Análise – Dusk Diver

Apesar de ser um jogo revelado de uma forma pouco envergonhada, Dusk Diver foi um jogo que me prendeu logo de imediato a atenção com a sua arte, conceito e as primeiras ideias que tentou passar. Depois de algum tempo de produção e lançamento em outros territórios, não podia deixar passar a oportunidade de o experimentar e ainda bem que o fiz.

É muito fácil perceber o que Dusk Diver pretende emular com o seu estilo. Existem aqui fortes inspirações de Persona, Tokyo Mirage Sessions e até dos jogos da Gust. A jogabilidade por seu lado já olhou para a Omega Force (Dynasty Warriors) como a melhor referência, tudo isto para criar um jogo que vai emular várias partes distintas como inspiração.

Dusk Diver tem lugar em Taipei, mais precisamente em Ximending, a capital da cultura do país, ligada à moda e tecnologia. É aqui que a personagem principal vai acabar por ser transportada para um universo alternativo onde existem entidades que precisam ser combatidas. Sem saber como, esta absorve o poder de um dos espíritos protectores, o que a liga directamente aos deuses que protegem a cidade.

A história é bastante estranha e até nem faz muito sentido, mas isso até é bom, pois Dusk Diver não tenciona ser um jogo sério. Seja pela narrativa, personagens ou diálogos, este é um jogo com uma postura bastante descontraída e uma série de momentos alegres ou com piada. As personagens são bastante carismáticas e até aquelas que parecem menos interessantes a início acabam por ganhar pontos com o passar do tempo. É possível até interagir com eles em segmentos fora da história para melhorar as suas ligações à personagem ao estilo dos links sociais de Persona.

Quando no mundo real, podemos explorar Ximending, fazer missões alternativas, procurar por extras, falar com as pessoas e até procurar por comidas. A cidade e os seus habitantes estão retratados de uma forma bastante apelativa, mas é uma pena que o jogo sofra com tantas quebras de fluídez quando estamos a anda pela cidade.

Grande parte dos aliados mais importantes são na realidade os Guardiões, entidades que nos acompanham nos combates dentro da dimensão alternativa. Os guardiões podem ser invocados em combate e desbloqueiam ataques especiais para a heroína. Quando estamos no outro mundo, vamos percorrer cenários compostos de salas e corredores a fazer lembrar grande parte dos beat-em-ups do género, o que quer dizer que grande parte deles são francamente mais vazios e menos interessantes do que podiam ser.

Os inimigos surgem normalmente por vagas e temos de os derrotar com as várias combinações de ataques fortes, fracos e invocando os guardiões. Temos ao nosso dispor ainda um abrandar de tempo ao estilo de Bayonetta quando fugimos de um ataque no tempo certo e ainda uma barra de especial que transforma Yumo numa super guerreira ainda mais forte. Existem vários inimigos com estratégias diferentes, o que quer dizer que não podem derrotar tudo à bruta, há que gerir cada inimigo e saber as suas forças e fraquezas, para saber como atacar ou que guadião usar.

O combate em si é bastante sólido e divertido. Claro que é um jogo bastante inspirado no estilo Musou, por isso é de contar que tenha muitas sequências de um contra muitos, mas só quem não gosta do género é que se vai sentir frustarado com este jogo. Muitos dos cenários também usam sequências com plataformas que não são exactamente as mais precisas e aqui sim é que alguns se vão poder queixar de alguma imprecisão dos controlos no que toca aos movimentos entre plataformas, sendo que a câmara nem sempre ajuda.

Dusk Diver também tem uma grande vertende de RPG com evolução da personagem por níveis e uma série de coisas que podemos equipar. Quanto mais a personagem evoluí, mas pontos podemos atribuir em diversas categorias. Existe até um modo alternativo onde podemos treinar em missões extra para ganhar mais experiência e dinheiro para evoluir a personagem e comprar coisas para a equipa.

Tal como a primeira arte do jogo prometia, Dusk Diver é um jogo com um visual muito atraente. O desenho das personagens, as cores e as animações são fortemente inspiradas nos Anime japoneses, o que aqui serve como uma mais valia. Mesmo jogando na Nintendo Switch o jogo tem um óptimo aspecto, mesmo que os cenários em si pareçam algo vazios e exista algum desfocamento no desenho em distância. Um ponto positivo vai também para os efeitos de chuva que fazem com que certos cenários fiquem muito interessantes. A banda sonora é bastante boa e dentro do estilo. Quanto às vozes, existe tanto em japonês, como mandarim (natural sendo que é um jogo feito em Taiwan). De qualquer forma, preferi jogar em japonês que é uma língua que estou mais habituado.

Dusk Diver está longe de ser um blockbuster e é claro que não teve sequer o investimento para tal, no entanto é aquele estilo de jogo que faz bastante bem dentro daquilo que lhe é possível. A história é básica mas está cheia de boas personages, o combate é bom e usa boas formas de se tornar mais profundo e até o preço mais baixo é uma boa proposta para lhe dar uma merecida chance. Mesmo que mereça um Bom no que respeita a uma nota que tenho de lhe dar, a verdade é que gostei ainda mais dele pessoalmente.

Positivo:

  • Visual
  • Personagens
  • Combate divertido
  • Muito diálogo falado
  • Várias coisas para fazer

Negativo:

  • Mundo alternativo algo vazio
  • Problemas de fluídez na cidade
  • Cãmara não ajuda com as plataformas

Daniel Silvestre
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