de Halo: Combat Evolved, mas é uma autêntica lufada de ar fresco depois de tantos jogos da série.
Zeta Halo é o planeta que servirá como pano de fundo para este novo jogo. O planeta está dominado por forças dos Banished e cabe ao Master Chief expulsá-los gradualmente. Apostando numa vertente em mundo aberto, o nosso protagonista terá de recuperar postos de operação dos UNSC que agora estão sob o domínio dos Banished, e com isso poderemos ver mais do nosso terreno envolvente e ganhar Valor, um género de moeda que poderá ser usado para recrutar mais veículos e naves.
Um aspecto interessante neste jogo é o facto de podermos também derrotar alguns líderes dos Banished espalhados pelo planeta, onde cada um deles tem um estilo de combate específico e armas raras que têm funcionalidades extra. Com a derrota dos mesmos, poderemos tirar-lhes as ditas armas para usar enquanto exploramos o planeta, algo que praticamente ser como troféu da nossa vitória.
O nosso Master Chief poderá também ter alguns upgrades que nos ajudarão na nossa aventura e que podem ser desbloqueados através da descoberta de baús com Cores que estão espalhados pelo planeta. O Grappleshot é sem dúvida o elemento mais interessante do jogo, adicionando uma mecânica que nos fará mover rapidamente de um ponto para outro ao estilo Homem-Aranha e havendo uma enorme versatilidade no mesmo. Querem aproximar-se de um inimigo num piscar de olhos? Querem fugir para um canto mais seguro? Querem apanhar uma arma que está longe do nosso alcance? O Grappleshot permite isso tudo. É uma ferramenta bem trabalhada e pensada que será mais usada do que imaginam.
Infelizmente todo o planeta parece um pouco uni-dimensional no que toca à estética e bioma, tornando-se um pouco aborrecido para os olhos passado algum tempo. As mesmas vegetações e regiões montanhosas repetem-se constantemente havendo apenas algumas mudanças sempre que investigamos uma nave ou zonas mais internas do planeta.
Existe um dinamismo do planeta que o torna único, como é o caso dos inimigos que patrulham livremente enquanto navegamos de ponto A a ponto B, até aos ciclos de dia e noite que trazem inimigos específicos, e toda esta conjugação resulta numa jogabilidade um pouco imprevisível. Os mais curiosos poderão tentar descobrir as raríssimas mas clássicas Skulls que depois podem ser activadas para alterar ou apimentar a jogabilidade em vários aspectos.
Os bosses merecem também um destaque, pois cada uma deles oferece um tipo de combate que nos fará parar para pensar um pouco sobre o que fazer. Dada à natureza brutal dos mesmos, em dificuldades mais altas podemos até morrer em poucos segundos se formos mais imprudentes, o que nos leva a pensar e agir muito rapidamente. Aqui, o Grappleshot é um dos elementos mais importantes, sendo que o jogador aprenderá a dar uso do mesmo para se mover ou retirar para certos pontos específicos do mapa.
Passamos então para um dos pontos adorados do jogo, o multiplayer online. Até mesmo neste momento a 343 Industries decidiu fazer algo de diferente mas sempre com os fãs em mente. Pela primeira vez o modo está aberto para todos num formato free-to-play onde todos podem experimentar a vertente sem limitações irritantes.
Temos um sistema de níveis que nos permite desbloquear inúmeros extras desde skins, capacetes entre outros efeitos e que requerem alguma dedicação por parte do jogador. O estúdio parece também empenhado em trazer novos temas como aconteceu neste Natal que ofereceu novas skins e outros extras alusivos à quadra natalícia. Se tiverem adquirido o Battle Pass terão acesso a todos a esses desbloqueáveis e outros extras.
