Análise – Deponia Doomsday

  • Plataformas: PC
  • Versão de análise: PC

No ano passado durante umas promoções da Steam deparei-me com a pérola da trilogia Deponia. Fiquei um pouco curioso com o que encontrei e após ver os trailers fiquei mais do que convencido a comprar a trilogia. Escusado será dizer que adorei os momentos que passei com esses jogos e as suas personagens, e que o final me transmitiu várias emoções. No fim, apenas desejei puder continuar a aventura destas personagens, e a minha surpresa quando há uns meses atrás vejo no steam já disponível um quarto capítulo desta série, afinal de contas, todas as trilogias precisam de uma quarta entrada.

Enquanto que Deponia Doomsday é de certa maneira uma sequela a Goodbye Deponia, os eventos que tem lugar não são propriamente os eventos de uma sequela, sendo então um jogo que tem lugar à parte da trilogia principal. Basicamente a história de Deponia Doomsday tem lugar após Goodbye Deponia, onde (e isto acaba por ser um pequeno spoiler ao final de Goodbye Deponia) Rufus sobreviveu após se ter sacrificado para salvar Elysium e os seus habitantes bem como os de Deponia. Anos passaram e o planeta está mais que morto, sendo que Rufus activa uma bomba para rebentar com o planeta, e de certa maneira acorda dias antes dos eventos do primeiro Deponia, com recordação de acontecimentos que ainda não aconteceram.

Ou seja, este Rufus é um Rufus que ainda não partiu para a sua aventura para sair de Deponia, mas que agora possui a memória do que vai acontecer. No entanto Rufus pretende alcançar um final livre de bigodes desta vez, e com a ajuda de McChronicle, uma nova personagem com uma máquina capaz de viajar no tempo, os dois acabam por participar em várias viagens no tempo e paradoxos que vão compor esta aventura.

Infelizmente a presença nos três jogos originais é completamente nula, o que acaba por ser uma ideia desperdiçada na minha opinião. Mas existe vários factores em jogo por detrás da criação desta nova aventura, o que por vezes até é possível observar através de algum diálogo das personagens, que mais acaba por ser uma mensagem e opinião dos produtores.

Se olharmos para isto como mais uma aventura de Rufus, Deponia Doomsday até se aguenta bem, excepto que parte do charme da trilogia está perdido, e faltam várias personagens importantes da mesma. Por outro lado, se a expectativa de isto ser uma sequela estiver em conta, a história acabará por desapontar um pouco, porque tendo em conta o tema e a decisão da equipa de não ser possível interagir com os jogos anteriores, aquilo o qual estão à espera não será o que irão receber.

Deixando a história de lado por um pouco, a jogabilidade continua a ser um point and click igual à trilogia original, interagir com o cenário e personagens, combinar itens para poder usar, etc. Em termos de minijogos, Deponia Doomsday provavelmente possui o maior número em relação aos jogos originais, sendo também mais fáceis em comparação aos anteriores. A progressão da história no entanto continua a ter em falta um botão de ajuda ou dicas para quando estamos perdidos sem saber o que fazer, em especial agora que time loops estão envolvidos.

A arte continua igual, com o seu estilo cartoon e a música continua a ser um dos pontos de venda da franchise, bem como o humor negro de Deponia e Rufus que nunca chegam a falhar. E como o jogo não pede muito, não encontrei problemas com a performance do mesmo.

Regressando à história, se tivermos em conta que é apenas uma nova aventura de Rufus, a mesma aguenta-se bastante bem. Embora parte do problema seja de não haver um elemento comum ou objectivo final que ligue as várias partes da história ao longo da jornada, algo acontece na primeira parte do jogo, mas isso fica esquecido durante a segunda parte, e nem chega a ser importante durante o resto. E isto continuando durante o jogo todo, chegando ao final, que decide subir de nível no que toca a problemas com viagens no tempo e fazer uma mistura excelente de vários problemas.

Resumidamente, Rufus continua a ser uma grande personagem, e qualquer jogo com ele fica imediatamente muito melhor. No entanto a história desta nova aventura é a mais fraca da “trilogia”, não devido ao que é entregue aos fãs, mas sim porque a sua maioria acaba perdida no esquecimento devido a não ter várias coisas que fez as entradas anteriores memoráveis. O que leva à questão, quero mais aventuras com Rufus em Deponia? Sim, quero.

Positivo:

  • Rufus
  • Humor
  • Mais Deponia…

Negativo:

  • …mas sem o charme dos jogos anteriores
  • Continua a faltar um botão de ajuda para quando estamos perdidos

Mathias Marques
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