Análise – Gran Turismo 6

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Quando comparado com a edição anterior, Gran Turismo 6 chegou quase tão depressa como foi anunciado. Ao contrário do quinto jogo, a Sony e a Polyphony resolveram revelar o jogo na altura exacta e lançar alguns meses depois. Sem grandes tempos de espera, rumores e promessas.

Gran Turismo 6 chegou em Dezembro e desde essa altura que o andamos a jogar, a apreciar os bons e maus momentos que este novo jogo inclui. Muitos dizem que Gran Turismo 5 foi mau, mas a verdade é que mesmo assim, ainda foi um dos melhores jogos de corridas de sempre.

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A PS4 já foi lançada e a concorrência apostou no regresso de Forza para a nova geração. Será que Gran Turismo 6 ainda consegue entrar na competição embora tenha sido lançado na PS3?

Para mim, a análise de Gran Turismo 5 foi uma das mais complicadas de fazer (e também uma das mais longas que tenho memória), mas desta vez vou tentar evitar grandes discursos e ir directamente ao que interessa e aquilo que todos querem saber.

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Gran Turismo 6 é um jogo realmente vasto, com vários carros, pistas, licenças e todo um estilo de corridas e competições de vários modelos e feitios. A forma como o volante nos é “dado para as mãos” é mais directo que no passado, não sendo necessário realizar grandes provas de testes (a início).

Apesar de se gabar de ser o Real Driving Simulator, Gran Turismo 6 ainda continua a misturar muito do que é uma condução arcada com pinceladas fortes de simulação. Para tentar atingir o efeito desejado para os mais puristas, é necessário desligar as “milhentas” ajudas ligadas ao carro. Não o torna realista, mas é o mais próximo que podem chegar a um simulador real.

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A forma como trata a condução continua a fazer de Gran Turismo um jogo para todos, não só para os fãs de automóveis. Eu não gosto de corridas em pista (apenas MotoGP) e sou fã de Rally, mas a forma como as corridas decorrem e a progressão nos lugares até ao pódio consegue ser viciante e apelativa. Não que um fã de FPS possa adorar GT6, mas no geral, quase todos podem jogar e apreciar um bom momento.

Algo bem visível nesta edição é a vertente cada vez mais competitiva (certamente motivada pelo sucesso do GT Academy). Gran Turismo 6 tenta ser mais do que um jogo sobre e com carros. A cultura, requinte e classe dos desportos motorizados é aqui bem explorada e a quantidade de provas que recria é uma boa amostra de todo o espectro da competição.

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Existe um pouco de tudo, desde Nascar, F1 e todo o estilo de classes de carros. Podem competir com uma pista cheia de Mercedes SLR ou Ferrari e de seguida passear num Mini dos antigos. A variedade de carros é realmente enorme e bem escolhida, embora por vezes muitas marcas tenham modelos repetidos em várias versões. Mesmo que tenha a ver com anos e versões actualizadas, não deixo de sentir que outros carros podiam estar no seu lugar.

Falando ainda dos veículos. Gran Turismo 6 tenta melhorar e ajustar a questão dos carros Premium. Os carros Standard continuam a existir e são facilmente reconhecíveis, mas parece que este será um mal que pelo menos ainda vamos ter de nos habituar até que a Polyphony resolva fazer como a equipa da Turn 10.

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De negativo passamos para algo mais positivo. A quantidade de pistas de Gran Turismo 6 é realmente um ponto alto e avassalador, existem aqui circuitos que nunca mais acabam e a mistura bem feita entre circuitos virtuais clássicos e reais, fazem com que possam competir numa variedade realmente assombrosa de localizações e pistas com vistas diferentes espalhadas pelo mundo.

Como sempre, o progresso do jogo é feito através das muitas vitórias feitas em inúmeros campeonatos, os quais vão abrindo novas competições. Com o dinheiro ganho podem comprar novos carros que estão dentro das categorias pretendidas. Durante a minha experiência não me vi forçado sequer a gastar dinheiro real a adquirir veículos. Reconheço que não gosto destes modelos pay-to-win, mas não é de todo obrigatório e os veteranos vão adorar gastar horas a fio em competições de forma a comprar os carros de sonho.

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Claro que vão adorar, mas vão ter de ser igualmente pacientes, pois mesmo que a passagem entre menus e pistas seja mais “suave”, não deixa de ser demorada, com loadings enormes a acontecer antes da maioria das competições, o que é uma pena e quebra o ritmo.

Quanto ao online, o modo continua a existir e continua a servir o seu propósito. Existem agora ainda mais ferramentas para criar competições e este tira proveito de quase todo o conteúdo disponível, seja de carros, pistas e escalões de potência. O Online ainda continua a ter alguns problemas de fluidez, especialmente no que toca aos carros dos adversários que são afectados por latência. Embora muitos possam apreciar jogar online, o verdadeiro interesse está no modo carreira.

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Foram feitas várias críticas quando ao visual de Gran Turismo 5 e as “técnicas de colagem” usadas nas pistas para criar os espaços envolventes. Pois bem, ainda não estamos totalmente livres disso, mas a Polyphony ouviu certamente essas críticas. Os modelos dos carros estão mais trabalhados, assim como as pistas e os seus limites que apresentam mais variedade, e no caso dos traçados reais, mais veracidade.

Os efeitos de luz e reflexos dão um brilho especial aos veículos, porém, ainda existe uma espécie de filtro mais escuro na imagem que afasta o visual de uma sensação mais fotorealista. Os carros continuam a sofrer poucos danos e os que mostram é ainda insuficiente.

