Análise – Elysium

2013 tem sido um ano repleto de ficção-científica, com estreias absolutamente assombrosas (Man of Steel e Star Trek Into Darkness), umas tantas discretas (Oblivion e After Earth) e a ambicionada conclusão da saga de Riddick (para Setembro). Contudo, um dos filmes que merece especial atenção é Elysium, o novo filme de Neill Blomkamp, autor de Distrito 9Neil Bouikamp é um dos realizadores da nova geração com indiscutível genética da ficção-científica, o que valeu uma intensa negociação para liderar a adaptação cinematográfica do videojogo Halo. O projecto não avançou e Neill Blomkamp dedicou-se ao que sabe fazer melhor: criar histórias de raiz e elaborar paisagens desoladas.

Com um orçamento de 100 milhões de dólares, Elysium é uma aposta na linha de District 9, com o mesmo estilo de realização, congregando ao enredo, uma crítica social mordaz. Evidentemente que não seria obrigatório colocar Beverly Hills contra a Somália, mas a mensagem é transmitida.

Matt Damon interpreta Max, um rufia que habita em Los Angeles e tenta sobreviver numa realidade futurista e desolada. O único oásis no futuro miserável do Planeta Terra é uma estação espacial periférica, onde habita uma elite social privilegiada, rodeada de conforto, bem-estar e conhecimento. Uma antítese da escumalha terrestre, que sobrevive em destroços e sem prosperidade.

Além de Matt Damon, o elenco conta ainda com Jodie FosterAlice BragaSharlto Copley, Diego Luna, Wagner Moura e William Fichtner. A salganhada de nacionalidades revelou-se calamitosa no trabalho dos actores, com interpretações completamente exageradas (o que te deu na cabeça Wagner Moura?) e actores em claro sub-rendimento (Jodie Foster e William Fichtner)..

Do ponto de vista técnico, a realização de Neill Blomkamp é fantástica. O jovem realizador consegue imprimir um estilo próprio, que mistura o registo documental e o cinema de acção. Há movimentos de camara fabulosos, e, apesar de não arriscar tanto como em Distrito 9, fica a certeza de que havia talento nos bastidores de Elysium.

Nas restantes áreas técnicas, a edição proporciona momentos de grande dinamismo, sobressai a omnipresença do espectador em todo o campo da acção, a direcção de fotografia relata bem a dicotomia entre o luxo e a miséria, e a produção (apesar dos exageros nas clivagens sociais) consegue aproveitar muito bem o orçamento disponibilizado.

À excepção da armadura do personagem principal (copy/paste do Robocop Prision Break), Elysium não contém nenhum elemento carismático para colocar o último trabalho de Neill Blomkamp no patamar de filme de culto. Se por um lado é interessante identificar lugares comuns (Mass Effect), a pouca criatividade narrativa arruína a história, e remete pra uma experiência insonsa e aborrecida. Para agonizar ainda mais a dor, Elysium abre plots completamente desnecessários, que resultam em desfechos indesejáveis.

Elysium não está autorizado a sair da piscina dos pequeninos, na companhia do Oblivion e After Earth. É visualmente interessante e a história tem uma mensagem positiva – com um crítica social/política – mas a forma como é contada roça o pitoresco. Elysium evapora rapidamente da memória.

Positivo

  • Enquadramentos
  • Realização
  • Alice Braga
  • Epílogo
  • Moral da história

Negativo

  • Inverossimilhanças – Poderiam ter passado incolores se a acção fosse constante
  • Wagner Moura e Sharlto Copley over the top
  • Clímax
  • Subaproveitamento de Jodie Foster e William Fichtner

 

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