Nota: Esta análise contém alguns spoilers sobre o anime até ao episódio 46.
Pela altura em que os filmes 14 e 15 da série Dragon Ball Z saíram eu estava um pouco interessado em ver para onde esta nova história estava para ir, embora a execução dos mesmos me tivesse deixado um pouco desapontado. Algum tempo apôs o Resurrection F ter estreado, em vez de um 16º filme, foi anunciado uma nova série TV.
Sinceramente a ideia não me calhou bem, por este andar preferia o formato de filme anual em vez de uma nova série que lá se sabia para onde ia. Quando chegou a altura da série estrear o que andou a percorrer os quatro cantos da terra foram as críticas sobre a animação do novo anime. Tendo em conta os recentes “sucessos” da Toei Animation isso não me surpreendeu, mas também não é esse o tema que quero abordar, no entanto fiquem a saber que a mesma melhorou imenso e que as batalhas estão extremamente boas!
Eu larguei a série por volta do confronto final entre Goku e Beerus, ou seja, a recapitulação do 14º filme, Battle of Gods. Devo dizer que mais que a animação, foi o recap dos filmes que me deixou de pé atrás com Dragon Ball Super, especialmente com uma nova arc anunciada, que envolvia um novo universo ou coisa parecida (e mais tarde o Black Goku), não me calhou nada bem. Mas 40 e tal episódios mais tarde decidi regressar ao anime e meter-me a par com o mesmo, e foi uma decisão a qual não me arrependo.
A arc do Battle of Gods vai desde o primeiro episódio até ao número 14, e não existe muita diferença para com o filme, para além de um ou dois “episódios filler”. Resurrection F, que foi adaptado pelos episódios 15-27 já apresentou algumas diferenças em relação ao filme. A introdução de Champa na história e algumas mudanças de eventos (notei a remoção da história sobre Frieza ter pedido autorização a Beerus para destruir o Planeta Vegeta).
Finalmente no episódio 28 comecei a ver novos acontecimentos, a arc do Universo 6 que se estendeu até ao episódio 41 e saiu melhor do que o que esperava. Não se trata de uma exploração de um Universo paralelo ou semelhante tal como pensava, onde Goku e os outros teriam de enfrentar novos inimigos (alguns deles com designs duvidosos), mas sim de um torneio de 5 VS 5 entre os membros do Universo 7 e 6.
Este torneio lembrou-me do porquê de eu ficar sempre entusiasmado quando havia um Torneio Mundial no Dragon Ball original, ou dos poucos que aconteceram em Dragon Ball Z. Porque são episódios e episódios de acção com personagens novas e interessantes, e é claro, os twists que vão acontecendo em alguns combates (e os momentos hilariantes, existe sempre um ou dois).
Mas verdade seja dita, esta conversa do Universo 6 mais pareceu uma coisa passageira. A presença de Champa, o irmão de Beerus e Deus da Destruição do Universo 6, e o seu motivo para desafiar Beerus acabou por não ser tão importante a partir do momento em que o torneio foi estabelecido.
É pena o facto de um novo Deus da Destruição e um todo novo Universo terem sido postos de lado, mas por outro lado, ter Goku a enfrentar um outro ser que é praticamente igual a Beerus assim tão cedo seria um pouco entediante. E talvez a ideia de estar a explorar um novo Universo não fosse a melhor, já que teoricamente o mesmo já foi feito na saga de Frieza, por isso o facto de esta arc ter sido um torneio que veio recolher vários lutadores de um universo diferente até que acabou por ser uma boa jogada, já que é uma boa oportunidade para apresentar personagens interessantes e fortes.
Algumas dessas personagens não tiveram muita importância, mas houve outras que conseguiram obter a oportunidade de brilhar. Foi bastante interessante ver um Sayan do Universo 6, Cabba (que mais parece um mini Vegeta), e a história em como os a raça dos Sayans desse universo é amigável e luta pela justiça. E aquele momento entre Cabba e Vegeta acaba por ser um dos melhores de Dragon Ball Super até agora, por um lado mostra mais uma vez o quanto Vegeta mudou, por outro é engraçado a ideia de Vegeta estar a ensinar alguém.