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Sonoramente, posso dizer que sou um fã das músicas de menu de Gran Turismo, são exactamente aquilo que espero num jogo com este glamour. O que não espero é um roncar extremamente similar entre vários carros e muitas vezes bem mais fraco do que seria de esperar de certos motores, parecendo abafados. Outra crítica vai também para o som dos embates que é quase o mesmo quando chocam entre carros ou contra uma parede a alta velocidade, já estava na altura de mudar isto.

Depois das confusões criadas em redor de Gran Turismo 5, é bom ver que Gran Turismo 6 é realmente um passo na direcção certa. Não só a série tomou noção de que tem concorrência séria, como mostra agora que manter o seu estatuto, o que é um bom sinal.

O ciclo de Gran Turismo está encerrado na PS3 e termina com um tratado de paz. Esperemos faça bom uso dele quando Gran Turismo 7 chegar à PS4.

Positivo:

  • Continua apelativo para todospn-recomendado-ana
  • Condução divertido
  • Visão glamorosa das competições automobilísticas
  • Muitas pistas
  • Recheado de conteúdo

Negativo:

  • Celebre diferença entre carros Premium e Standard
  • Loadings longos
  • Falta impacto no som
  • Sistema de danos é muito fraco

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Daniel Silvestre
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5 Responses

  1. FoxRS diz:

    Directo ao assunto, muito conciso e quase como se fosse uma conversa de café. Gostei bastante de ler. Acho até que gostei mais de ler a tua análise do que do jogo em si. xD Não sei se me vai apetecer começar tudo de novo. Sempre tive um enorme entusiasmo com GT mas… o 5… Bem, um dia que esteja barato e comigo de férias, talvez o compre, eheheh.

    Até lá, vou dando uma voltita no 5, de vez em quando. Gosto imenso dele para.. tirar fotografias. 8) The Real Photo Simulator!

    • Daniel Silvestre diz:

      Curiosamente gostei do 5 e do que incluía, ao contrário da maioria. O 6 é a evolução,lógica. Tem muita coisa boa e ideias no sítio, mas ainda carrega muita coisa na bagagem que precisa ser remexida e escolhida a dedo. Pelo menos a evolução é positiva e gosto ainda mais deste.

      Cumprimentos!

      • FoxRS diz:

        Esqueci-me de dizer da outra vez e nunca mais me lembrou xD… A PD pôs à venda nas lojas uns vales que valem créditos. Por 20 eur ou assim, temos “x” créditos para o jogos. Podem dizer-me que dá para jogar perfeitamente sem isso – é a mesma conversa com os “freemium” – mas é impossível não deixar de pensar que o jogo foi feito já a pensar neste tipo de negócios negros e que, por bem que tente, vai-me fazer sempre grande falta os malandros dos créditos que estão ali à venda, mesmo a olhar para mim e a pedir que os leve.

        O GT5, para quem o comprou ao início, tinha um grave problema: era muito curto e ganhava-se muito pouco dinheiro de cada vez, o que impedia de fazer aquilo que se faz num GT, coleccionar carros. Depois, com as actualizações, finalmente mais corridas e que davam mais dinheiro (sempre às centenas de milhares de créditos, milhões, às vezes, em vez de algumas dezenas por corridas do modo carreira normal). Com essas actualizações já era possível comprar carros. Mas também já não havia problemas de falta de dinheiro, o que fez com que não nos preocupássemos com ele.

        Há uma falta de planeamento enorme por parte da Polyphony Digital. Eu sinceramente não percebo o que é que eles andam a fazer e quais as suas prioridades.

        Eles tanto põem o jogo a 40 eur, como vendem pacotes de créditos a 20 eur. Onde está a coerência?

  2. Litos1995 diz:

    Análise mais reduzida mas muito completa, o jogo, na minha opinião, é apenas… viciante e espetacular!

  3. abff diz:

    O jogo está, a meu ver, de longe muito mais bem estruturado que o GT5 (que em algumas situações parecia uma manta de retalhos XD).

    Nota-se que muitos carros standard levaram um tratamento visual decente, para que a diferença entre veiculos seja bem menor (mesmo assim existem algumas exceções). O jogo tá bastante bom.

    A fisicas estão mto bem trabalhadas, principalmente ao nível da suspensão dos veículos, muito melhor que o GT5 neste aspecto.

    Foram retiradas ou modificadas algumas coisas sem nexo que existiam nos anteriores (ex. modo B-spec).

    A navegação pelos menus está bastante fluida, e os carregamentos de jogo estão bem disfarçados (no sentido em que podemos ir fazer afinações ou outras coisas enquanto os veiculos estão a ser carregados ou o jogo está a ser gravado).

    Mas há ainda algumas coisas que não percebo porque foram retiradas.
    (Ex. aquele modo de rally que tinha no GT5 que a meu ver era um dos pontos fortes desse jogo. A remoção dos testes do desempenho dos veículos apesar de ter aquela pista com rectas enormes, ainda continuar a existir montes de mx5’s do mesmo modelo e do mesmo ano. O gerador de pistas que sempre ia dando alguma variedade ao jogo, se bem que não era nada de especial)

    Outra coisa incompreensível: Ser possível comprar creditos de jogo no valor de 50€ (7 000 000 Creditos), existindo alguns veículos que custam 20 000 000 de creditos. Fazendo as contas quem quiser pagar por eles vai ter de desembolsar perto de 150€ por um carro. (O GT6 custa 40€)

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