Na sua essência, Halo Infinite continua a ser um jogo muito desafiante que não abandona os fãs antigos nem marginaliza os mais noobs. Existem modos para todos, desde os frenéticos Big Team Battle, até às mais estratégicas e cerebrais batalhas no modo Ranked. O domínio de cada uma das armas continua a ser essencial, ou como é apanágio no modo Ranked, um bom domínio da Battle Rifle e das suas capacidades são imperiais para a nossa progressão. Subir o nosso rank é uma tarefa que requer muita concentração mas se estivermos bem acompanhados e tivermos uma boa comunicação seja com os nossos amigos ou outros jogadores aleatórios, podemos jogar melhor e subir mais depressa.
Até agora não tenho tido grande queixa no toca a mapas onde alguns como Bazaar, Streets ou Aquarius têm um enorme destaque, mas existe algumas escolhas menos boas como Capture the Flag num 4 contra 4 em mapas grandes como Behemoth, que tornam-se um pouco enfadonhos a certo ponto. No geral, todos eles estão bem equilibrados e mostram uma capacidade de design de mapas muito boa por parte do estúdio
No que toca aos power-ups, penso que houve uma diluição sobre o que está disponível no início e no que pode ser apanhado posteriormente. Os Spartan agora têm como base apenas o Sprint, Slide e Clamber, ao contrário de Halo 5. Teremos então em pontos específicos os spawns de power-ups como Overshield, camuflagem, Grappleshot e não só. Praticamente todos eles têm a sua funcionalidade e oferecem-nos uma boa vantagem quando bem usados.
A apresentação é sem dúvida um dos aspectos mais impressionantes de Halo Infinite. Apesar de ser um jogo que cruza duas gerações de consolas, o jogo mostra-se impressionante tanto numa Xbox One como numa Xbox Series. Apesar de não ter uma SSD, a minha Xbox One X mostrou não só um bom desempenho do jogo, como também um mundo rico em detalhes e efeitos impressionantes. O Zeta Halo e todas as suas ramificações estão munidas de estruturas bonitas, ravinas impressionantes e um horizonte espectacular. As armas estão também bem detalhes, os efeitos de explosões e iluminações são bastante agradáveis e existe uma atenção ao detalhe neste jogo.
O estúdio esmerou-se também com toda a sonoplastia do jogo. Todas as armas foram trabalhadas para causarem um impacto ainda maior a cada disparo e os inimigos não param de nos impressionar com os seus gritos de guerra que variam entre o assustador e o hilariante. A banda sonora ficou a cargo da colaboração Alex Bhore, Gareth Coker, Curtis Schweitzer e Joel Corelitz, tendo resultado numa reportório forte que mostra algo de novo e por vezes invoca faixas antigas com algumas alterações.
Em suma temos à nossa frente um jogo com bases bem fundamentadas para o futuro e que se encaixa bem nos formatos actuais. Não considero toda esta abordagem como uma jogada arriscada da 343 Industries, mas sim um passo em frente há muito esperado.. Não só a vertente free-to-play multiplayer irá chamar muitos jogadores e é um bom passo em frente no que toca à série, como o modo campanha em mundo aberto poderá servir como o primeiro capítulo de um novo tipo de experiência Halo.
Felizmente a 343 Industries teve uma excelente resposta às críticas com Halo Infinite. Sem dúvida que é um jogo marcado pelo seu início conturbado e alguns adiamentos, mas a verdade é que temos em mãos um projecto coeso e com uma visão bem definida. Foi um dos melhores jogos que experimentei este ano e uma nova vertente que eu gostaria de ver explorada em projectos Halo do futuro.
Halo Infinite é um dos melhores jogos deste ano, um shooter impressionante com uma vertente multiplayer que irá consumir inúmeras horas do nosso tempo. Não percam!
- Um passo em frente em todos os aspectos para a série
- Modo campanha com uma vertente em mundo aberto
- Grappleshot é uma ferramenta que foi bem optimizada
- Multiplayer free-to-play sem abordagens gananciosas
- Zeta Halo é uma zona lindíssima
- Toda a sonoplastia
Negativo:
- Pouca variedade nos biomas do Zeta Halo
- Falta de alguns modos muito adorados como Co-Op e Forge
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