Frost por outro lado deu-me reacções mistas, sendo basicamente o Frieza do Universo 6, Frost não esteve ao nível do original, e aquele twist de afinal Frost estar apenas a fingir que eram bom acabou por não ser assim tão forte. Seria melhor se isso tivesse sido usado com o grupo a combater lado a lado contra uma força maior.
A personagem que mais acabou por me impressionar foi Hit, tanto em termos de design como poder. Gostei de ver uma nova personagem que consegue estar a par com Vegeta e Goku no seu melhor sem recorrer a coisas como transformações. É verdade que ele acabou por libertar o seu poder máximo, que apenas dura um minuto, mas isso acaba por ser o mesmo que os outros estarem a conter a sua energia quando estão a lidar com tarefas diárias.
O MVP desta arc é sem dúvida Monaka, que é apresentado como o ser mais forte do Universo 7, e com o Goku a tentar aproveitar qualquer momento para poder combater contra ele. É claro que acaba por ser revelado (a todos excepto Goku) que Monaka afinal não tem qualquer experiência de combate, mas todos os momentos com o mesmo durante o torneio foram hilariantes. E é não esquecer que ele consegue levar com os socos de Goku e levantar-se segundos depois, o Goku certamente é uma pessoa que não usaria socos tão fracos contra o “melhor do Universo 7“.
Uma das coisas que menos tenho gostado já desde os filmes é a quantidade de vezes a qual Goten e Trunks são usados, que é quase nula. Gohan é uma história à parte, já que ele teve o seu momento na luta contra o Cell, e desde a saga do Buu que tem vindo a deixar de lutar, mas esta nova onda de Sayans que já naquela idade tão nova eram capazes de grandes feitos tal como transformarem-se em Super Sayan não tem tido o devido tempo de antena. Espero que em breve eles se tornem um pouco mais importantes, nem que seja através da fusão Gotenks.
Falando em canalha, pergunto-me onde é que a Bra anda. Pondo Dragon Ball GT de lado, ela chegou a aparecer em Dragon Ball Z perto dos episódios finais, por isso se é para manter o canon, a Bulma pelo menos já devia de estar grávida com ela. Mas até agora nada foi dito sobre o mesmo, talvez perto do final da próxima arc isso aconteça, a não ser que a personagem fique esquecida, o que já não seria a primeira a sofrer esse destino.
Provavelmente irá haver uma oportunidade para Goten e Trunks brilharem no futuro, uma vez que foi prometido entre as personagens um mega torneio entre todos os universos existentes, que se vier a acontecer o mais provável é ser no final do anime. Espero que este torneio chegue a acontecer, pois a ideia de voltar a ver os membros do Universo 6, bem como um todo novo cast de personagens interessantes é entusiasmante.
Os recaps dos filmes apôs a nova onda de popularidade dos mesmos (e em especial a animação dos primeiros episódios) acabaram por fazer o anime sofrer, mas ao entrar na nova arc, e principalmente o torneio, fez a opinião geral do mesmo elevar. Embora numa opinião pessoal, a ideia de Whis poder fazer o tempo recuar 3 minutos continua a ser um algo estúpido, e o Vegeta deveria ter sido a pessoa a derrotar o Golden Frieza.
Já falei que a animação melhorou imenso em termos de qualidade, mas algo que não referi foi a banda sonora. Os momentos dramáticos e de acção estão excelentes em termos sonoros, com umas das melhores músicas de toda a franchise Dragon Ball, algo que me deixa mais curioso para o que poderão compor para as próximas arcs.
A próxima arc promete trazer uma personagem popular, bem como um vilão peculiar. Estou a par com os episódios mais recentes e até agora o que tenho a dizer é que viagens no tempo e teorias de multiversos são uma dor de cabeça. Mas ouvi dizer que chupar em chupetas resolve o problema.
Positivo:
Negativo:
- Recap dos filmes
- Animação dos primeiros episódios
- Algumas personagens sem o tempo de antena necessário
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